Um bom touro melhora o rebanho

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Um bom touro melhora o rebanho
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Um bom touro melhora o rebanho

A introdução de um bom touro é uma das melhores maneiras de se melhorar o padrão do rebanho. Para que seja feita a melhor escolha do animal a ser introduzido, existem dois métodos mais utilizados:

Escolha pelo parentesco

Se um animal pertence a uma “boa” família, em geral, ele também é um bom animal. Por essa razão, devem ser verificados os seus parentes. Eles podem ser reunidos em três grupos:

a) Os descendentes, que são os filhos e netos. Um reprodutor que já produziu bons filhos, certamente produzirá outros também bons. Essa é uma das mais garantidas formas de escolher um touro, pois seus produtos são a prova de que ele é ou não um bom reprodutor. Muitas vezes é difícil escolher um touro pelos seus filhos, pois quando fica comprovado que eles são bons, o reprodutor normalmente já está velho ou morreu.

Em gado leiteiro, utiliza-se também um sistema muito prático para verificar as qualidades de um touro. Para isso, a produção de um certo número de vacas é comparada com a produção de um mesmo número de novilhas de primeira cria, suas filhas. Se a quantidade de leite produzido pelas novilhas for bem maior do que a das vacas, fica provado que o touro fez aumentar a produção. Nesse caso, ele passa a ser considerado um bom reprodutor, sendo classificado como “provado”. Essa prova permite que seja obtido um touro “provado”, antes dos seis anos de idade e que, portanto, pode ser aproveitado ainda durante muito tempo.

Para gado de corte, pode ser obtido o touro “provado” através da prova de ganho de peso. Para isso, são controlados a alimentação e o peso de cada animal, durante um certo tempo. Os aumentos de peso são comparados e pelos resultados, podem ser avaliadas as qualidades de cada animal e também de sua família. O touro “provado”, por suas qualidades para a reprodução, deve ser aproveitado o máximo possível e de preferência em inseminação artificial.

b) Os ascendentes, isto é, os pais e avós. Se um animal é filho ou neto de reprodutores já reconhecidos como bons, certamente herdará as boas qualidades de seus pais ou avós. Portanto, essa é uma boa maneira de escolher um touro.

c) Os colaterais, ou seja, os irmãos, tios e primos. Quando um touro tem tios ou primos que são bons reprodutores, isto significa que ele é de uma “boa” família. Por isso, também deve ter boas qualidades. Além disso, quando possui irmãos (principalmente sendo de pai e mãe) que são bons animais, a possibilidade dele ser um bom reprodutor é ainda maior.

Apenas pelo parentesco, ou melhor, pelos parentes, é possível fazer uma escolha bem feita de um touro, visando a melhoria de um rebanho. Para ser conhecida com exatidão a origem e o parentesco de um animal, só há um meio: o registro de nascimento, particular ou oficial.

Escolha pelo exame direto do animal

Através desse exame, devemos verificar o seguinte:

a) se o animal é sadio, pois a saúde é o fator mais importante, principalmente na escolha de um reprodutor. Ele deve estar gordo ou “em boas carnes” e ter olhar vivo, pêlos lisos e brilhantes, além de pele fina e macia. É necessário que seja verificado se o animal tomou todas as vacinas indicadas, através dos certificados de vacinação. Caso haja dúvidas, é aconselhável que sejam feitos os exames necessários, o que deve ser providenciado por um médico veterinário. Animais com feridas, machucados, com inchações, calombos, tumores ou com alguma deficiência física, devem ser rejeitados como reprodutores. Quando apresentam vermes ou outros parasitas, o touro deve ser “limpo” primeiro, antes de entrarem na reprodução.

b) Se é bem desenvolvido, forte e de boa conformação. O bom touro possui um corpo comprido, cabeça que demonstra vigor, dando a impressão de que ele é realmente um macho. Seus olhos são grandes e vivos, seu focinho largo e suas narinas bem abertas, permitindo uma boa respiração. Seu “trem” dianteiro deve ser mais desenvolvido que o traseiro (nas raças leiteiras) e o peito bem amplo. Pode ser um tanto barrigudo, o que significa que se alimenta bem. Suas pernas são fortes e bem aprumadas. Touros com aspecto “feminino”, delicado, parecendo vaca, em princípio, não devem ser utilizados como reprodutores.

c) Se tem todos os órgãos da reprodução bem desenvolvidos e em perfeito funcionamento. Touro que só tem um testículo (roncolho) ou que não mostra nenhum, porque estão “recolhidos”, não deve ir para a reprodução: isto é um grave defeito. O animal que apresentar cortes, feridas, infecções, inflamações ou qualquer defeito na “verga”, na bainha ou no saco escrotal, deve ser recusado.

d) Se ele é “ardente”, isto é, se ele está sempre disposto a cobrir as fêmeas que lhe são levadas para o acasalamento. Quando o touro é “frio”, é preciso saber a causa, pois muitas vezes ele pode ser curado.

e) Qual a sua idade, pois deve ser escolhido um animal novo porque, em geral, é mais ativo e ardente. Pode ainda ser aproveitado como reprodutor durante mais tempo, o que é muito importante. Um touro deve iniciar a reprodução com 30 meses de idade e, em geral, serve até os 8 anos. Quando se tratar de um animal de alto valor e em ótimas condições de saúde, pode servir mais cedo e até mais tarde.

f) Se possui o líquido fecundante (esperma, sêmen), com todas as qualidades normais. O exame do sêmen é muito importante e deve ser feito por um veterinário. Embora possua todas as qualidades necessárias, um touro que não tenha o sêmen perfeito, mesmo realizando as coberturas, não pode “enxertar”.

g) Qual a sua raça, se é puro ou mestiço. O mais indicado é o emprego de um touro puro, de uma raça aperfeiçoada. Além de melhorar o rebanho e aumentar a produção, um touro puro, mesmo com vacas comuns ou mestiças, produz filhos mais ou menos com o mesmo tipo. Com isso, portanto, obtém-se um gado com maior uniformidade na conformação e na cor. Não basta apenas que o reprodutor seja puro, mas é preciso que ele também tenha todas as características da raça a que pertença.

Muitas vezes não é possível ter um touro puro, quer devido ao clima, quer em virtude de doenças na região, preços altos, falta de instalações, etc. Nesses casos, deve ser utilizado um touro quase puro, ou puro por cruzas de uma raça especializada. Ele pode transmitir a seus filhos, em maior ou menor grau, as qualidades apresentadas por sua raça, melhorando o tipo e a produção de um rebanho. Deve ser evitado o emprego de reprodutor mestiço ou comum, pois produz filhos dos mais variados tipos e, em geral, de pouca produção.

h) se possui bom temperamento, devendo ser preferido o animal calmo e manso, porque é muito melhor para lidar e seus filhos devem sair também mansos e calmos.

Da escolha do touro depende, em grande parte, o sucesso ou o fracasso do criador. Um bom reprodutor melhora o gado e aumenta a produção, dando maiores lucros. Um mau reprodutor estraga o rebanho e só causa prejuízos.

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