Objetivo é atender aos mercados interno e externo.
Além da carne, a pele do jacaré é valorizada no mercado internacional.
Um frigorífico em Mato Grosso do Sul trabalha para ganhar mercado com a carne de jacaré, que é pouco consumida no país.
O frigorífico de jacarés fica em Corumbá. Os irmãos Weber e Willian Girardi são filhos de um dos sócios da empresa e trabalham no criatório, que tem 79 mil animais da espécie “Caiman yacaré” – o jacaré do Pantanal, como é conhecido.
Logo que nascem, os filhotes são confinados em um cativeiro com 116 baias. Se alimentam uma vez por dia com uma ração de engorda composta de miúdos de boi, vitaminas e aminoácidos.
Assim que começam a ganhar peso, os filhotes são separados por tamanho em baias com 52m² cada. Cada uma delas tem 3.500 litros de água para manter a temperatura dos animais. Eles permanecem no local por cerca de um ano e meio até chegarem no peso e comprimento ideal para o abate.
Com 8 kg e 1,20 metro de comprimento mais ou menos eles podem ser abatidos. O local é o primeiro frigorifico de jacarés de Mato Grosso do Sul e o maior do Brasil, um negócio licenciado pelo Imasul – o Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul.
“As autorizações ambientais junto ao Ibama estão todas regulamentadas”, afirma Sandra Dambros, diretora de licenciamento em substituição Imasul.
A criação começou a partir de ovos de jacaré coletados por fazendeiros e ribeirinhos no Pantanal, que receberam R$ 1,50 por ovo. No ano que vem, diminui coleta na natureza e a reprodução passa a acontecer no próprio criatório, com matrizes selecionadas. As fêmeas ficam em uma baia separada dos outros animais e já passam de dois metros de comprimento.
Em quatro anos foram investidos R$ 35 milhões de recursos próprios da empresa, que já emprega 100 pessoas.
O pessoal trabalha com nove cortes diferentes. Tem o filé da cauda, filé de lombo, filé do dorso e filé mignon, que custam R$ 70 o quilo. Já as coxas, sobrecoxas e aparas saem, em média, por R$ 45 o quilo.
Além da carne, a pele do jacaré também é valorizada, principalmente no mercado internacional. Bem tratada, cada peça, lá fora é vendida por cerca de US$ 200, o que equivale a R$ 600.
“Nós conseguimos contato já com o México, Estados Unidos tem alguns clientes. Esse ano já cheguei a mandar algumas amostras para a Rússia e também para a África do Sul”, explica o gerente operacional, Weber Giradi.
O frigorífico abate em média, 85 animais por dia. Além de Mato Grosso do Sul, a carne também está sendo vendida para outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.