Camarões – a escolha da espécie a ser criada
Camarões – a escolha da espécie a ser criada
As espécies de camarões mais indicadas para a criação comercial ou industrial, pertencem ao gênero Macrobrachium e são originárias das zonas sub-tropicais e tropicais de todo o mundo, o que revela a sua preferência por climas quentes. As que mais apresentam interesse econômico são, atualmente, as de maiores tamanhos.
Existem mais de 100 espécies mas, nesta matéria, abordaremos 3 espécies nativas do Brasil e uma importada da Ásia, o Macrobrachium rosembergii, ou seja, o camarão gigante da Malásia.
Macrobrachium carcinus, conhecido como lagosta ou lagostinha de São Fidelis, no Estado do Rio de Janeiro; pitu, no Nordeste e lagostinha da Ribeira, em São Paulo. É de grande tamanho, podendo alcançar de 250 a mais de 300g e um comprimento de 27cm. É, como já mencionamos, um camarão nativo do Brasil.
Foi pesquisado e criado, durante alguns anos, na Estação Experimental de Guaratiba, no Estado do Rio de Janeiro, apresentando um sério inconveniente para a sua exploração comercial, por ter um ciclo larval muito longo e porque é muito agressivo, quando adulto. É, no entanto, muito fecundo e prolífico, produzindo grande quantidade de ovos, cujo período de incubação é bastante longo. Não se adapta muito bem à criação em cativeiro. É encontrado no Brasil em quase todos os rios que desembocam ou tem seu estuário no mar.
Macrobrachium acanthurus, popularmente conhecido como pitu ou camarão verdadeiro. Pode atingir de 15 a 16cm de comprimento e o peso de 60g. É encontrado em quase todos os rios brasileiros que desembocam no mar, principalmente no estuário do Rio Ribeira de Iguape, no litoral Sul do Estado de São Paulo.
Macrobrachium amazonicum, o camarão canela, é de cor bege claro, transparente, atingindo de 10 a 12cm de comprimento, embora já seja adulto até com 5 ou 6cm. Pode atingir um peso de 12g. Das espécies nativas é, atualmente, a preferida para criações, não apresentando problemas como as 2 espécies já citadas.
Embora menor do que as outras duas espécies, é mais resistente. É a espécie mais indicada para povoamento de lagos, represas e açudes, já sendo bastante abundante nos açudes do Norte e do Nordeste do Brasil, inclusive porque prefere climas quentes e não precisa de água salobra para a sobrevivência de suas larvas.
Macrobrachium rosembergii, conhecido como camarão gigante da Malásia, é originário da Ásia, das regiões Indo-pacíficas sub-tropicais e tropicais. Pode atingir 32cm de comprimento e o elevado peso de 500g, embora leve vários anos para isso. É um animal rústico, precoce (rapidez de crescimento e desenvolvimento), atingindo até 60g de peso, em média, com 8 meses de idade. Sua carne é superior, em qualidade, à do camarão de água salgada. É muito resistente às variações físico-químicas do meio ambiente, ou seja, principalmente do clima e, além disso, não é agressivo. Comercialmente, é aproveitado quando alcança 60g. Atinge, em geral, 20 a 25cm e 80 a 125g, em média, mas os machos podem pesar mais, indo até 200g. Apresenta, ainda, uma série de vantagens:
Com exceção do camarão gigante da Malásia, mais de 25 espécies de camarões de água doce, conhecidos por pitus, no Brasil, existem nos rios desde os Estados Unidos até o nosso país. Alguns não precisam de água salobra no seu estado de larvas, mas são as espécies menores.
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