Mourão reage à cobrança para conter fogo e critica pressão de países europeus

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Vice-presidente destacou importância de carta enviada pela Coalizão Brasil, mas disse que manifestação de oito países da Europa é “estratégia comercial”

Após se reunir com os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o vice-presidente Hamilton Mourão se manifestou sobre cartas que recebeu de entidades brasileiras e países europeus em tom de preocupação com o desmatamento e as queimadas no Brasil.

Nesta quarta-feira (16/9), a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura endereçou ao governo federal um documento com seis sugestões de ação para combater as ilegalidades de forma imediata. Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia, admitiu que as propostas são importantes, inclusive a que sugere o reforço de fiscalização em campo.

“A questão de recuperação da capacidade operacional toca especificamente no Ibama, ICMBio e Funai. O ministro Salles já está trabalhando nisso. Preciso criar um novo mecanismo de modo que, ao contratar gente, essa turma saiba que vai só para a Amazônia”, disse Mourão, indicando que há profissionais que, após pouco tempo de trabalho, pedem transferência para Fernando de Noronha.

Sobre o documento enviado pela chamada Parceria das Declarações de Amsterdã, composto por Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Noruega, Holanda e Reino Unido, ao qual a Bélgica também se uniu, o vice-presidente alegou que trata-se de uma manobra com cunho de “estratégia comercial”.

Em um dos trechos do documento, o grupo europeu afirma que “a atual tendência crescente de desflorestamento no Brasil está tornando cada vez mais difícil para empresas e investidores atender a seus critérios ambientais, sociais e de governança”. Com isso, os países sinalizaram preocupação sobre “taxas alarmantes” de devastação das florestas brasileiras.

Para Mourão, a carta se enquadra “no mesmo estilo” de pressão de outros investidores e também dos ex-presidentes do Banco Central. “Existem barreiras tarifárias e não tarifárias, então, a gente tem que fazer a negociação não só comercial, mas diplomática e ambiental também”, declarou.

Mourão disse ainda que os oito países europeus não são investidores e, na realidade, estão preocupados com a rastreabilidade de produtos. “O ponto focal é um só: é a questão da cadeia de valor de alimentar. Ou seja, a rastreabilidade de produtos”, afirmou, acrescentando que o Itamaraty procurará contatar o embaixador alemão e, se necessário, as embaixadas de cada país.

Em nota, Marcio Astrini, diretor-executivo Observatório do Clima, se manifestou sobre o documento dizendo que ele “revela que esses oito Estados europeus, parceiros comerciais antigos do Brasil, perderam a confiança na capacidade do governo brasileiro de gerir a própria política ambiental e assegurar a sustentabilidade das nossas commodities”.

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