Raio-X da safra: no Centro-Oeste, colheita tardia de soja é recheada de otimismo

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Raio-X da safra: no Centro-Oeste, colheita tardia de soja é recheada de otimismo
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Produtores estão confiantes em boa produtividade e não veem problema em colher mais rápido, se for necessário

No Centro-Oeste, a expectativa em todos os Estados é de uma safra de soja com excelentes resultados. Em Goiás, o governo interferiu, antecipou o vazio sanitário em cinco dias, e a soja foi plantada dentro da janela ideal.

O agricultor Adriano Barzotto, de Rio Verde, está cultivando nesta safra 8 mil hectares de soja e 7 mil hectares de milho. Ele espera uma produtividade média de 65 sacas por hectare de soja e 120 sacas por hectare de milho.

“Plantamos a soja dentro da janela ideal para a região e, se houver atraso na colheita, vamos correr e buscar tecnologias para o plantio do milho safrinha. Vai ser uma bela safra goiana”, diz ele.

Adriano iniciou a semeadura da soja em outubro e o milho, no mês seguinte. “Com medo da estiagem, alguns produtores se adiantaram e plantaram a soja no final de setembro, quando deu uma chuva. Mas logo depois tivemos um período de estiagem de cerca de 20 dias e essas lavouras, que foram colhidas em janeiro, tiveram pequenos prejuízos no rendimento, com médias de 45 a 50 sacas por hectare. O que foi plantado em outubro vai ter um rendimento melhor, acima de 60 sacas por hectare”, afirma.”

O produtor finalizou o plantio de soja na primeira quinzena de novembro, dentro da janela ideal, e também iniciou a colheita em janeiro. Assim que terminar, no final de fevereiro, vai cultivar milho safrinha.

Rentabilidade no radar

Segundo Adriano, que é presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), há anos a rentabilidade do agricultor não era tão boa. “O produtor vai ter boas margens e voltar aos patamares de alguns anos atrás”, afirma.

Em Goiás, a produção 2019/2020 deve chegar a 24,6 milhões de toneladas, com destaque para a soja, com 12 milhões de toneladas, e 2,3 milhões de toneladas de milho da primeira safra. A área cultivada aumentou 1,7% em relação à safra anterior, com 3,4 milhões de hectares. Já na safrinha, de acordo com a Aprosoja-GO, a projeção é que sejam cultivados 1,5 milhão de hectares e a produção alcance 8,6 milhões de toneladas.

Veranico no MS

Na parte sul do Mato Grosso do Sul, a ocorrência de veranico entre outubro e novembro, seguido do excesso de chuvas em meados de dezembro, dificultou a conclusão do plantio da soja na janela ideal. Como a soja está sendo colhida mais tarde, os produtores que semearem o milho na sequência da oleaginosa terão de contar com chuvas em abril e maio.

Outro risco é enfrentar geada em junho, segundo informações do sistema de previsão de geadas da Embrapa Agropecuária Oeste. O frio coincide com os momentos finais de desenvolvido do grão, quando a lavoura se torna extremamente sensível a baixas temperaturas, podendo levar a perdas significativas.

 

Pelas previsões da Embrapa, há 96% de chances de ocorrer pelo menos uma geada e 74% de probabilidade de que essa geada ocorra em condições de temperatura abaixo de 1ºC.

Atraso na colheita em MT

Em Mato Grosso, o clima ajudou os produtores rurais. Eles deixaram a soja mais tempo no campo e, com isso, tiveram maiores produtividades. Em algumas áreas, os rendimentos prometem novos recordes.

Na safra 2020, a Terra Santa Agro está cultivando 80 mil hectares de soja em sete fazendas espalhadas pelo Estado de Mato Grosso. O plantio ocorreu dentro da janela ideal para a região – terminou no dia 3 de novembro –, e a colheita, que começou no dia 21 de dezembro, estava em 26% até o fim de janeiro.

No ano passado, na mesma época, 33% já estavam colhidos. Mas nada parece atrapalhar os planos dos produtores mato-grossenses. A produção de soja deve ser de 33 milhões de toneladas, 2,9% maior que em 2018/2019. O ritmo mais lento na colheita foi propício para a cultura, segundo a empresa.

Segundo Marcelo Lambrecht, diretor administrativo da Terra Santa Agro, a produtividade nesta temporada será maior que na safra anterior (56 sacas por hectare para o Estado e 59 sacas por hectare nas fazendas do grupo) e deve ultrapassar 60 sacas por hectare. “Já esperávamos um rendimento melhor, mas os primeiros números superaram nossas expectativas. Está pintando uma supersara”, afirma Marcelo.

Segunda safra à vista

Em todo o Estado, a colheita está mais lenta. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea), 6% dos 9,78 milhões de hectares cultivados com soja nesta safra tinham sido colhidos até o dia 22 de janeiro. No mesmo período de 2019, eram 12%. “Se for o caso, a colheita será acelerada”, diz.

O atraso, segundo Marcelo, não ameaça a janela de plantio da segunda safra de milho do grupo, que vai cultivar 26 mil hectares. “O milho se adapta mais fácil. Estamos confortáveis em relação aos prazos de plantio”, explica. “O algodão safrinha, por exemplo, é uma cultura mais delicada e que preocupa muito mais que o milho”, diz ele. Na segunda safra 2020, o grupo vai cultivar 40 mil hectares com algodão.

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