De acordo com o Itaú BBA, a principal causa da baixa nos preços do cereal no último mês do ano passado foi a desvalorização do dólar
O arroz em casca encerrou o ano de 2020 cotado, em média, a R$ 96,85 por saca de 50 kg no Rio Grande do Sul. Mas ao comparar com o mês de novembro, o preço médio foi 6,9% inferior. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento significativo de 102,2% no preço do cereal, de acordo com o Itaú BBA.
Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini
Segundo análise do banco, a queda do preço do arroz no último mês de 2020 se deu pela desvalorização do dólar frente ao real em 3% no mês de dezembro em relação a novembro, impactando os preços de importação do cereal e acomodando as cotações locais nas negociações entre produtor e indústria.
Além da desvalorização do dólar, a queda nos preços da saca de arroz também ocorreu pela redução de negócios, vista as férias coletivas de fim de anos das industrias e também pela expectativa de oferta de arroz das colheitas do Paraguai e do norte de Santa Catarina, que podem reduzir ainda mais as cotações locais do cereal.
A expectativa é que o preço do arroz pode tender em direção à paridade de exportação ao invés das cotações em função da importação, conforme o aumento da oferta em função do andamento da safra e de colheita de algumas regiões no sul do país, aponta o Itaú BBA.
No geral, para a safra no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal, a atenção deverá ser voltada para o clima após a finalização do plantio. Apesar do baixo risco de precipitações diante ao fenômeno La Niña, o sistema de produção por alagamento/irrigação tende a minimizar tais impactos sobre a lavoura.
