Como criar pato

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Atividade de baixo custo tem manejo realizado ao ar livre e sem necessidade de cercados, mas precisa de um ambiente aquático.

 

Pela semelhança que há entre as várias aves aquáticas, muitas chegam a ser confundidas. A presença de carúnculas (verrugas avermelhadas) sobre o bico e em volta dos olhos ajuda na distinção dos patos, consideradas, entre as aves da espécie, uma das mais fáceis para ser criadas. A lida com os animais demanda orçamento baixo e pode ser realizada em local com pouco espaço. Sem necessidade de muita prática para iniciar a atividade, o produtor interessado no manejo de patos deve responder, ao menos, a uma exigência: contar com um ambiente aquático. Se o sítio, chácara, fazenda ou propriedade não tiver um lago, basta improvisar um pequeno tanque com água para que os animais possam se reproduzir e nadar de vez em quando.

De resto, dada a rusticidade da ave, que se adapta a qualquer tipo de clima, não é preciso muito investimento nem experiência para se tornar criador. Com materiais existentes no próprio local, pode-se construir, dentro de uma área de 20 metros quadrados, um abrigo usando tijolos, sarrafos de madeira, tela de arame e telhas de barro (que são mais frescas em comparação às de amianto).

Pouco vulneráveis à incidência de doenças e sem restrições alimentares, os patos também não têm custos altos na criação durante o crescimento e a fase de engorda, na qual os machos se desenvolvem mais rápido que as fêmeas. Hortaliças e grãos são opções para complementar o fornecimento diário de ração, que deve ser balanceada.

Os ovos, ricos em proteínas, são considerados muito nutritivos e fortificantes, bons para quem tem anemia. São vendidos em feiras livres, casas de aves e direto pelos próprios criadores. Apreciada a ponto de ter procura maior que a oferta no varejo especializado e em grandes supermercados, a carne da ave é muito saborosa. Pode ainda aumentar a maciez e diminuir as fibras se o abate for realizado entre os 100 e os 120 dias de vida.
Somente com vendas para o mercado local, os ovos e as carnes são fontes de receita da atividade, considerada lucrativa. As chances são de, em poucos meses, obter de volta o montante aplicado inicialmente e, em um ano de criação, pode-se até conseguir o retorno dobrado dos recursos.

A oportunidade de negócios aumenta se fizer parte do empreendimento o comércio de penas, que servem para compor travesseiros e edredons. Contudo, como as confecções adquirem plumas em grandes volumes, é necessário, neste caso, que a produção seja realizada em larga escala.

Raio-X

>>> Criação Mínima: um macho e quatro fêmeas

>>> Custo: o preço médio do macho é de R$ 40 e o da fêmea R$ 50

>>> Retorno: um ano

>>> Reprodução: quatro posturas por ano

Mãos à obra

>>> INÍCIO Entre as raças de cores variadas mais comuns encontradas aqui estão a doméstica, também conhecida como caipira, oriunda do cruzamento de patos da América do Sul; o moscovy, ou muské, de origem europeia; e o alemão, que é branco e de tamanho grande. Carina moschata e putrião são patos selvagens nativos da fauna brasileira protegidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Por isso, para criação, ambos precisa de autorização do órgão gestor da fauna do Estado.

>>> AMBIENTE Como são rústicos, os patos apresentam boa adaptação a diferentes climas e regiões. No entanto, é importante que no local haja espaço com água para que as aves possam nadar e se reproduzir. Em terrenos com alguma inclinação, a cada troca de penas, é preciso cortar as de guia em uma das asas, para impedir que a ave alce voos acima dos cercados.

>>> ESTRUTURA As medidas mínimas para um cercado são de 3 por 4 metros de área e 2,5 metros de altura, com duas paredes interligadas na transversal feitas de tijolos ou madeiras, para proteger a criação de ventos fortes. Do lado oposto, use tela de arame para levantar as laterais. Para que as aves não fiquem expostas ao sol e chuva intensos, o canto murado pode ser aproveitado para montar um abrigo com ninho, bebedouro e comedouro.

>>> ÁGUA O pato precisa de água por perto. Pode ser um pequeno lago natural ou, se for o caso, instale dentro do cativeiro um tanque com 1 metro quadrado e, no mínimo, 20 centímetros de profundidade.

>>> ALIMENTAÇÃO Não pode faltar, pois, caso contrário, favorece um tipo de atrofiamento das pernas da ave. Para filhotes, ofereça ração inicial seguindo as orientações de quantidade na embalagem do fabricante. Complemente com hortaliças bem picadas. Ao passar para a ração de crescimento, continue com a adição de hortaliças e acrescente milho, trigo e aveia. Quando adultos, forneça ração de engorda para exemplares destinados para o abate e, para as fêmeas aumentarem a produção de ovos, sirva a de postura.

>>> CUIDADOS Para prevenir verminoses, duas vezes por ano aplique um vermífugo no começo e no fim da postura. Apesar de serem aves aquáticas, os filhotes de patos não podem ter contato com a água nos primeiros 15 dias de vida. Nesse período, eles ainda não possuem pele com cobertura suficiente de penugem impermeável. Mantenha o comedouro sempre limpo e longe de contaminações, a fim de garantir aves saudáveis e robustas.

>>> REPRODUÇÃO Ocorre na água, quando as aves atingem sete meses de idade. O pato chega a acasalar até quatro fêmeas, que são ótimas mães. Realizam quatro posturas por ano, rendendo um total próximo a 50 patinhos. Após cerca de 32 dias de choco, os filhotes nascem e já estão prontos para beber água e comer ração de crescimento no segundo dia de vida.

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