Trabalhadores de frigoríficos temem demissões após férias coletivas por falta de gado

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Sindicatos afirmam que movimento da indústria de carne bovina é “sintoma de demissão”. Setor emprega cerca de 300 mil pessoas no país

A decisão estratégica adotada por alguns frigoríficos para contornar a forte alta da arroba do boi em meio a um mercado interno fraco, decretando férias coletivas em algumas unidades, acendeu um alerta entre os trabalhadores do setor.

Em ofício enviado às federações locais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) e a Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT(Contac) afirmam que a medida é “sintoma de demissão”.

“Os companheiros sabem que férias coletivas não programadas é sintoma de demissão. Isso não podemos permitir, já não bastam os 30 milhões desalentados e desempregados?”, afirma o documento.

Segundo a CNTA, a indústria de carne bovina emprega cerca de 300 mil pessoas no Brasil. “Esta atitude seria um absurdo, pois se produziu de forma alucinante nestes últimos sete meses de pandemia, muitas sem atender os requisitos de segurança necessários, e agora paralisam a produção”, questiona a entidade.

Em setembro, pelo menos quatro frigoríficos decretaram férias coletivas no Brasil devido ao alto custo com a originação do gado e a menor liquidez para a venda de carne bovina no atacado e no varejo.

Enquanto o valor da arroba subiu mais de 24% no ano, os preços no atacado e no varejo paulista calculados pelo Instituto de Economia Agrícola do Estado (IEA) avançaram 3,7% e 5,7%, respectivamente. Nas exportações, o preço médio recebido pelo Brasil caiu mais de 20% – de R$ 4,9 mil a tonelada em janeiro para R$ 3,9 mil em agosto.

 

 

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