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Safra 2020 terá recorde de 252 milhões de toneladas, prevê IBGE

Safra 2020 terá recorde de 252 milhões de toneladas, prevê IBGE

Os produtores brasileiros devem colher 65,2 milhões de hectares

 

A safra agrícola de 2020 deverá totalizar 252,0 milhões de toneladas, uma alta de 4,4% em relação ao resultado de 2019, o equivalente a 10,5 milhões de toneladas a mais. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e confirmam o recorde na série histórica, iniciada em 1975.

Em relação ao levantamento de agosto, houve elevação de 0,1% na estimativa para a produção deste ano, o equivalente a 296,1 mil toneladas a mais. Além disso, os produtores brasileiros devem colher 65,2 milhões de hectares na safra agrícola de 2020, uma elevação de 3,1% em relação à área colhida em 2019. O resultado representa 2,0 milhões de hectares a mais em um ano. Em relação ao Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto, a alta foi de apenas 43,9 mil hectares, ou 0,1%.

Milho

A segunda safra de milho em 2020 será de 73,9 milhões de toneladas, queda de 0,9% ante 2019, segundo o levantamento do IBGE. A estimativa de setembro ficou 0,4%, ou 272,7 mil toneladas, acima da de agosto. Com isso, a safra total de milho deverá somar 100,5 milhões de toneladas, queda de 0,1% ante 2019, mas será a segunda maior da série histórica do IBGE, atrás apenas do ano passado. O LSPA de setembro aponta para uma área total plantada de milho de 18,2 milhões de hectares, com queda de 3,2% no rendimento médio, embora haja aumentos de 2,7% na área a ser plantada e de 3,2% na área a ser colhida, na comparação com 2019.

A primeira safra deverá participar com 26,4% da produção brasileira de 2020 e, a segunda, com 73,6%.No LSPA de setembro, o IBGE revisou a produção da primeira safra de milho para 26,5 milhões de toneladas, declínio de 0,1% em relação a agosto – mas alta de 2,0% em relação a 2019.Já a segunda safra foi revista para cima no LSPA de setembro, com estimativa de 73,9 milhões de toneladas, alta de 0,4% em relação à de agosto (272,7 mil toneladas a mais), mas uma queda de 0,9% ante 2019. Também na comparação com o ano passado, o rendimento médio caiu 4,0%.

Soja

O IBGE revisou para cima, em 0,3%, sua estimativa para a safra recorde de soja neste ano. A produção de soja, já colhida, somou 121,4 milhões de toneladas, alta de 7,0% em relação à safra de 2019.A alta de 0,3% na estimativa para a soja no LSPA de setembro ante o de agosto foi puxada pelos dados dos seguintes Estados: “Bahia (1,5% ou 92,5 mil), Minas Gerais (3,1% ou 185,7 mil toneladas), Paraná (0,1% ou 18,6 mil toneladas) e Mato Grosso (0,6% ou 222,1 mil toneladas)”, segundo a nota do IBGE.

Por outro lado, houve quedas nas estimativas para São Paulo (-2,2% ou 89,5 mil toneladas) e no Rio Grande do Sul (-0,1% ou 8,6 mil toneladas). “A produção da leguminosa só não foi maior devido à queda de 39,4% (ou 7,3 milhões de toneladas) na produção gaúcha, devido à estiagem, que também afetou o rendimento médio do grão, que deve ficar em 1.882 kg/ha, 40,8% abaixo da média de 2019 (3 178 kg/ha)”, diz a nota do IBGE.

Algodão

O IBGE também revisou para cima, em 2,4%, a estimativa para a produção de algodão herbáceo (em caroço), na comparação do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro com o de agosto. Em setembro, o IBGE estimou uma produção de 7,1 milhões de toneladas, recorde na série histórica iniciada em 1975. “Não houve modificação em relação à área plantada (1,6 milhão de hectares) e à área a ser colhida, mas o rendimento médio deve subir 2,4%, chegando a 4.339 kg/ha”, diz a nota divulgada pelo IBGE.

