Como fazer mudas de café

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Como fazer mudas de café
  • 5.1 – Introdução
  • 5.2 – Semeadura direta x indireta
  • 5.3 – Escolha do local
  • 5.4 – Cobertura
  • 5.5 – Canteiro
  • 5.6 – Preparo do substrato
  • 5.7 – Sementes
  • 5.8 – Semeadura indireta
    • 5.8.1 – Germinadores
    • 5.8.2 – Transplante
  • 5.9 – Semeadura direta
  • 5.10 – Tratos culturais
  • 5.11 – Aclimatação
  • 5.12 – Plantio
 
  • 5.1 – Introdução
           O sucesso da lavoura cafeeira depende, entre outros fatores, da boa qualidade das mudas. Ainda que as mesmas apresentem bom aspecto exterior, podem apresentar problemas que só se manifestarão no futuro (doenças, “pião torto”, nematóides, etc), comprometendo todo o investimento. Devido a isto, as mudas só devem ser adquiridas de viveiristas idôneos, a loja JOÃO SHOP  www.joaoshop.com.br  , vende para todo o Brasil mudas de café clonado, caso precise faça contato direto com eles.
           O sistema adensado exige grande necessidade de mudas, o que acaba onerando muito a implantação. Uma alternativa que pode ser realizada nas pequenas propriedades é a produção de mudas pelo próprio cafeicultor, o que gera redução substancial no preço, já que a maior parte do custo de produção é formada pela mão-de-obra, podendo ser aproveitada a disponível na propriedade, principalmente a familiar. Uma opção que pode apresentar bons resultados é a instalação de um viveiro comunitário, onde pequenos agricultores de uma mesma comunidade se unem para a produção de mudas em multirão, entretanto, é fundamental o treinamento e a dedicação dos agricultores.           
           Embora existam sistemas mais sofisticados para produção de mudas, como o viveiro de tubetes, será descrita a produção em saquinhos de polietilieno (10 x 20 cm), por ser mais simples e requerer menor estrutura.
 
  • 5.2 – Semeadura direta x indireta
           Basicamente existem duas formas para a produção de mudas em saquinhos: a semeadura direta e a indireta (ou transplante).
           Na semeadura direta, a semente é depositada diretamente no saquinho. As vantagens (em relação ao transplante) são: menor necessidade de mão-de-obra especializada; menor possibilidade de danos no sistema radicular; menores gastos com germinadores e transplante.
           Na semeadura indireta, a semente é plantada em germinadores com areia, para posterior transplante nos saquinhos. As vantagens são: maior uniformidade das mudas; menor necessidade inicial de irrigação; maior tempo disponível para enchimento dos saquinhos; seleção de plântulas (sementes recém emergidas) sem problemas de raiz; maior quantidade de mudas por Kg de semente; facilidade de emergência das sementes pela não ocorrência de crosta superficial (em solo argiloso).
           Muito se criticado o transplante, pela possibilidade de ocorrência de problemas de raiz (os quais poderão trazer conseqüências desastrosas no futuro), caso a operação não seja bem executada. Existem até estados brasileiros que proibiram esta prática, mas a solução não é eliminar o transplante e sim treinar bem os trabalhadores para que a operação seja eficiente. Mudas provenientes de transplante (bem executado) apresentam percentual de plantas com problemas de raiz bem inferiores ao plantio direto, já que neste sistema não é possível a eliminação das plântulas com sistema radicular deficiente (raiz bifurcada, “cadeirinha”, etc).
           Um sistema intermediário estes dois sistemas é o plantio feito com sementes pré-germinadas. Neste sistema, as sementes são colocadas para germinar entre sacos de estopa cobertos com areia, o que permite observar a germinação. Quanto a semente der início à germinação, ou seja, começar a imitir a radícula, faz-se o plantio nos saquinhos. Com este sistema consegue-se mais uniformidade de mudas sem que seja necessário o transplante.
 
  • 5.3 – Escolha do local
           O local para instalação do viveiro deverá ser de fácilacesso mesmo em época de chuvas. Deve-se evitar baixadas, pois são mais suscetíveis à geadas. O local do viveiro deve ser bem ensolarado, drenado e arejado para evitar doenças. A água para o consumo deverá ser em quantidade suficiente e não poderá ser proveniente de rios, devido à possibilidade de contaminação por nematóides. O local deverá ser cercado para evitar a entrada de animais e pessoas estranhas.
 
  • 5.4 – Cobertura
           A cobertura tem a função de proteger as mudas, principalmente no início, da ação do sol. Pode ser de vários materiais, sendo mais comum o uso de bambu e de telas sintéticas (“sombrite”). A cobertura deve permitir uma insolação em torno de 50%.
           Poderá ser alta (2,0m) ou baixa (0,6 m). A cobertura baixa é de menor custo e facilita a aclimatação, já que os canteiros são cobertos individualmente (deve ser 50 cm mais larga que o canteiro). A cobertura alta permite reduzir a área do viveiro, já que os canteiros podem ser mais próximos uns dos outros, além de facilitar um pouco o manejo, pois os trabalhos são feitos em baixo da cobertura.
           Os canteiros deverão estar no sentido leste-oeste, estando a cobertura no sentido norte-sul.
 
