Governo sonda investidores de olho em acelerar emissão de títulos verdes

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Iniciativa faz parte da parceria entre Ministério da Agricultura e Climate Bonds Initiative, cujo plano de investimento prevê R$ 692 bilhões até 2030

 

De olho em um mercado de US$ 840 milhões para iniciativas de títulos verdes no mundo, o Ministério da Agricultura (Mapa) e a Climate Bonds Initiative (CBI) querem entender os gargalos que impedem a aproximação dos investidores ao Brasil. Para isso, uma pesquisa está sendo feita desde setembro com foco em credores nacionais e internacionais.

A iniciativa faz parte de um memorando de entendimento assinado entre as partes em novembro de 2019, cujo plano de investimento para títulos verdes no Brasil sugere um potencial de US$ 163,3 bilhões, o equivalente a R$ 692 bilhões – o dólar estava em R$ 4,24 na época do acordo. O valor foi estipulado pela CBI, considerando o Código Florestal brasileiro, o Plano de Baixo Carbono e compromissos climáticos assumidos pelo Brasil em anos anteriores.

De acordo com o secretário-adjunto de Política Agrícola do Mapa, José Ângelo Mazzillo Júnior, o Brasil tem grande potencial para a emissão destes títulos, já que a demanda anual por capital de giro é de aproximadamente US$ 100 bilhões somente na agropecuária. No entanto, para que este mercado deslanche, os investidores precisam se pronunciar sobre o que os faz não investir.

No questionário, há perguntas como quais os principais obstáculos para investir, quais os setores mais atrativos para destinar recursos, se há preferência em regiões ou biomas para os investimentos e qual o perfil de público-alvo a ser beneficiado, como cooperativas ou agricultores familiares

“Queremos ouvir dele [investidor], francamente, sem rodeio, o que é que ‘pega’ para investir no agro sustentável do país”, diz ele, complementando que os credores podem se pronunciar sobre mudanças na lei, regulamentos, problemas governamentais e o próprio custo-Brasil. “Vocês precisam falar, até para pautar o Estado”, afirma.

Fonte de investimento

Em entrevista a Globo Rural, Mazzillo diz que a expectativa é de que o mercado financeiro verde seja a principal fonte de investimento do agronegócio. Para ele, ainda que o setor seja atualmente exigido por protocolos de sustentabilidade no processo produtivo, em um futuro próximo, é o Brasil quem irá demandar produção sustentável de parceiros comerciais.

A CBI também reitera que é importante ouvir o investidor e garante que, mesmo se o retorno da pesquisa for negativo, com críticas ao governo federal, a entidade manterá o memorando de entendimento, pois as preocupações que constarem no relatório do questionário serão levadas em consideração.

Em junho deste ano, no anúncio do plano de investimento entre Mapa e CBI, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ressaltou que a Lei do Agro permite a facilitação de entrada de capital estrangeiro, mas ponderou que “a simples oferta dos green bonds não criará automaticamente esse mercado”, por isso a importância de haver certificação para os títulos e saber como criar um mercado confiável para quem investe.

 

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