Formação e manejo de pastagens de capim-Mombaça na Amazônia Ocidental

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Formação e manejo de pastagens de capim-Mombaça na Amazônia Ocidental

O capim-Mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça) é uma gramínea que forma touceiras com até 1,65 m de altura e folhas quebradiças. Os colmos são levemente arroxeados. As folhas possuem poucos pêlos na face superior e as bainhas são glabras, mas ambas não apresentam cerosidade. A inflorescência é do tipo panícula semelhante à do capim-colonião comum.

Características agronômicas – o capim-Mombaça, como a maioria das cultivares de capim-colonião, requer solos de média a alta fertilidade para um bom e rápido estabelecimento, bem como para cobertura total do solo. No entanto, os resultados obtidos até o momento demonstram que esta gramínea é mais eficiente na utilização do fósforo disponível. Na Amazônia Ocidental, os rendimentos de matéria seca estão em torno de 15 a 20 t/ha/ano. Em parcelas sob cortes mecânicos, o capim-Mombaça produziu 130% mais que o colonião comum e 28% mais que a cultivar Tanzânia-1.

Durante o período seco produz cerca de 12 a 15% de seu rendimento anual de forragem. Em Rondônia, pastagens de capim-Mombaça, submetidas a cargas animais de 2,5 e 1,5 UA/ha, respectivamente para os períodos chuvoso e seco, apresentaram rendimentos de matéria seca de 4,9 e 2,5 t/ha. Seus teores de proteína bruta variam entre 10 e 12% ao longo do ano. Apresenta alta percentagem de folhas, cerca de 82% durante o ano. É bem aceito por bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos. Devido ao porte cespitoso, consorcia-se bem com leguminosas (pueraria, desmódio, centrosema, stylosanthes, calopogônio etc.). O florescimento está concentrado nos meses de abril-maio e seus rendimentos de sementes podem variar de 100 a 140 kg/ha. O capim-Mombaça revelou-se medianamente resistente à cigarrinha-das-pastagens, mostrando-se superior à cultivar Tobiatã, mas inferior à Tanzânia.

Estabelecimento – a semeadura deve ser realizada no início do período chuvoso (outubro/novembro). O plantio pode ser em linhas espaçadas de 0,5 a 1,0 m entre si ou à lanço. a profundidade de plantio deve ser de 2 a 4 cm. A densidade de semeadura varia de 10 a 15 kg/ha, dependendo da qualidade das sementes e do método de plantio. Quando em consorciação com leguminosas, o plantio pode ser feito à lanço ou em linhas espaçadas de 1,0 a 1,5 m.

Para os solos ácidos, recomenda-se 2,0 a 3,0 t/ha de calcário dolomítico (PRNT = 100%) e a aplicação de 80 a 120 kg de P2O5/ha. A adubação potássica deve ser realizada quando os teores deste nutriente forem inferiores a 30 ppm, sugerindo-se a aplicação de 40 a 60 kg de K2O/ha. Para áreas de cerrado recém desmatadas, recomenda-se aplicar 30 kg/ha de enxofre e 30 a 40 kg/ha de uma fórmula de FTE que contenha cobre, zinco, boro e molibdênio.

Manejo e utilização – o primeiro pastejo deve ser realizado 90 a 120 dias após o plantio. Pastagens bem formadas e manejadas apresentam uma capacidade de suporte de 1,5 a 2,5 UA/ha, durante o período chuvoso, e de 0,8 a 1,0 UA/ha no período seco (UA = 450 kg de peso vivo). Os ganhos de peso/animal/dia variam de 450 a 700 g no período chuvoso e de 150 a 350 g na época de estiagem. Os ganhos de peso/ha estão em torno de 350 a 600 kg. Em Rondônia, utilizando-se cargas animal de 2,0 e 1,3 UA/ha, respectivamente para os períodos chuvoso e seco, os ganhos de peso foram de 0,498 e 0,235 kg/na/dia, os quais foram semelhantes aos observados com pastagens de P. maximum cv. Centenário. O pastejo deve ser iniciado quando as plantas atingem entre 1,2 a 1,6 m de altura, as quais devem ser rabaixadas até cerca de 30 cm acima do solo.

Sempre que possível utilizar pastejo rotativo, de modo a otimizar o desempenho animal e a persistência da pastagem. Como apresenta moderada resistência à seca, recomenda-se seu diferimento (veda) no final do período chuvoso (meados de março a abril), visando o acúmulo de forragem de boa qualidade para utilização durante o período de estiagem.

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