Manejo de pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu na Amazônia Ocidental

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Manejo de pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu na Amazônia Ocidental

O capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) é uma gramínea forrageira perene de hábito de crescimento cespitoso, formando touceiras de até 1,0 m de diâmetro e afilhos com altura de até 1,5 m. Apresenta rizomas horizontais curtos, duros, curvos, cobertos por escamas glabras de cor amarela a púrpura. Suas raízes são profundas o que favorece sua sobrevivência durante períodos de seca prolongados. Originário da África Tropical, encontra-se amplamente distribuído na maioria dos cerrados tropicais e em áreas anteriormente sob vegetação de florestas da região amazônica.

Clima e solo – vegeta bem em altitudes que variam desde o nível do mar até 1.800 m, principalmente em regiões onde a precipitação oscila entre 1.000 e 3.500 mm/ano. Desenvolve-se bem em diferentes tipos de solos apresentando boa adaptação aos solos arenosos ou argilosos desde que bem drenados.

Características agronômicas – boa adaptação e produção de forragem em solos de média fertilidade natural; excelente comportamento em solos arenosos; sistema radicular profundo o que permite a obtenção de água durante os períodos de seca; requer solos bem drenados e não tolera o encharcamento prolongado; resistente ao ataque das cigarrinhas-das-pastagens; apresenta maior palatabilidade que as outras espécies de Brachiaria; a dormência das sementes pode ser rompida após 4 a 5 meses de armazenamento ou acelerada mediante escarificação com ácido sulfúrico. Por apresentar hábito de crescimento semi-ereto, forma consorciações bastante equilibradas com leguminosas forrageiras como pueraria, desmódio, stylosanthes, arachis e centrosema. Responde satisfatoriamente à aplicação de doses moderadas de calcário dolomítico (1,5 a 2,0 t/ha) e de fósforo (50 a 100 kg de P2O5/ha).

Estabelecimento – A semeadura deve ser realizada no início do período chuvoso (outubro/novembro). O plantio pode ser em sulcos espaçados de 0,6 a 1,0 m entre si, à lanço ou em covas (0,5 x 0,5 m) quando se utiliza mudas. A profundidade de semeadura deve ser de 2,0 a 3,0 cm, já que as sementes são pequenas, o que pode ser obtido pela passagem de um rolo compactador. A densidade de semeadura varia de 10 a 15 kg/ha, dependendo da qualidade das sementes e do método de plantio. Quando em consorciação com leguminosas, o plantio pode ser feito à lanço ou em linhas espaçadas de 1,0 m.

Produção de forragem e valor nutritivo – sua produtividade de forragem, em geral, é bastante elevada, no entanto, pode ser afetada por diversos fatores (solo, espaçamento, densidade de plantio, manejo e condições climáticas). Na Amazônia Ocidental, as produções de matéria seca estão em torno de 10 a 12 e, 2 a 4 t/ha, respectivamente para os períodos chuvoso e seco. O valor nutritivo é considerado entre moderado e bom, considerando-se consumo, digestibilidade e composição química. Com duas a seis semanas de rebrote apresenta, em média, digestibilidade da matéria seca entre 65 e 72%; teores de proteína bruta entre 7 e 15%; teores de fósforo de 0,15 a 0,17% e de cálcio entre 0,14 e 0,22%.

Manejo – pastagens bem formadas e manejadas apresentam uma capacidade de suporte de 1,5 a 2,5 UA/ha no período chuvoso e 1,0 a 1,5 UA/ha no período seco, dependendo do sistema de pastejo adotado e da disponibilidade de foorragem. Sempre que possível utilizar pastejo rotativo, de modo a otimizar o desempenho animal. Recomenda-se retirar os animais da pastagem quando as plantas forem rebaixadas entre 20 e 30 cm de altura. Os ganhos de peso podem variar de 450 a 600 g/animal/dia e entre 400 e 500 kg/ha/ano. Visando conciliar produtividade e qualidade de forragem, as pastagens podem ser diferidas em março para utilização em junho e julho e, em abril para utilização em agosto e setembro.

 

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