Negociações da Terra Santa com a China começaram a ser retomadas

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Fluxo dos embarques de algodão para a China está ganhando mais fôlego após crise e empresa prevê aumento de 10% no plantio da safra 2020/2021

Uma das maiores companhias produtoras de algodão do Brasil, a Terra Santa Agro, está retomando as exportações para a China, que é um dos maiores consumidores do produto brasileiro, informou nesta terça-feira (31/3), o CEO da empresa, José Humberto Theodoro Junior. Alguns embarques, segundo ele, tiveram atrasos, no início do ano, período em que a China enfrentou o auge da pandemia do novo coronavírus, mas na semana passada, o fluxo de navios começou a ser retomado, com uma ligeira recuperação do prêmio, com médias acima de 400 pontos, na Bolsa de Nova York.

O que está sendo enviado à China agora são lotes residuais da safra 2018/2019, o chamado saldo final de safra. “Houve certo atraso nos embarques durante os primeiros meses do ano, mas na semana passada já percebemos uma movimentação de retomada das empresas chinesas”, explicou o executivo. O país asiático recebe cerca de 31% do algodão produzido no Brasil. “Acreditamos na retomada do mercado nas próximas semanas”.

O otimismo de Theodoro Junior vem do campo. Mesmo com o avanço da pandemia pelo Brasil, a empresa não suspendeu o trabalho nas lavouras, localizadas em Mato Grosso. A safra 2019/2020, que será colhida nos meses de junho e julho próximos, deve ser maior que a anterior, que produziu 155 mil toneladas, porque a área plantada também foi maior: saltou de 35,9 mil hectares em 2018/2019 para 40,2 mil hectares na atual temporada. Ainda, de acordo com o executivo, 70% da produção esperada já estão com os preços fixados no mercado.

Nesta temporada, a safra de algodão da Terra Santa Agro sofreu um atraso no plantio devido ao prolongamento da safra de soja e ao excesso de chuvas registrado em Mato Grosso, em janeiro, mas ainda assim, o algodão foi plantado dentro de uma janela ideal. A produtividade média estimada das lavouras é de 278,3 arrobas por hectare a 288 arrobas por hectare, que foi a média da safra anterior, para o algodão em caroço.

Para a safra 2020/2021, mesmo ainda sem respostas à pandemia do novo coronavírus e os impactos econômicos que serão sentidos futuramente, a companhia pretende aumentar a área plantada com algodão em 10%. “Mesmo diante da atual situação, estamos conseguindo estimar cada vez mais cedo as safras futuras e a visibilidade da lucratividade”, disse Theodoro Junior. “Estamos acompanhando o comportamento dos fatores voláteis que influenciam as safras, como o preço da arroba, do adubo, dos defensivos químicos e das sementes, e é possível fazer essa projeção”.

Segundo o executivo, em janeiro deste ano, a companhia aproveitou uma boa janela de oportunidades e adquiriu insumos, como adubo, e negociou pelo menos 20% da produção. Já em fevereiro, os preços caíram, mas coincidiram com a alta do dólar, por isso, o lucro esperado não vai variar tanto com a crise do coronavírus. “A margem de lucro do algodão caiu bastante nos três primeiros meses deste ano, mas conseguimos prever uma receita estável para a safra 2020/2021, apesar de sentir uma alta de cerca de 20% nos custos devido à alta do dólar”, ressaltou.

Desde o início da crise, a companhia, que tem 1300 colaboradores, adotou um esquema especial de trabalho em suas unidades. Os que fazem parte do grupo de risco receberam férias e a empresa reforçou orientações em relação à higiene, trocou o bandejão pelo sistema a la carte nos refeitórios e impôs a necessidade do uso de equipamentos de proteção individual durante o transporte rural.

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