Ministérios divergem sobre Bolsa Estiagem enquanto produtores perdem safra com a seca no RS

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Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado cobra benefício do Ministério da Cidadania, mas pasta diz que responsabilidade é da Agricultura e do Desenvolvimento Regional.

Pequenos agricultores gaúchos têm registrado severas perdas na produção por causa da estiagem, afirma a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS). A entidade tem solicitado um auxílio, que vem sendo chamado de Bolsa Estiagem, mas reclama que até este momento, a reivindicação não foi atendida. No governo, há divergências entre ministério sobre de quem é a responsabilidade de implantar a medida.

De acordo com o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, desde o início do ano há a solicitação para a liberação da Bolsa Estiagem, que consiste em um salário mínimo por família durante três meses. Ele conta que em janeiro conversou com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e que, em fevereiro, houve reuniões sobre o assunto.

“Em março, tive uma conversa pessoalmente com o Onyx Lorenzoni, em Brasília, e ele garantiu que sairia. Mas até agora não saiu nada e não tem nem resposta. Isso está nos agoniando, porque quem é pequeno já está passando muita dificuldade”, diz Silva. O presidente da Fetag-RS diz que Tereza Cristina iria intermediar a conversa com a Cidadania, mas afirma que também não houve avanço.

Procurado por Globo Rural, o Ministério da Cidadania informou, inicialmente, que a demanda estaria a cargo do Ministério da Agricultura. A pasta chefiada pela ministra Tereza Cristina, por sua vez, também informou pela assessoria que o benefício seria de competência da pasta chefiada por Onyx Lorenzoni.

Em um novo contato com a assessoria do Ministério da Cidadania, a reportagem recebeu uma nova informação. A de que os recursos necessários para o atendimento dos pequenos produtores gaúchos sairia da Defesa Civil, subordinada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Procurado, o MDR informou, também via assessoria, não ter conhecimento do assunto.

Enquanto isso, entre 100 mil e 120 mil famílias do Rio Grande do Sul, com módulos pequenos entre quatro e seis hectares, têm registrado perdas de 40% a 80% por conta da seca, de acordo com as estimativas da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS).

“Como a estiagem está muito forte, esses produtores estão ficando sem renda, por isso o benefício é urgente. Tem município que está com dificuldade até para tomar água”

Silva relata que a situação está pior na região central do Estado, no Sul e no Vale do Taquari, mas todo o RS tem perdas. “Milho no cedo tem perdas em torno de 30%, e a safrinha não vai ter colheitas porque não tem chuva para isso. Na soja, a quebra registrada é de 45% a 50%. O leite também está caindo, porque a seca está afetando a silagem e não chove para o pasto dos animais. Hortifrutigranjeiro tem mais irrigação, mas mesmo assim está secando os reservatórios.”

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