Controlar a Cobertura é Importante

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Controlar a Cobertura é Importante
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Controlar a Cobertura é Importante

É no inverno que as pastagens apresentam o seu menor valor alimentar porque as forrageiras se tornam muito ”lenhosas” devido ao maior teor de celulose nelas contido.

Por esse motivo, é justamente nessa época do ano que a produção animal sofre uma enorme queda em seu volume, quando providências adequadas não são tomadas.

Para suprir essa deficiência dos pastos, os criadores bem orientados lançam mão das capineiras, da fenação e da silagem, além de rações suplementares de concentrados como tortas, farelos e cereais em grão.

Entretanto, todos esses gastos e trabalhos são recompensados pela maior produção das vacas e valor do leite, pelo melhor estado de saúde dos animais e pela diminuição do índice de mortalidade.

Em muitas granjas e fazendas, as condições de alimentação dos plantéis são mesmo melhores na “seca” do que nas águas, pois na estação chuvosa eles são mantidos somente no regime do campo, sem os tratos que lhes são proporcionados nas épocas em que os pastos são escassos e de má qualidade.

Assim sendo, os produtores podem ”tirar” mais leite na seca do que nas águas, desde que adotem uma regra simples e que não acarreta aumento de despesas: fazer com que as vacas, em sua maioria, tenham as crias no inverno, quando há escassez do produto.

Para isso, é preciso que os touros sejam apartados do rebanho e que os acasalamentos só se realizem na primavera, de setembro a dezembro ou melhor ainda, nos meses de setembro, outubro e novembro, para que as crias nasçam na época desejada, isto é, no inverno.

Grandes e numerosas são as vantagens obtidas com esse procedimento, podendo ser citadas, entre elas, as seguintes:

1- por ser período de escassez, o leite alcança preços mais elevados, o mesmo acontecendo com todos os seus produtos;

2- os produtores vendem todo o leite por um só preço e fazem, ao mesmo tempo, “média” para a época das águas. Evitam, assim, vender parte de sua produção, o excesso, por preço bastante inferior ao obtido na seca;

3- por se tratar de uma estação fria do ano, mesmo nas fazendas em que o leite é produzido, tratado e transportado sob as piores condições, ele pouco se altera até chegar às usinas ou cooperativas, evitando que seja condenado por elevado grau de acidez;

4- a primavera foi a estação do ano escolhida pela natureza para os acasalamentos de todos os animais, justamente por ser a que melhores condições reúne para a procriação. É por isso que, nessa época, as coberturas são realizadas em maior número e com maior sucesso, porque os machos e as fêmeas estão, geralmente, mais aptos para a reprodução, pois o cio se apresenta com mais intensidade nessa época. Em algumas espécies, ele só aparece nesta época do ano, como ocorre em geral com animais selvagens e alguns domésticos. Por isso, é muito maior o número de fêmeas que concebem e portanto, mais numerosas são as crias obtidas;

5- os touros, enquanto estão separados do rebanho, engordam, ficam mais sadios e vigorosos e quando chega a temporada da procriação, prestam com mais eficiência o seu serviço, sem prejudicar a sua saúde;

6- quando é empregada a inseminação artificial, muito simplificados e menos dispendiosos se tornam os serviços de aquisição de sêmen e a contratação de um veterinário, durante 3 meses, ao invés de durante todo o ano, para inseminar todas as fêmeas;

7- permite que seja observado um intervalo entre o parto e a nova cobertura, proporcionando às vacas o descanso aconselhável de 3 meses;

8- as crias nascidas no inverno estão menos sujeitas às doenças infecciosas, vermes, insetos, carrapatos, bernes, etc., bem como aos diversos distúrbios e moléstias orgânicas;

9- como as vacas recebem, nessa época, uma alimentação melhor, produzem leite em maior quantidade e melhor qualidade, suas crias ficam melhor alimentadas e crescem com mais rapidez, atingindo um melhor desenvolvimento;

10- quando os bezerros vão mudando a sua alimentação de leite para a de vegetais (capins, etc.), isto se dá justamente na época em que as pastagens já se encontram novamente verdejantes. Obtém, então, um alimento tenro e suculento, o que lhes permite manter boas condições físicas, não sentindo a desmama e se preparando para a próxima estação fria e seca;

11- com o nascimento de muitas crias, em um pequeno espaço de tempo, é possível a formação de lotes grandes, bem selecionados pela raça, tipo, idade, desenvolvimento e sexo, o que não ocorreria se os nascimentos se processassem, desordenadamente, durante todo o ano;

12- não só o manejo do rebanho fica muito facilitado, como também menos dispendioso, exigindo menos pessoal e material;

13- nos casos em que haja necessidade de transporte, este se torna mais econômico para maior número de cabeças, qualquer que seja o meio utilizado: trem, caminhão, navio ou avião;

14- finalmente, uma das maiores vantagens em separar os touros do rebanho é que, sendo possível a formação de lotes grandes, bem selecionados, os animais alcançam melhores preços do que se fossem vendidos em pequenas partidas, trazendo assim maiores lucros aos criadores.

Em certas zonas ou sob determinadas condições, o criador pode alterar a época das coberturas mas, sejam quais forem as regiões ou as condições existentes, é sempre aconselhável manter os touros afastados do plantel de produção, só os reunindo a ele nas ocasiões indicadas, para que as crias possam aproveitar das inúmeras vantagens que essa prática lhes pode proporcionar.

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