Como criar coelho

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De bom temperamento e rápido para se multiplicar, o mamífero pode ser criado para produzir pele e carne.

 

Dono de uma forma física graciosa, com duas grandes orelhas no topo da cabeça, de pelos macios e de movimentos suaves e, ao mesmo tempo, rápidos, o coelho é um animal que cativa adultos e crianças. Dócil e delicado, o temperamento do mamífero completa as características que o tornam muito querido para companhia, garantindo ao criador um nicho de mercado de comércio rentável com a venda de exemplares.

Entre as oportunidades de investimento em cunicultura, destacam-se por aqui as que estão voltadas para o segmento pet – animal de estimação. Há também raças especializadas para a produção de carne e pele, itens que são obtidos após o abate do animal, além de outras partes do coelho usadas para fabricação de artesanato e insumo para as indústrias têxtil e farmacêutica.

Das mais variadas cores, o coelho de pelo curto (linha rex) é o mais utilizado para produção de pele. No caso da carne, geralmente são usadas raças de porte médio, como nova-zelândia-branco, califórnia e prateado-de- champagne.

Embora a carne seja de alto valor proteico e rica em nutrientes, a pouca familiaridade do paladar brasileiro com o sabor do mamífero limita, pelo menos no curto e médio prazo, o crescimento da demanda. Comparada ao volume da carne de frango, bovina e suína, a de coelho é pouco consumida no Brasil.

Profissionalizada no país desde 1957, a cunicultura é tida como uma alternativa promissora para pequenas propriedades e a agricultura familiar, pois tem custo baixo de implantação, com uso de vegetais para complementar a alimentação à base de ração, e pode ser praticada em locais com pouco espaço e em instalações rústicas. É possível montar o coelhário em sítios, chácaras, áreas suburbanas e quintais com área ociosa. Coelhos não emitem sons e, quando bem manejados, seus dejetos não liberam odores intensos.

Além disso, eles são ótimos procriadores, com média de nascimento de oito láparos por parto. Por isso, para evitar cobrições indesejadas, é necessário separar por sexo os animais com idade superior a 90 dias. Desde os 30 dias de vida, os filhotes já podem ser comercializados como pet ou para criadores dedicados somente à prática de recria. Para quem prefere fornecer reprodutores para a formação de novos plantéis, aos quatro meses as matrizes estão prontas para venda.

MÃOS À OBRA
>>>Início
 Para animal de estimação, há diversas raças e variações, inclusive miniaturas que são bastante recomendadas. Devem ser adquiridas de criatórios idôneos, para assegurar a qualidade e a condição livre de doenças das matrizes. Também é importante saber a origem dos animais, a fim de garantir a pureza racial e evitar consanguinidade na realização de novos cruzamentos. Comece com dois reprodutores, sendo um de reserva, para se precaver se houver problema com o primeiro. São dez matrizes para cobertura a cada 60 dias (30 dias após o parto). Por coelha, obtêm-se anualmente seis procriações e 48 filhotes, ou um total de 480 coelhos.

>>>Ambiente São indicados locais arejados, com temperatura entre 15 ºC e 2 5 ºC e boa luminosidade. Evite lugares com muito movimento na vizinhança ou com barulho que possa estressar os coelhos.

>>>Coelhário Instale em local que possa ser ampliado, caso haja necessidade de expandir a atividade. Um galpão aberto ou semiaberto com 9 x 2 metros de área para 30 gaiolas tem capacidade para acomodar o plantel inicial de dez matrizes e dois reprodutores, para a geração de 480 láparos por ano. O coelhário deve ser implantado na posição leste-oeste, evitando a incidência de raios solares diretos, além de ser protegido contra ventos, sobretudo em regiões frias e de inverno rigoroso. Quebra-ventos, como árvores e arbustos plantados em volta, ajudam a bloquear correntes de ar. Use tela de arame nas laterais a fim de impedir fugas e o acesso de predadores e cortinas móveis que auxiliam no controle da temperatura interna.

>>>Gaiolas Podem ser de madeira ou outros materiais, embora as ideais sejam de arame galvanizado, pela facilidade na limpeza. Individualmente, aloje os reprodutores e as matrizes em gaiolas com 60 x 60 x 40 centímetros. Para acomodar uma fêmea e o ninho interno com filhotes, as medidas são 60 x 80 x 40 centímetros, mesmo tamanho adequado para a engorda de até seis coelhos. As gaiolas precisam contar com bebedouros automáticos e comedouros semiautomáticos de metal.

>>>Alimentação Ração peletizada é ideal para alimentar coelhos, que são animais que respiram enquanto estão ingerindo a comida. A inalação do pó de dietas fareladas pode causar infecção das vias aéreas superiores e, consequentemente, perdas na produção. Reduza gastos fornecendo forrageiras na forma de feno, ou natural, como substituição parcial da ração.

>>>Reprodução Além de serem prolíficos, os coelhos atingem a maturidade sexual precocemente. No entanto, o acasalamento das fêmeas deve ocorrer a partir dos cinco meses de idade e o dos machos a partir de seis meses. A gestação leva 30 dias e, logo após o parto de oito láparos, em média, a coelha já está apta a conceber novamente. No entanto, recomenda-se nova cobertura depois de 15 a 30 dias em sistemas mais e menos intensificados, respectivamente. Com 21 dias, os filhotes saem do ninho, comem ração e bebem água e, entre 30 e 35 dias, são desmamados.

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