Manejo mecânico de alta tecnologia aumenta a produtividade leiteira

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Manejo mecânico de alta tecnologia aumenta a produtividade leiteira
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Manejo mecânico de alta tecnologia aumenta a produtividade leiteira

Para uma produção eficiente, as vacas leiteiras, não diferente de outros animais de produção, necessitam de uma dieta balanceada que contenha nutrientes em quantidade e qualidade compatíveis com seu peso corporal, estado fisiológico, nível de produção e fatores ambientais aos quais estão expostas.

A alimentação representa de 60 a 70% dos custos da produção de animais, portanto é imprescindível estar atento ao balanceamento adequado da dieta de acordo com as exigências de cada categoria e no manejo nutricional. “Embora os nutricionistas prescrevam rações de qualidade e na quantidade necessária, o maior problema está no fornecimento, que muitas vezes não tem a mesma exatidão do que foi estabelecido” afirma o pesquisador Geraldo Balieiro, da Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócio (APTA).

No caso das vacas leiteiras, para que o produtor tenha leite de qualidade e lucro em seus negócios, é essencial a utilização de volumoso de alto valor nutritivo, como o uso das silagens de milho ou sorgo e feno de gramíneas.

A silagem é um método de conservação de forragens muito  utilizado pelos produtores de leite e carne, para a alimentação animal principalmente como fonte de fibra complementar ao pasto na estiagem ou na dieta total em animais confinados. Quando expostas ao ar, as silagens passam por vários graus de perdas de nutrientes, podendo chegar a 20% até o momento do fornecimento. A estabilidade aeróbia da silagem é a velocidade com que a massa deteriora após a exposição ao ar. Hoje em dia, embora alguns pecuaristas utilizem sementes de milho transgênico, com gene resistente às pragas e bactérias, ainda cometem erros no manejo da produção da silagem, comprometendo assim a sua qualidade.

O zootecnista e pesquisador Geraldo Balieiro conduziu um estudo que avaliou a produção de leite e a estabilidade aeróbia de silagens de diferentes híbridos sob fornecimento manual e mecânico. O material foi publicado durante o XVII International Silage Conference, na cidade de Piracicaba, em 2015. Durante a pesquisa foram utilizados dois tipos de sementes de milho: convencional e transgênico. Estes foram armazenados em silos da fazenda experimental, em Ribeirão Preto/SP, com uma densidade de 600 Kg/m³. O manejo de desensilagem ocorreu de duas maneiras: através do sistema manual com forca (forquilha), simulando a realidade da grande maioria dos produtores de leite do Brasil, e pelo mecânico, realizado com o equipamento Totalmix Autocarregável da Casale, por 28 dias cada um.

Vinte e seis vacas da raça Jersey com mesmo perfil genético, faixa etária e estágio de lactação, foram divididas em dois grupos durante 56 dias para comparar a produção de leite. Um recebeu a alimentação com silagem de milho convencional e o outro com silagem transgênica.

Após avaliar a estabilidade aeróbia e realizar diversas análises, concluiu-se que as silagens transgênicas diminuíram a deterioração aeróbia e que a produção de leite das vacas, que receberam alimentação por sistema mecânico, teve um aumento de 1,3 kg se comparado ao sistema manual. Segundo Balieiro, o aumento da produtividade ocorreu em função da preservação dos nutrientes solúveis da silagem pelo equipamento.

“Para que o produtor consiga fornecer uma alimentação balanceada e obter maior rentabilidade, é importante o emprego de equipamentos que realizem a pesagem dos ingredientes e a mistura homogênea sem perder os nutrientes” ressalta.

            Considerando os resultados da pesquisa, é evidente que o uso de equipamentos de alta tecnologia traz benefícios significativos ao produtor como a facilidade do manejo, agilidade do trato, redução de desperdícios de silagem e demais ingredientes, redução de fadiga dos profissionais do trato, sustentabilidade com o meio ambiente e maior produtividade.

Além destas vantagens, o aumento da rentabilidade anual é um dos principais fatores para os pecuaristas investirem em tecnologias.  Para simular o lucro anual, basta multiplicar o aumento da produção citado na pesquisa (1,3 kg) pelo preço pago no litro de leite, que segundo a CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, 2016) foi de R$1,0615 (média Brasil) no mês de janeiro. O resultado desta equação foi R$ 1,38. Este valor deve ser multiplicado novamente pela quantidade de vacas que o criador possui em seu rebanho e os dias de processo de lactação.  Por exemplo, um criador que possui um rebanho com 75 vacas em processo de lactação por 305 dias terá um ganho adicional de R$31.567,50 por ano.  (1,38 x 75 x 305 = R$ 31.567,50).

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