Segundo o instituto, em Mato Grosso, maior produtor do País (68,8% do total), a estimativa de produção teve alta de 2,5% em relação à de agosto, atingindo 4,9 milhões de toneladas – avanço de 4,6% frente a 2019. “A Bahia, segundo maior produtor (21,0% do total), teve aumento de 3,1% frente à previsão de agosto, atingindo 1,5 milhão de toneladas, e de 0,3% em relação a 2019”, diz a nota do IBGE.

Café

O instituto revisou para cima, em 1,7%, a estimativa para a produção de café, na comparação do LSPA de setembro com o de agosto. Em setembro, o IBGE estimou uma produção de 3,6 milhões de toneladas, ou 60,6 milhões de sacas de 60 kg, recorde na série histórica iniciada em 1975. Devido à bienualidade na colheita, a alta em relação à safra de 2019 será de 21,5% .

Na passagem do LSPA de agosto para o de setembro, “a área plantada teve declínio de 0,6%, alcançando 1,9 milhão de hectares, porém o rendimento médio aumentou 2,2%, para 1.925 kg/ha”, informou, em nota, o IBGE. Na comparação com 2019, a área plantada aumentou 4,2%, enquanto o rendimento médio cresceu 16,7%.

Para o café arábica, a produção estimada no LSPA de setembro foi de 2,8 milhões de toneladas, ou 46,1 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 2,4% em relação ao mês anterior. “A maior variação do mês coube a Minas Gerais, maior produtor nacional do café arábica (71,1% do total), com alta de 1,6% em relação a agosto e de 32,6% em relação a 2019, e produção estimada em 2,0 milhões de toneladas. Em São Paulo, segundo maior produtor, a alta foi de 5,9% em relação a agosto e de 39,7% em relação a 2019, devendo alcançar 370,0 mil toneladas”, diz a nota do IBGE.

Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção no LSPA de setembro, de 870,6 mil toneladas, ou 14,5 milhões de sacas de 60 kg, apresenta queda de 0,5% em relação a agosto e de 5,7% em relação ao ano anterior.

Outras culturas

O IBGE ajustou para baixo, em 5,4%, a estimativa para a produção de trigo na comparação do LSPA de setembro com o de agosto. Em setembro, o IBGE estimou uma produção de 6,8 milhões de toneladas, o que ainda representa uma alta de 30,6% ante a safra de 2019. “A região Sul deve responder por 88,0% da produção tritícola nacional, e no Paraná, maior produtor (48,6% do total) estima-se uma produção de 3,3 milhões de toneladas, com queda de 4,4% em relação a agosto, mas alta de 55,8% frente a 2019”, diz a nota divulgada pelo IBGE.

A estimativa da produção da aveia foi de 1,0 milhão de toneladas no LSPA de setembro, queda 4,3% em relação ao mês anterior. “O clima adverso também comprometeu as produções do Rio Grande do Sul e do Paraná, maiores produtores brasileiros do cereal, com estimativas de 713,0 e 203,0 mil toneladas, respectivamente. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira da aveia deve crescer 14,4%”, diz o IBGE.

Outro cereal de inverno, a cevada teve a produção estimada em 412,3 mil toneladas no LSPA de setembro, recuo de 1,5% em relação ao mês anterior. “Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 289,7 mil toneladas, e Rio Grande do Sul, com 108,6 mil toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira da cevada deve apresentar crescimento de 3,0%”, diz a nota do IBGE.

O IBGE também reviu para baixo a produção de laranja, estimada 17,0 milhões de toneladas, ou 416,7 milhões de caixas de 40,8 kg, no LSPA de setembro, uma queda de 7,5% em relação ao mês anterior, com reduções de 1,8% na área plantada e 5,8% no rendimento médio das lavouras.

 

 

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