Camarões de água doce – escolha dos reprodutores e seleção

Os tanques para recria ou engorda dos camarões são escavações feitas na terra ou, então, construídas por meio de diques e depois cheias de água com as características exigidas por esse tipo de criação e nos quais são colocadas as poslarvas para a recria e engorda. Devem ter as seguintes características:

– paredes e fundo de terra nua e com certa inclinação, para evitar desmoronamentos;

– bordas a 50cm acima do nível da água;

– o formato pode ser quadrado, redondo ou retangular, embora sejam considerados melhores estes últimos, com o fundo regular, bem liso e compactado;

– deve haver um ligeiro declive no fundo (2 a 3%), no sentido da entrada para a saída da água, sem buracos, pedras, paus ou outros detritos, porque esse formato facilita as despescas com rede de arrasto;

– não devem ter cantos vivos e sim arredondados, para evitar que neles se acumulem poslarvas ou camarões, o que pode provocar até mesmo a morte dos camarões;

– sua construção deve ser feita de acordo com uma série de fatores como perfil, forma, tamanho, tipo de terreno, etc., não havendo normas rígidas para essa escolha;

– Suas bordas devem ser gramadas, mas devemos evitar sua invasão por plantas que se protejam sobre a água, como o capim angola, por exemplo.

Naturalmente, o tamanho do tanque de recria é calculado de acordo com a sua capacidade de abrigar as poslarvas e que, por metro quadrado, é de 10 a 50 poslarvas de M.acanthurus e M.amazonicusm e de 10 a 20 de M.carcinus e de M.rosembergii. A mortalidade atinge, nesses tanques, a 40 ou 50%.

Tamanhos ou medidas

Variam de acordo com o desejo do criador, as necessidades da criação, condições do terreno, etc. O melhor, no entanto, é padronizar os tanques de cada categoria ou tipo, construindo-os com as mesmas especificações, ou seja, as mesmas características e os mesmo tamanhos, mas não devem ser muito grandes, pois estes apresentam uma série de inconvenientes, sendo de manejo bem mais difícil.

Esses tanques podem, normalmente, ter de 1.000 a 5.000m² embora, em casos especiais, possam ser bem maiores, de 1 até 1,5 hectare. Em criações caseiras, eles podem ser bem menores e de outro tipo, como caixas d”água de fibrocimento de 1.000 litros.

A profundidade aconselhável é de 75 a 90cm ou, no máximo, 1,20m. Quando muito rasos, suas águas podem ficar muito quentes e a luz, chegando ao seu fundo, concorre para um maior crescimento de plantas, o que é prejudicial aos camarões e dificulta o seu manejo.