Como plantar gengibre ornamental

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Nem sempre, quando juntos, sorvete e gengibre referem-se a uma combinação exótica de sobremesa refrescante. Na flora, por exemplo, a associação de ambos está relacionada ao nome e à aparência da Zingiber spectabile, flor conhecida como gengibre ornamental, mas apelidada de sorvetão, por causa do seu formato cilíndrico de até 12 centímetros de diâmetro sustentado por uma haste.

Também chamada de gengibre magnífico, a planta asiática é apreciada para integrar jardins de praças, parques, residências, entre outros estabelecimentos públicos ou privados. Exuberante na forma e na apresentação de cores, participa de diversos projetos paisagísticos, fazendo dela uma flor comercial rentável para o produtor. Usada em renques próximos a muros ou em maciços em áreas abertas, a opção em corte, no entanto, tem aumentado a procura para composição em arranjos em vasos.

À medida que envelhecem, as folhas (brácteas) passam do amarelo-brilhante ao róseo-avermelhado, finalizando com um intenso vermelho-escuro. Com aroma que lembra o gengibre, lanceoladas e aveludadas na parte inferior, são sustentadas por uma estrutura fina que pode chegar a 2,50 metros de altura, embora varie, em média, de 30 a 80 centímetros.

O gengibre ornamental é uma planta herbácea, robusta e perene, pertencente à família Zingiberaceae, que engloba cerca de 85 espécies no gênero Zingiber. Resistente ao manuseio e a doenças, tem grande durabilidade, podendo ser cultivada em diferentes locais com alta produção. Por ano, tem capacidade de gerar até 100 hastes florais em cada touceira.

A beleza tropical da planta é requisitada no mercado internacional. Os principais importadores são americanos, canadenses e europeus. Nativa da Malásia, atualmente os maiores produtores são Filipinas, Tailândia, Estados Unidos (Havaí), Jamaica, Colômbia e Equador. Por aqui, ainda não tem cultivo em grande escala, oferecendo uma boa oportunidade de negócio para o agricultor.

Outros fatores que favorecem o plantio do sorvetão são o crescimento rápido e a facilidade no trato cultural, que demanda podas de limpeza, com a retirada de folhas e outras partes da planta quebradas, secas ou doentes; adubações frequentes, principalmente no início da primavera; irrigação constante; e controle de pragas, como ácaros, nematoides, formigas e pulgões, e de algumas doenças. A ocorrência da podridão de raízes rizomas é facilitada em cultivos instalados em local com drenagem insuficiente.

Embora possa ser plantado o ano inteiro, o gengibre ornamental tem a possibilidade de entrar em dormência no inverno. Por isso, deve ser protegido em estufas durante períodos de frio rigoroso.

Mãos à obra

>>> INÍCIO Analise a demanda do mercado local para traçar um plano de plantio com bons rendimentos. É importante também conversar com produtores experientes no cultivo da planta, além de paisagistas e floricultores.

>>> AMBIENTE Parcialmente sombreado é o preferido do gengibre ornamental, pois, exposto diretamente ao sol, corre risco de queimaduras. A luminosidade, no entanto, é importante para favorecer a produtividade da planta. A faixa de temperatura adequada para o desenvolvimento da flor é entre 22 ºC e 35 ºC, com umidade relativa do ar entre 60% e 80%.

>>> PROPAGAÇÃO A mais indicada é realizada por divisão de touceira, quando se separam rizomas com 6 a 12 centímetros de comprimento. O rizoma, que deve manter junto uma porção do pseudocaule, precisa ser limpo e tratado com defensivos.

>>> PLANTIO Se faz, em geral, em covas de 50 por 50 por 50 centímetros, com espaçamento de 1,5 metro entre plantas e 2 metros entre linhas, em solo rico em matéria orgânica e boa capacidade de retenção de umidade, além de bastante fértil. Assegure a irrigação frequente  e a drenagem eficiente.

>>> ESPAÇAMENTO De 2 metros entre plantas e de 3 metros em fileiras simples, permite o plantio, em média, de 1.667 plantas por hectare. Esse espaçamento grande permite, mesmo com as touceiras adultas, a circulação entre as linhas de plantio para colheita e manejo e melhor uso do solo, que pode ser plantado com outras espécies de ciclo menor até que as touceiras cresçam.

>>> ADUBAÇÃO A pós-safra é realizada em três parcelas com intervalos de três meses. Inicia-se pela formulação 14-28-14, na dosagem de 150 gramas por cova, seguida pelas 15-15-15 e 15-03-31, ambas na quantidade de 200 gramas por cova. Todas adicionadas de micronutrientes. Repita a última fórmula um trimestre antes da safra de flores. Em forma de quelatos, aminoácidos ou metalosatos, a adubação foliar com fertilizantes, na fórmula 20-20-20 mais micronutrientes ou 20-20-20 mais 2% de magnésio, deve ser utilizada na dose de 1,5% a 3% a cada semana por seis meses, passando, então, a ser quinzenal até o aparecimento das primeiras flores.

>>> IRRIGAÇÃO Pode ser por infiltraçãomicroaspersão ou aspersão convencional(que tem conferido os melhores resultados, por conservar a umidade relativa do ar alta). É preciso manter o solo úmido, mas sem excessos.

>>> PRODUÇÃO O florescimento inicia-se entre oito meses e um ano e meio após o plantio. Cada touceira produz, em média, 70 inflorescências, que devem ser colhidas com o talo inteiro, com 15 a 20 centímetros de comprimento. Se  a plantar for bem hidratada antes da colheita, as inflorescências terão boa durabilidade. Corte as hastes nas primeiras horas da manhã seguinte à noite em que a cultura foi irrigada e conserve- as em água. Após a safra, o sorvetão deve ser todo podado rente ao solo para iniciar um novo ciclo de produção.

Raio X

Solo: rico em matéria orgânica, fértil e drenado

Clima: são adequadas temperaturas entre 22 ºC e 35 ºC e umidade entre 60% e 80%

Área mínima: pode ser plantado em canteiros, vasos e jardineiras

Colheita: de 8 a 18 meses após o plantio inicia-se o florescimento

Custo: o preço do rizoma de raiz nua varia de R$ 10 a R$ 15 e o da muda chega a atingir R$ 30

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