Tudo sobre candiru, o “peixe vampiro” da Amazônia

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Entenda quais são os hábitos de vida desse peixe de água doce e os verdadeiros riscos que ele oferece aos banhistas

Além de onças, jaracacas e jacarés, existe um pequeno peixe que assusta os banhistas da região amazônica: o candiru. Embora não ultrapasse os dez centímetros de comprimento, esse parasita causa grande preocupação às populações ribeirinhas. Isso porque elas acreditam que o peixe é capaz de entrar na vagina ou na uretra humana, comendo-as de dentro para fora.

Segundo Hélio Beltrão e Kedma Yamamoto, do Departamento de Ciências Pesqueiras da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), existem poucos fatos documentados sobre esses peixes, ao passo que sobram crenças populares.

Os pesquisadores afirmam existir poucas espécies de peixes que se alimentam exclusivamente do sangue de outros peixes, como é o caso do candiru. Por isso, eles também são chamados de “peixes-vampiro”. Os candirus são bagres de pequeno porte encontrados em água doce, principalemente nos rios da Bacia Amazônica.

A espécie ainda é pouco conhecida pela academia, pois vive, geralmente, em águas turvas. Seus corpos são alongados, quase transparentes e cobertos por uma camada de muco — substância lubrificante que reveste o animal e o torna escorregadio. O tamanho varia entre dois e dez centímetros de comprimento, de acordo com a espécie, sendo a mais popular a Vandellia cirrhosa.

O que há publicado cientificamente é que os candirus se alojam, normalmente, nas brânquias de outros peixes. Uma vez nesse local, eles mordem uma das artérias do animal hospedeiro e passam a sugar o sangue como alimento. “Não se sabe que mecanismos sensoriais eles usam para procurar hospedeiros, mas é quase certo que a percepção química — que alguns chamam de ‘olfato’ — seja um deles”, dizem os especialistas.

Os pesquisadores afirmam existir relatos de que esses bagres são atraídos para as brânquias de outros peixes por sentirem a amônia que é excretada pelo órgão. Embora não existam evidências científicas sobre essa a atração dos peixes por amônia, ela é utilizada como justificativa para o medo dos ribeirinhos.

“Pela falta de registros, não dá para confirmar ou desmentir esses temores a respeito do candiru. Até existem citações em artigos de jornais e livros sobre a entrada dos peixes na uretra humana, mas isso é extremamente excepcional. Um dos poucos casos registrados foi tratado pelo médico urologista Anoar Samad, em Manaus”, afirmam.

A dupla de pesquisadores diz que os ataques são extremamente raros, mas, quando houve registros, os pacientes relataram dores e os peixes tiveram que ser retirados em cirurgias. Portanto, eles recomendam aos banhistas que evitem tomar banho nus em rios.

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