Camarões – a escolha da espécie a ser criada

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Camarões - a escolha da espécie a ser criada
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Camarões – a escolha da espécie a ser criada

Quando resolvemos criar camarões de água doce, devemos saber quais são os objetivos da criação para escolhermos a espécie que melhores perspectivas de sucesso nos possa apresentar. Para isso, devemos levar em consideração, entre outros, os seguintes pontos ou fatores:
– que tenha valor comercial, quando nosso objetivo for a obtenção de lucros;
– que se adapte bem à região em que pretendemos fazer a criação;
– que seja bastante resistente às condições ambientais e às doenças;
– que seja fecunda, fértil e prolífica;
– que apresente um certo grau de precocidade, não sendo tardia em nenhuma de suas fases de vida ou estágios;
– cuja alimentação não apresente problemas, seja simples e barata como ocorre, normalmente, com as espécies que serão citadas nesta matéria.

As espécies de camarões mais indicadas para a criação comercial ou industrial, pertencem ao gênero Macrobrachium e são originárias das zonas sub-tropicais e tropicais de todo o mundo, o que revela a sua preferência por climas quentes. As que mais apresentam interesse econômico são, atualmente, as de maiores tamanhos.

Existem mais de 100 espécies mas, nesta matéria, abordaremos 3 espécies nativas do Brasil e uma importada da Ásia, o Macrobrachium rosembergii, ou seja, o camarão gigante da Malásia.

Macrobrachium carcinus, conhecido como lagosta ou lagostinha de São Fidelis, no Estado do Rio de Janeiro; pitu, no Nordeste e lagostinha da Ribeira, em São Paulo. É de grande tamanho, podendo alcançar de 250 a mais de 300g e um comprimento de 27cm. É, como já mencionamos, um camarão nativo do Brasil.

Foi pesquisado e criado, durante alguns anos, na Estação Experimental de Guaratiba, no Estado do Rio de Janeiro, apresentando um sério inconveniente para a sua exploração comercial, por ter um ciclo larval muito longo e porque é muito agressivo, quando adulto. É, no entanto, muito fecundo e prolífico, produzindo grande quantidade de ovos, cujo período de incubação é bastante longo. Não se adapta muito bem à criação em cativeiro. É encontrado no Brasil em quase todos os rios que desembocam ou tem seu estuário no mar.

Macrobrachium acanthurus, popularmente conhecido como pitu ou camarão verdadeiro. Pode atingir de 15 a 16cm de comprimento e o peso de 60g. É encontrado em quase todos os rios brasileiros que desembocam no mar, principalmente no estuário do Rio Ribeira de Iguape, no litoral Sul do Estado de São Paulo.

Macrobrachium amazonicum, o camarão canela, é de cor bege claro, transparente, atingindo de 10 a 12cm de comprimento, embora já seja adulto até com 5 ou 6cm. Pode atingir um peso de 12g. Das espécies nativas é, atualmente, a preferida para criações, não apresentando problemas como as 2 espécies já citadas.

Embora menor do que as outras duas espécies, é mais resistente. É a espécie mais indicada para povoamento de lagos, represas e açudes, já sendo bastante abundante nos açudes do Norte e do Nordeste do Brasil, inclusive porque prefere climas quentes e não precisa de água salobra para a sobrevivência de suas larvas.

Macrobrachium rosembergii, conhecido como camarão gigante da Malásia, é originário da Ásia, das regiões Indo-pacíficas sub-tropicais e tropicais. Pode atingir 32cm de comprimento e o elevado peso de 500g, embora leve vários anos para isso. É um animal rústico, precoce (rapidez de crescimento e desenvolvimento), atingindo até 60g de peso, em média, com 8 meses de idade. Sua carne é superior, em qualidade, à do camarão de água salgada. É muito resistente às variações físico-químicas do meio ambiente, ou seja, principalmente do clima e, além disso, não é agressivo. Comercialmente, é aproveitado quando alcança 60g. Atinge, em geral, 20 a 25cm e 80 a 125g, em média, mas os machos podem pesar mais, indo até 200g. Apresenta, ainda, uma série de vantagens:

– é precoce, fecundo, bastante fértil e prolífico, produzindo um grande número de larvas;
– não é agressivo e adapta-se bem à criação em cativeiro;
– alcança bons preços no mercado brasileiro e no internacional, devido ao seu tamanho e à qualidade e sabor da sua carne.

Com exceção do camarão gigante da Malásia, mais de 25 espécies de camarões de água doce, conhecidos por pitus, no Brasil, existem nos rios desde os Estados Unidos até o nosso país. Alguns não precisam de água salobra no seu estado de larvas, mas são as espécies menores.

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