  • 5.5 – Canteiro
           Devem ter cerca de 1,10 m de largura e comprimento variável, não devendo ser muito compridos, a fim de facilitar o manejo. A distância entre os canteiros deve ser de no mínimo 60 cm. Cada metro quadrado de canteiro suporta cerca de 250 mudas.
 
  • 5.6 – Preparo do substrato
           O substrato é a mistura que será usada para enchimento dos saquinhos. Os componentes usados no substrato são: terra, adubo orgânico, adubo químico e calcário. A terra deve ser proveniente de solos com boas características físicas, isento de nematóides (fazer análise prévia), grama seda e tiririca. Eliminar a camada superficial para reduzir a quantidade de sementes de plantas daninhas. Utiliza-se como adubo orgânico o esterco de curral curtido na proporção de 25% da mistura. Para cada metro cúbico do substrato, acrescentar 5 Kg de superfosfato simples e 1 Kg de cloreto de potássio. Em solos ácidos, deve-se acrescentar também 2 Kg de calcário dolomítico/m3. O substrato deve ser peneirado para uniformização da mistura, utilizando-se peneira malha 15 a 20 mm.
           Após a mistura, o substrato deve ser desinfectado para eliminação de plantas daninhas, patógenos e principalmente de nematóides (o solo deve ser isento de nematóides, a desinfecção é uma segunda garantia). Os produtos mais utilizados são o brometo de metila e o dazomet (Basamid). A desinfecção deve ser realizada com o máximo cuidado, pela possibilidade de danos nas mudas e de intoxicação humana, principalmente quando se usa o brometo de metila (este produto será proibido nos próximos anos, pois causa danos à camada de ozônio).
           A desinfecção do substrato é feita com auxílio de lonas plásticas, pois ocorre a emissão de gases tóxicos, devendo ocorrer uma boa vedação para que os gases não escapem (as bordas da lona podem ser vedadas com terra). O brometo de metila é apresentado em latas contendo o produto em forma gás. Para maior segurança na aplicação deste produto, recomenda-se perfurar a lata já dentro da lona plástica com o auxílio de um aplicador simples. Este aplicador é formado por um pedaço de madeira com uma ponta metálica em contato com a lata. Ao pressiona-se a lata por cima da plástico, a mesma é perfurada, deixando o produto escapar. A quantidade de substrato deve ser proporcional ao número de latas (1,75 m3 de substrato para cada lata). No caso do Dasomet, deve-se misturar o produto com o substrato na dosagem de 250 g/m3. A seguir, rega-se a mistura e faz-se a cobertura da mesma com a lona plástica. Depois de 10 a 15 dias, retira-se a lona e faz-se um ótimo revolvimento da mistura para o completo escape dos gases. Dois a três dias após o revolvimento, deve ser feito o teste de germinação (utiliza-se sementes de alface, chicória, cenoura, fumo, etc.). Se ocorrer a germinação normal pode-se fazer a semeadura ou o transplante das mudas.
           Após a desinfeccão do substrato, procede-se o enchimento dos saquinhos, o qual deve ser realizado com o substrato seco. A operação é realizada com auxílio de um funil feito com lata. Cada metro cúbico de substrato é suficiente para se encher aproximadamente 1.200 saquinhos.
 
  • 5.7 – Sementes
           As sementes destinadas à produção de mudas devem ser adquiridas de produtores idôneos a loja JOÃO SHOP, tem a pronta entrega sementes de café a um ótimo preço, acesse e confira: www.joaoshop.com.br
           Para a produção de sementes à nível de propriedade (as quais só devem ser usadas em viveiros não comerciais), deve-se colher os frutos de café no estágio de cereja, de lavouras de boa origem e de características genéticas comprovadas (variedade definida). Os frutos devem ser despolpados (retirada da casca) e degomados (retirada da mucilagem), sendo esta última operação realizada através da fermentação natural da mucilagem, o que ocorre em tanques com água. A seguir, seca-se as sementes à sombra, ficando as mesmas (após a secagem) com uma película superficial chamada de “pergaminho”. As sementes devem ser armazenadas e semeadas sem a retirada do pergaminho, o que poderia danificar a semente.
           Somente deve-se plantar sementes com idade inferior a 6 meses, pois após este período a germinação cai acentuadamente, a não ser que as mesmas sejam armazenadas em câmara fria. Também não se deve tratar as sementes com brometo de metila.
           Cada Kg de sementes produz em média 1500 mudas.
 
  • 5.8 – Semeadura indireta
     
    • 5.8.1 – Germinadores
               Germinadores são estruturas contendo areia, sendo destinados à germinação e emergência das sementes de café. Podem ser feitos de diversos materiais, como madeira, tijolos ou mesmo bambu. Suas dimensões são: 1,1 m de largura, 30 cm de profundidade e comprimento variável, de acordo com a quantidade de mudas a serem produzidas.
               Para semeadura, distribui-se uniformemente 1,5 Kg de sementes por metro quadrado de canteiro, cobrindo-se com 1 cm de areia grossa. Para evitar o impacto das gotas de chuva e auxiliar na manutenção da umidade, sugere-se colocar sacos de estopa sobre a areia. Quando as sementes começarem a emergir, retira-se os sacos e coloca-se uma cobertura para evitar a ação direta do sol.
               Recomenda-se efetuar o tratamento da areia para reduzir a possibilidade de doenças. Pode ser realizado o expurgo químico, rega com produtos a base de PCNB e/ou processo físicos, como a “solarização”, rega com água quente, vapor, etc. Não reutilizar a areia do germinador.
     
