Ferramenta irá mostrar cumprimento dos contratos de venda antecipada de soja

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Desenvolvimento da ferramenta foi encomendado pela Abiove e tem o objetivo de acompanhar o andamento do processo já na safra 2020/2021

Com o objetivo de acompanhar o cumprimento das entregas das vendas antecipadas contratadas junto aos produtores de soja do país, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) encomendou uma ferramenta para uso das empresas comercializadoras de soja. Segundo a entidade, o resultado será uma base de dados sobre as inconsistências no cumprimento dos contratos, semelhante às iniciativas que já existem para proteção do crédito e para cadastros positivos.

“Estamos construindo um projeto piloto para avaliação da performance de produtores de soja na safra 2020/2021, no que se refere à entrega e cumprimento de contratos de venda antecipada. Nosso objetivo é reduzir a diferença de informações recebidas, sendo que a ferramenta dará às empresas informações sobre o volume agregado comercializado por cada produtor”, afirma o presidente-executivo da Abiove, André Nassar.

Segundo a Abiove, “as próprias empresas alimentarão diretamente a ferramenta, de forma individual e sigilosa. A companhia parceira, que é uma organização terceira e independente, será a responsável por receber os dados e cuidar da organização das informações, sigilo e adaptação dos dados às legislações vigentes de proteção de dados e de defesa da concorrência.”

A entidade ressalta que uma empresa não terá informação e detalhes sobre as outras, “visualizando apenas a sua própria exposição diante dos volumes totais e agregados de cada produtor.” A Abiove ainda garante que as informações relativas a preços e valores financeiros, bem como a localização da propriedade rural, não serão alimentadas na base de dados.

Por fim, a entidade ressalta que a ferramenta tem o objetivo de fortalecer o sistema de proteção contra riscos de mercado oferecidos pelas empresas aos produtores rurais, por meio dos contratos de venda antecipada com fixação de preços.

“Sem esse sistema de proteção, a soja brasileira perderia sua liquidez, prejudicando o produtor que faria toda sua venda no momento da colheita. A liquidez disponibilizada ao produtor é passada para frente na cadeia pelas empresas que adquiriram o produto, as quais também vendem antecipadamente os volumes adquiridos. Esse encadeamento de contratos sucessivos bem amarrados entre si tem se provado o mais eficiente mecanismo de comercialização da produção”, afirma Nassar.

A Abiove ressalta também que o não cumprimento de contrato em algum destes elos gera, não apenas incerteza na entrega final, mas também sérios prejuízos financeiros ao longo da cadeia de produção.

“Se a confiança no adimplemento se perde e se tal situação se torna um risco sistêmico, toda a liquidez hoje existente na soja vai se perder. Essa ferramenta veio para proteger os produtores que valorizam a fixação de preços e que honram contratos”, finaliza Nassar.

 

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