Como criar diamante-de-gould

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A ave de cores definidas e exuberantes é uma das mais cobiçadas pelos colecionadores para participar de concursos e exposições.

Dá até para desconfiar se não houve algum retoque nas fotos que retratam o diamante-de-gould (Chloebia gouldiae), tão impressionante é a combinação de cores vibrantes das penas da ave. De autoria da natureza, os contornos bem definidos e precisos, no entanto, tiveram uma ajuda do homem. A formação do plantel de colorido exuberante é resultado de anos de dedicação de criadores no cruzamento entre espécies e na seleção de várias gerações.

Mutações com novos tons e marcações surgidas nas últimas décadas aumentaram ainda mais o interesse pela criação do diamante-de-gould. Considerada uma das mais belas aves de gaiola do mundo, tem no verde, amarelo, azul e branco as cores mais comuns para o corpo; laranja, vermelho e preto para a face; e roxo e branco para o peito.

Quando jovem, porém, a plumagem da cabeça e do pescoço é cinza e a das asas e da cauda verdeazeitona. O bico negro tem ponta avermelhada, que mais tarde torna-se amarelo, enquanto pernas e pés são marrom-claros. Nos primeiros 12 dias de vida, o diamante-de-gould passa despido, com a pele cor-de-rosa à mostra.

Para chamar a atenção dos predadores e dar mais segurança aos filhotes, os machos têm um colorido mais intenso que as fêmeas. Com caudas menores, as mães tentam se manter camufladas nos ninhos junto com as crias. Apesar de mais adaptado a gaiolas, o diamante-de-gould pode conviver com outras aves em viveiros, desde que não seja um ambiente com excesso de exemplares e espécies agressivas.

A ave, que mede de 12 a 14 centímetros, tem comportamento dócil, ideal para ser criada em cativeiro. Ao ser domesticada, acostumou-se com a aproximação de pessoas e, por isso, não se mostra arredia na lida diária. Tratada adequadamente, vive por mais de dez anos.

O diamante-de-gould é apreciado como animal de estimação e, para muitos colecionadores, como ave para apresentação em exposições e concursos. De origem australiana, o diamante-de-gould foi descoberto em meados do século XIX pelo ornitólogo britânico John Gould, cuja esposa deu nome ao pássaro.

Mãos à obra

>>> Início No momento da compra, dê preferência para aves adultas, pois os filhotes necessitam de atenção especial no período de mudança de penas. Também evite adquirir exemplares com penas arrepiadas, emboladas ou ausentes pelo corpo e com pés grosseiros. Por ser pouco mais delicada do que a maioria das aves, melhor se o criador contar com alguma experiência com espécies mais rústicas. A criação não exige autorização.

>>> Ambiente Não deixe as instalações da ave em local com correntes de ar, nem mesmo durante os meses com temperatura mais elevada. O lugar, no entanto, deve ser arejado e protegido da incidência de sol forte. Se for algum cômodo ocioso adaptado na residência ou na propriedade rural, precisa contar com janelas. Use telas de 4 milímetros para impedir a entrada de invasores.

>>> Gaiolas A ave se adapta melhor aos pequenos exemplares. Recomenda-se como medidas 60 por 40 por 40 centímetros de tamanho e 12 milímetros (espaçamento da grade). Chamados de voadeiras, vários modelos são vendidos no comércio especializado. Os de arame galvanizado são os mais indicados. Verifique se possuem no piso uma grade sobressalente em bandeja, o que torna a limpeza mais prática.

>>> Acessórios As gaiolas devem ser equipadas com dois poleiros de 10 milímetros de diâmetro cada. Como opção, podem ser usados galhos de árvores bem torneados. Para o banho, disponibilize uma vasilha de plástico, mesmo material para o bebedouro e o comedouro.

>>> Ninho Uma alternativa é usar uma caixa de madeira de 20 por 14 por 14 centímetros. No interior dela, forre com grama japonesa, raízes de capim, corda de sisal desfeita ou material pronto (que pode ser encontrado em lojas especializadas). Inclua uma divisória para formar um local para os ovos e outro para a movimentação dos filhotes. Facilite a circulação de ar deixando três furos nas extremidades da tampa.

>>> Alimentação É baseada em sementes (alpiste, painço branco, painço-português, senha, milheto, gergelim branco e com casca), farinhada (farinha de rosca e de ovo) ou rações balanceadas disponíveis em lojas de produtos agropecuários. Forneça também hortaliças, como jiló, almeirão, catalônia, couve, espinafre, mostarda e chicória, além de frutas, como maçã e pera.

>>> Cuidados Não se esqueça de trocar a água do bebedouro diariamente. Aproveite para limpá-lo usando escova, pincel ou esponja e sabão neutro. Para assegurar a saúde da criação, mergulhe-o em solução de cloro por algumas horas e enxague-o em água corrente. O comedouro também deve ser lavado, mas, no dia a dia, esvazie-o para que não haja acúmulo de pó.

>>> Reprodução Ocorre a partir dos 10 meses de idade da fêmea, que bota de quatro a seis ovos em cinco a seis posturas por ano. É indicado descanso de um mês ao casal após três acasalamentos. Os pais revezam para chocar os ovos, que levam, em geral, 14 dias para incubação. Mas, como a mãe não cuida bem dos filhotes, a recomendação é substituí-la por amas de outras espécies. A cria torna-se independente entre 45 e 50 dias, quando deve ser separada dos pais ou da ama. Com 1 ano de idade, atinge a plumagem completa de adulto.

Raio X

Criação mínima: a partir de 6 casais Custo: cerca de R$ 1.000, sendo o preço inicial de cada matriz R$ 80

Retorno: de 1 a 2 anos

Reprodução: 4 a 6 ovos em 5 a 6 posturas por ano, utilizando ama para criar os filhotes, senão a produção cai para uma a duas vezes por ano

Onde adquirir: em lojas especializadas ou direto com criadores.

 

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