Apesar de resistente à seca, a algarobeira prefere clima úmido

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Em 1986, para alimentar o gado durante um longo período de seca, meu pai comprou vagem de algaroba, planta que passou a ser cultivada na propriedade e tornou-se fonte de alimento para os bovinos em épocas de estiagem. Contudo, recentemente a produção tem sido mínima e estamos enfrentando o quarto ano sem chuva abundante na região agreste paraibana de Curimataú. Será que a falta de polinização é a causa da baixa produtividade das algarobeiras?

A maioria das plantas do gênero Prosopis pode sobreviver em áreas com pouca chuva e longos períodos de seca, características que facilitam seu estabelecimento em locais inóspitos. Entretanto, estudos conduzidos na caatinga, em 2008, mostraram que a algarobeira (Prosopis juliflora) se dá melhor em planícies aluviais, onde se encontram os solos de baixios (arenosos e periodicamente encharcados). No semiárido brasileiro, com pouca chuva e solos mais secos, a algarobeira não têm apresentado bom crescimento, sobretudo na formação de estacas e mourões e no desenvolvimento de uma floração e frutificação abundante. Também, a polinização da algarobeira é de baixa eficiência, apesar de ser realizada por meio de insetos, sendo a abelha (Apis mellifera) o principal deles, e a inflorescência possuir em média 340 flores. Vale salientar que, em condições de boa disponibilidade de umidade no solo, a algarobeira tem ocupado as áreas desmatadas das margens dos rios e riachos do semiárido brasileiro, provocando impacto em matas ciliares. A planta tem se tornado extremamente agressiva e invasora de ambientes aluviais, espalhando-se pelos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e Piauí, com a formação de densos povoamentos e comprometendo a sobrevivência de várias espécies arbóreo-arbustivas nativas do bioma caatinga. De acordo a imagem da foto, é possível observar que a fraca floração/frutificação pode estar ligada à ausência de chuva e à existência de pouca água no solo, que mostra-se ser pedregoso, com rochas aflorando. Outro problema é que as plantas já estão ficando muito adensadas, dificultando entrada de luz, absorção de nutrientes e água, entre outros efeitos negativos. Assim, pode-se fazer um manejo ou raleio, cortando as algarobeiras que florescem e frutificam pouco e as que estão muito próximas uma da outra. A finalidade é abrir mais espaço para o crescimento da copa das plantas remanescentes que apresentam boa produção de frutos.

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