    • 5.8.2 – Transplante
  •            É uma operação que deve ser feita com máximo cuidado por trabalhadores qualificados, dada a possibilidade de problemas no sistema radicular, cujos efeitos só surgirão futuramente a campo.
               O transplante é feito quando as plântulas atingem os estágios de “palito-defósforo” ou “orelha de onça”. O primeiro estágio ocorre quando a semente emerge, ficando suspensa pelo caule. O segundo é caracterizado pela “transformação” da semente (cotilédones) em duas folhas de formato arredondado.
               Antes do transplante deve-se cortar a raiz a uma distância de 5 a 7 cm do colo (divisa raiz/caule). Este corte tem a finalidade de retirar a extremidade da raiz, que, por ser mole, pode dobrar durante o transplante, gerando um dos principais defeitos da muda, que é o “pião torto”. Não se deve cortar muito, pois pode ocorrer o bifurcamento da raiz. Deve-se também eliminar as plântula deficientes e imergir as selecionadas em solução contendo fungicidas para prevenção de doenças (benomyl a 0,1 %).
               A operação do transplante é realizada com auxilio de um “chucho”, que é um pequeno cilindro de madeira com a extremidade afilada. Perfura-se a terra dos saquinhos com o chucho e coloca-se a plântula no orifício. A seguir, com uma das mãos deixa-se o colo da plântula no mesmo nível da terra, e com a outra chega-se terra na raiz utilizando o próprio chucho.
     
  • 5.9 – Semeadura direta
           Para a semeadura direta perfura-se a terra dos saquinhos a uma profundidade de 2 cm. Para conseguir maior uniformidade utiliza-se um chucho com um disco de madeira, limitando assim a profundidade do buraco.
           Deposita-se uma ou duas sementes por saquinho. Utilizando-se somente uma semente, deve-se plantar uma parte em um germinador para posterior replantio das falhas. No caso de utilizar duas sementes, posteriormente elimina-se a planta mais fraca. Para evitar a formação de crosta superficial (comum em solos argilosos), recomenda-se fechar os buracos com areia. Após o plantio, cobrem-se os saquinhos com capim seco ou sacos de estopa para manutenção da umidade e proteção contra o impacto das gotas de chuva ou irrigação, os quais devem ser retirados após o início da germinação.
           Mudas provenientes de semeadura direta geralmente apresentam desuniformidade de tamanho. Devido a isto, algum tempo após a germinação, deve-se classificar as mudas pelo desenvolvimento, formando lotes homogêneos. Isto impede que as mudas maiores prejudiquem o desenvolvimento das menores.
 
  • 5.10 – Tratos culturais
           A irrigação deve ser em quantidade suficiente para permitir o bom desenvolvimento das mudas. Após o a semeadura ou transplante a irrigação deve ser diária. Posteriormente aumenta-se o intervalo de rega até que, próximo à retirada das mudas para plantio, seja só o suficiente para as mesmas não murcharem.
           Para a prevenção de doenças, como ferrugem, cercosporiose e bacterioses, recomenda-se pulverizar as mudas periodicamente com fungicidas a base de cobre. Caso aparecem doenças ou pragas efetuar o tratamento químico curativo (ver o item 9 – Doenças ).
           Deve-se evitar o excesso de adubações nitrogenadas, pois podem ocasionar crescimento desproporcional da parte aérea em relação às raízes.
 
  • 5.11 – Aclimatação
           Aclimatação é a adaptação das mudas ao sol. Como as mesmas são produzidas sob cobertura, podem não suportar o plantio no campo a pleno sol. A aclimatação deve ser realizada a partir do segundo par de folhas, através da retirada gradual da cobertura. Quando a cobertura é feita de bambu ou outros materiais equivalentes, raleia-se a mesma gradativamente, até deixar as mudas a pleno sol. Se a cobertura não permitir esta regulagem, como é o caso das telas sintéticas (“sombrite”), faz-se a aclimatação deixando as mudas tomarem sol somente durante um período do dia. Com o tempo, aumenta-se o número de horas de sol diárias, até que as mudas fiquem a pleno sol. A aclimatação dura em média 30 dias.
 
  • 5.12 – Plantio

           Antes de ir a campo, as mudas devem ser classificadas, separando e reecanteirando as menos desenvolvidas para tratamento e posterior aproveitamento.
           O estágio ideal para o plantio a campo são quando as mudas estiverem com 4 a 6 pares de folhas. Estágios mais avançados poderão provocar maior dificuldade de pegamento e desenvolvimento, já que a maior quantidade de folhas não é compensada pelas raízes, as quais estão limitadas pelo saquinho.

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