A jabuticaba e seu cultivo
A jabuticaba é uma planta brasileira, conhecida há mais de 400 anos, inclusive pelos indígenas que a consumiam e faziam, com ela, uma bebida fermentada. Seus frutos são negros, quando maduros e se fixam em toda a superfície da planta, em suas raízes aéreas, no tronco e em todos os galhos e, por essa razão, quanto maior a árvore, maior poderá ser a sua produção.
Apesar de ótimo sabor, a sua cultura ainda não se desenvolveu como devia, porque é uma planta tardia, levando de 8 a 12 anos para dar sua primeira produção, quando plantada de semente. Por essa razão, deve ser plantada de enxerto.
De clima tropical e subtropical úmido, não suporta nem excesso de umidade nem estiagens prolongadas ou geadas fortes. Com irrigação, pode ser plantada mesmo em regiões secas.
A multiplicação vegetativa da jabuticabeira, isto é, sem o uso de caroços, pode ser feita por mudas que darão plantas de menor porte e que frutificarão mais cedo, mantendo as características ou qualidades da planta-mãe, isto é, da que foi tirada a borbulhia, garfagem ou alporquia. De todos esses processos, o melhor é o da enxertia ou borbulhia, com a retirada de uma borbulhia ou gema, da planta-mãe e a enxertando em um porta enxerto, também chamado de cavalo. Tem a vantagem de podermos fazer a primeira colheita mais cedo, obtermos plantas de menor porte e de melhor qualidade e de podermos conservar todas as características da planta-mãe. Essa enxertia é feita na primavera.
Quando o enxerto pega, a gema começa a brotar. Todos os brotos são eliminados, exceto o broto mais forte que deve ser, como haste única, amarrado a uma estaca, devendo ser deixado crescer a uma altura acima da atingida pela estaca, de mais ou menos 60cm. É feita, então, a poda de formação, na altura da estaca. Devemos deixar 3 ou 4 brotações laterais que nasceram abaixo do ponto de poda, eliminando todas as outras, para que elas formem as pernadas das mudas, sendo assim encaminhada a formação da futura copa da jabuticabeira. O espaçamento adequado é de 9x9m.
Há diversas variedades como a olho-de-boi, por exemplo, às vezes tão grande que “não cabe na boca”, mas considerada “sem graça”, pouco saborosa, e por esse motivo, outras variedades como a sabará, por exemplo, são mais apreciadas, mesmo menores, mas por ser mais saborosa, ter casca fina e ser muito doce. Além do sabor da fruta propriamente dita, ela é muito utilizada para a fabricação de deliciosos licores.
Pode ser atacada pela ferrugem, combatida com produtos à base de cobre, quando as frutas estiverem bem verdes, antes do aparecimento do doença. Pulverizar uma vez e repetir dez dias depois.
