Cuidados antes do abate de bovinos
Chegando ao abatedouro, os bovinos devem ser confinados em currais, durante um período de 24 horas, para que descansem bem e se recuperem dos problemas e dos estresses ocorridos durante o percurso, desde o seu criatório até o matadouro. Esses animais devem fazer, também, uma dieta hídrica, ou seja, devem beber somente água durante um período que varia de acordo com a distância do transporte até o frigorífico. Desta forma, os animais não devem ingerir nada sólido.
Esse jejum tem por objetivo permitir que o bovino, urinando e defecando, reduza o volume do seu conteúdo gastrointestinal, facilitando a evisceração, bem como para que se recomponham as suas reservas de glicogênio muscular. É durante esse período de descanso que os animais são submetidos à inspeção ante-mortem, por um médico veterinário que examina os certificados de sanidade e de vacinação dos bovinos, a sua higiene, o seu estado sanitário e outros dados que julgar necessários. Além disso, ele isola os animais doentes ou suspeitos, antes de serem abatidos. Vacas em gestação e recém-paridas, também não devem ser abatidas.
Durante este período, os bovinos devem permanecer somente em instalações bem limpas e higiênicas. Muito importante, também, é que os bovinos sejam manejados por pessoas bem treinadas e com bastante experiência, bem como os magarefes, que os vão abater, sejam de grande capacidade.
Os bovinos podem sofrer estresse psicológico provocado por sua retenção, o tipo de manejo ou a simples alteração dos seus hábitos. Pode ocorrer, também, o estresse físico, causado por fome, sede, temperaturas extremas, cansaço, etc.
Banho de aspersão
Os bovinos, após o seu período de descanso, devem seguir por um corredor equipado com um sistema tubular de chuveiros, dispostos transversal, longitudinal e transversalmente, para que eles tomem um banho antes de chegarem ao boxe de atordoamento, dotado de comportas tipo guilhotina. A água deve ter, no mínimo, uma pressão de três atmosferas. O afunilamento final da rampa de acesso, denominado “seringa”, pode ser simples ou dupla, até o boxe de atordoamento e deve ter a forma de “V”, para dar passagem a um só animal de cada vez.
Esse banho tem por objetivo, limpar a pele do bovino e diminuir a poeira na sala de abate. Havendo um bom controle, pode ser evitado que os animais caiam e se machuquem, mas é necessário que os pisos, por onde passam os animais, não sejam escorregadios ou causem derrapamento.
O emprego do bastão elétrico para tocar os animais, pode causar estresse e também uma alta incidência de mugidos, que para eles significa dor. O uso desse bastão deve ser evitado mas, quando for utilizado, não deve ser aplicado sobre as partes mais sensíveis do animal, como orelhas, olhos e mucosas. Não é aconselhado o uso desse bastão e a necessidade do seu emprego significa que o manejo não vem sendo eficiente e adequado.