Como criar ovelheiro-gaúcho

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Oriunda dos pampas gaúchos, a raça canina, desenvolvida para diferentes finalidades, sobretudo para o pastoreio, também tem boa adaptação em outras regiões do país.

cão ovelheiro-gaúcho é assim conhecido pela referência ao Rio Grande do Sul, Estado onde a raça surgiu, e aos animais que eram destinados a cuidar, em seus primeiros trabalhos, de pastoreio. Atualmente, no entanto, o nome não define mais a função do cachorro, de somente vigiar ovinos, nem restringe a presença dele à região de origem. O ovelheiro-gaúcho passou a ser empregado no monitoramento de diferentes rebanhos e é encontrado em várias partes do país.

Apesar de a maioria da população de cães ovelheiros-gaúchos ainda ser registrada no Sul e Sudeste, há relatos de existirem exemplares do mamífero vivendo em fazendas do centro-oeste e nordeste brasileiros. Além de ovinos, a raça também ampliou suas habilidades de arrebanhar, conduzir e guardar para bovinos, equinos e outras espécies.

como-criar-ovelheiro-gaucho-edicao-379-maio-2017 (Foto: )Assim, o ovelheiro-gaúcho tornou-se um excelente negócio em potencial em todo o território nacional. A força física e o bom comportamento do cão, combinados com o baixo custo de seu manejo, favorecem a atividade. Enquanto os gastos de rotina na lida se atêm à alimentação e às aplicações de vacinas e controle de ectoparasitas e vermífugos, as vendas têm destino certo. O cão é considerado uma ótima opção para quem necessita de ajuda para tomar conta de animais em áreas rurais.

Peões e capatazes, que conseguiram dar continuidade às boas linhagens utilizadas em trabalhos no campo, puderam obter uma renda adicional com o comércio dos exemplares. Resistente e rústico, importantes características para viver em ambientes hostis, o ovelheiro-gaúcho tem boa capacidade de aprendizado, com facilidade para entender novos comandos sem precisar ser treinado.

Também por ser obediente e tranquilo, pode ser utilizado como guarda de propriedades, incluindo residências. Ao perceber alguma aproximação desconhecida, ele começa a latir para avisar. Fiel e dedicado ao dono e amoroso com crianças, agrada a todos como cão de companhia, outra função atribuída à raça.

As capacidades de guarda e pastoreio do ovelheiro-gaúcho podem ter sido herdadas da scotch collie, raça extinta oriunda da Escócia e do norte da Inglaterra que fez parte da composição do cão brasileiro, assim como o cão da-serra-da-estrela, domesticado há séculos em Portugal para a mesma finalidade. A formação do ovelheiro puro ainda recebeu contribuições das seleções realizadas pelos proprietários e trabalhadores rurais.

“Resistente e rústico, o cão tem boa capacidade de aprendizado, com facilidade para entender novos comandos sem precisar ser treinado”

Embora de origem ainda em pesquisa, sua existência, pelo menos, é considerada muito antiga. Sabe-se que a raça já havia sido fixada por aqui na década de 1890 e não tem parentesco com border collie, smooth collie e cães de pelos curtos. Aliás, quem conhece bem o ovelheiro-gaúcho evita o cruzamento com o border collie, devido ao temperamento diferente que possuem.

O ovelheiro puro possui porte grande e pelos médios com cores variadas – não há cão com somente uma cor. As orelhas são caracterizadas pelas posições ereta, semiereta, em rosa e em botão. Os machos medem de 54 a 64 centímetros de altura e as fêmeas de 50 a 54 centímetros, sendo ambos mais compridos que altos.

Raio X

Criação mínima: um casal
Custo: R$ 800 é o preço médio de um filhote
Retorno: a partir dos 3 meses de idade, quando já é possível avaliar se o cão é para companhia ou pastoreio
Reprodução: machos estão prontos a partir de um ano e meio e fêmeas no segundo cio

Mãos à obra

>>> INÍCIO A escolha correta dos exemplares para começar a criação ajuda na evolução da atividade. Ao adquirir filhotes de um criador idôneo e com referência, dê preferência para os de tamanho médio e mais quietos, porém, que mostrem ser atentos. No caso dos machos, verifique se apresentam patas anteriores grandes. Solicite averiguar como lidam com os cuidados com animais e se foram criados com eles. Observe se correm bem, mantêm a cauda elevada e obedecem a comandos. Para adotar as boas práticas de manejo e a documentação da legitimidade dos cães, faça registro do canil em uma associação específica da raça.

>>> AMBIENTE A rusticidade e a força física do ovelheiro-gaúcho possibilitam ao cão tolerar condições climáticas adversas e locais inóspitos. Embora tenha surgido nos pampas gaúchos, tem capacidade de se adaptar a regiões mais quentes, avançando para o norte do país.

>>> CANIL É útil para o tratamento dos cães e das cadelas em cio ou paridas. Caso contrário, recomenda-se mantê-los livres em contato com outras espécies de animais. O ovelheiro-gaúcho não se importa em ter uma casinha. Basta contar com espaço em uma área coberta, como uma varanda, para ele se acomodar protegendo-se de ventos e chuvas fortes na hora de dormir.

>>> CUIDADOS Seguir um controle de vacinação e aplicação de vermífugos. As medicações devem ser orientadas por um médico-veterinário habilitado para o exercício da profissão.

>>> ALIMENTAÇÃO Comum fornecida para cães em geral. Contudo, opte pelas rações de qualidade para a boa saúde da criação. Há diversas marcas vendidas em lojas de produtos agropecuários, para animais de estimação e até em supermercados. Os filhotes comem três vezes ao dia e os adultos uma vez. Mantenha em potes água fresca e limpa o dia todo.

>>> REPRODUÇÃO Aos dois anos, o cão ovelheiro-gaúcho torna-se adulto, mas os machos já podem se reproduzir após completarem 18 meses e as fêmeas no segundo cio. Assegure que estejam saudáveis, com vacinação e vermifugação em dia. O auxílio de um médico-veterinário é importante para saber se os cães estão prontos para procriar. As fêmeas são colocadas em cria uma vez por ano e a gestação leva cerca de dois meses.

 

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