Tenha um silo e produza mais leite

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Tenha um silo e produza mais leite

Atualmente e de um modo geral, as fazendas e sítios brasileiros produzem mais leite na estação das águas do que no período de saca. Isto ocorre por que, com as chuvas, as pastagens tornam-se verdes, com elevado valor nutritivo, abundantes, ficando as rezes bem alimentadas e produzindo o máximo. Já no período da estiagem, os pastos ficam secos, com baixo valor nutritivo e as vacas mal alimentadas tendo assim uma grande queda na sua produção.

Portanto, para que a produção leiteira seja, mais ou menos, a mesma durante todo o ano, é necessário que o criador forneça às suas vacas, forragens suficientes, de boa qualidade e que sejam bem aceitas pelo gado. Para isso ele precisa, pelo menos, ter uma capineira e depois conservar a forragem cortada durante alguns meses, até a época das secas.

Para a conservação desses alimentos, um dos melhores processos é o da ensilagem, isto é, da sua conservação em silos. Isto quer dizer que o pecuarista deve construir um ou vários dos diversos tipos de silos onde são guardadas as forragens verdes durante alguns meses.
O alimento assim obtido, chama-se silagem e é um produto que, no interior do silo, sofreu um processo de fermentação que, contudo, conserva um elevado teor de água e os seus elementos nutritivos.

Tipos de Silos

Os silos podem ser de três tipos: silo elevado; silo de encosta e silo de trincheira.

O silo elevado é o de construção, manutenção e operação mais cara, pois requer, para a ensilagem, picadeira de forragens e elevadores movidos a motor.

O silo de encosta tem a vantagem de o seu carregamento ser feito por gravidade, dispensando elevadores, e tornando os custos de investimento e de manutenção menores.

O tipo de silo mais econômico e de construção mais fácil, porém, é o silo de trincheira, que nada mais é do que um enorme buraco ou escavação onde são colocadas as forragens para a sua conservação.

As vantagens que o silo apresenta para o criador são:

– permite manter maior número de rezes na mesma área;

– possibilita fornecer aos aos animais uma alimentação sadia, nutritiva e saborosa durante todo o ano;

– muitas plantas e capins grosseiros, depois de ensilados, são comidos avidamente pelas rezes, evitando desperdícios;

– possibilita maior e melhor aproveitamento das capineiras pois, feito um corte para a ensilagem, enquanto a forragem está armazenada no silo, a capineira continua crescendo para dar novos cortes;

– a silagem tem um gosto e um cheiro especiais, que fazem com que os animais a comam com avidez, ingerindo maior quantidade de alimentos do que normalmente e

– é pouco laxativa, o que faz bem à saúde dos animais.

A silagem, quando fica mofada, não deve ser fornecida aos animais.
As quantidades a serem dadas diariamente às vacas leiteiras são de 13 a 23 quilos; para as novilhas, de 5,5 a 9,5 quilos; para novilhas de engorda, de 11 a 14 quilos e para vitelos, de 4 a 8 quilos.

Antes de construir o silo, o criador tem que saber quantos animais pretende alimentar e por quanto tempo, para que possa ser calculado o volume da forragem que será necessária e, portanto, o tamanho e a capacidade do silo.

Os cuidados para a construção e a operação do silo de trincheira são as seguintes:
– local: a escavação deve ser feita de preferência em uma encosta, pois isto facilita todos os trabalhos de escavação, de carga e descarga e ainda permite um melhor escoamento do excesso de umidade;

– marcação: da área de escavação por meio de estacas, cordas ou fios e de acordo com as medidas previamente determinadas;

– escavação: que pode ser feita com o auxílio de um arado comum, sendo a terra retirada com a ajuda de uma “pá de cavalo”.

– O fundo do silo deve ter um pequeno caimento no mesmo sentido do declive da encosta, para facilitar o escoamento da água ou excesso de umidade;

– acabamento: consiste em dar uma inclinação às paredes, o que pode ser feito com um enxadão.

Se o criador quiser, poderá deixar o silo com as paredes de terra, mas o aconselhável é fazer o seu revestimento com tijolos rejuntados com barro, pois assim a ensilagem ficará melhor protegida.

Quanto ao material empregado para a ensilagem, o mais usado são as hastes e folhos de milho, cortados quando o grão começa a endurecer.
As forrageiras, tanto gramíneas quanto leguminosas, podem ser usadas mas é melhor que sequem um pouco no campo antes de serem ensiladas pois, em geral, contém 80% de água o que provocaria o escorrimento do sumo e a silagem ficaria muito ácida. Também as pontas e olhos de cana podem ser utilizados com bons resultados.

Para que a silagem tenha maior valor nutritivo, é aconselhável que nela entrem, em mistura, alguma leguminosa entre as quais a mucuna, o guandu, o kadzu, a centrósema, etc. A proporção indicada é de 3 partes de milho para 1 de leguminosa.

Como Carregar o Silo

É uma operação de grande importância porque dela depende, em grande parte, o estado e o valor nutritivo da silagem. Portanto, o criador deve observar os seguintes cuidados:

– Picar todo o material. Quando isto não for possível, arrumar as hastes e folhas ao longo e no sentido do comprimento do silo, começando da parte de trás para a frente, isto é, do fundo para a boca;

– Comprimir bem para que o material fique bem “socado”, evitando que se formem bolsas de ar pois elas iriam prejudicar a silagem. Para isso, podem ser usados o pisoteio por animais ou então tratores ou caminhões;

– O silo deve ser carregado até que o material fique mais alto do que os seus lados e a 1 metro de altura, na parte do centro, pois a silagem, por mais comprimida que esteja, sempre “afunda” muito, formando uma “bacia”;

– fechar a entrada do silo com madeira roliça ou tábuas, mas todas as frestas devem ser bem calafetadas com barro;

– cavar uma valeta em volta do silo, para drenar ou desviar qualquer água.

Como Descarregar o Silo

O processo de fermentação do material começa 24 horas depois de fechado o silo. A silagem já pode ser dada aos animais poucos dias depois, embora possa ser conservada no silo durante muitos meses ou mesmo anos.

Ao ser aberto o silo, a forragem que está em contato com as paredes e a cobertura, em geral está estragada e não deve ser fornecida ao gado.
A silagem deve ser tirada em camadas, pela parte de baixo, mas apenas o suficiente para o consumo do dia, pois se estraga em contato com o ar.

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