Criação de ovinos deslanados na Amazônia Ocidental

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Criação de ovinos deslanados na Amazônia Ocidental
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Criação de ovinos deslanados na Amazônia Ocidental

Os ovinos deslanados foram introduzidos na Amazônia Ocidental pelos órgãos governamentais de extensão, pesquisa e fomento e, principalmente, pelos migrantes nordestinos. Atualmente, a região possui um rebanho superior a 100.000 cabeças, que são criadas associadas a bovinos ou não, com a finalidade de produzir carne, pele e esterco. Para o bom desenvolvimento da criação de ovinos deslanados na Amazônia Ocidental, torna-se necessário o uso de tecnologias como: padrão racial, instalações adequadas, pastejo rotativo, manejo reprodutivo e sanitário eficientes.

Raças

Os ovinos deslanados para a região são Morada Nova e Santa Inês. De origem controvertida, a ovelha Morada Nova é uma raça que entrou no Brasil na época dos colonizadores. Possui pelagem avermelhada, com ponta da cauda branca e cascos pretos. O seu peso varia de 32 a 38 kg. A raça Santa Inês é originária do cruzamento de ovelhas Morada Nova com carneiros Bergamacia. Possui orelhas de tamanho médio e caídas; sua pelagem varia da branca à preta, passando pela vermelha e chitada. Seu porte oscila entre 60 e 80 kg.

Instalações

Recomenda-se a construção de aprisco rústico, com cobertura de palhas. A área deve ser de 1,5 m2/animal adulto e 0,5 m2/animal jovem. Deve ser construído a uma altura de 80 cm acima do solo. Os ripões do piso devem possuir 3 cm de largura, com vão entre si de 1,5 cm no compartimento das matrizes e de 1,0 cm na área dos borregos. As vigas que suportam os ripões devem ter, aproximadamente, 60 cm de espaçamento entre elas. O aprisco deve possuir rampa de acesso, com proteções laterais. As cercas devem ser construídas com arame liso, para não ocasionar lesões nos animais.

Manejo do rebanho

o sistema de criação recomendado é o semi-intensivo, em que os animais são soltos pela manhã e recolhidos no final da tarde ao aprisco. Cabe ao criador diversificar as pastagens e realizar o rodízio do rebanho nas mesmas. Após o nascimento das crias deve-se cortar o cordão umbilical a 3 cm do abdome e aplicar tintura de iodo, para evitar infecções. Deve-se deixar a cria mamar o colostro (primeiro leite) que fornecerá as cargas imunitárias ao animal. O desmame dos cordeiros ocorrerá entre 90 e 120 dias de idade. Recomenda-se que as crias sejam separadas em lotes (machos e fêmeas). Os machos que não forem destinados à reprodução deverão ser castrados.

Alimentação

Utilizar pastagens constituídas por gramíneas (Brachiaria brizantha cv. Marandu, B. humidicola, Panicum maximum, Andropogon gayanus cv. Planaltina) e leguminosas (Pueraria phaseoloides, Desmodium ovalifolium, Centrosema macrocarpum, Leucaena leucocephala, Cajanus cajan). Deve-se reservar 20% da área de pastagem para a formação de capineira e banco-de-proteína, os quais serão utilizados para a suplementação dos rebanhos no período seco. Recomenda-se taxas de lotação de 8 a 10 animais/hectare quando o pastejo for contínuo e 10 a 12 animais/hectare para pastejo rotativo.

Reprodução

A idade mínima para a primeira cobertura é em torno dos 12 meses, desde que a fêmea esteja em boas condições nutricionais. O cio das ovelhas ocorre a cada 21 dias e o período de gestação é em média de 5 meses, podendo ocorrer partos simples, duplo e triplo. A relação reprodutor:matriz deve ser de 1:25 em monta natural.

Principais doenças

Para a obtenção de índices satisfatórios de produtividade, a sanidade é um dos principais fatores na criação de ovinos deslanados na Amazônia Ocidental.

Verminoses : são os maiores causadores de prejuízos à ovinocultura. Os animais apresentam falta de apetite, perda de peso, edema submandibular, diarréias ou não, tosse, corrimento nasal, enfraquecimento e morte. A primeira vermifugação deverá ser realizada a partir dos 20 dias de idade e posteriormente a cada 30 dias.

Linfadenite caseosa : é uma doença infecto-contagiosa, causada por bactérias que se alojam nos gânglios linfáticos dos ovinos formando abscessos. Todo animal doente deverá ser isolado e tratado através da abertura do abscesso e retirada do pus caseoso e posterior aplicação de tintura de iodo. O pus caseoso deve ser queimado.

Ectima contagiosos : conhecida como boqueira, esta enfermidade é altamente contagiosa, sendo caracterizada pela formação de pústulas e crostas nos lábios, gengivas e narinas dos cordeiros. Os animais enfermos devem ser isolados e tratados com iodo glicerinado (50:50).

Pododermite : é uma doença contagiosa localizada nos cascos. Ocorre, principalmente, nas regiões de excessiva umidade e durante o período chuvoso. Pode ser tratada com sulfato de cobre a 5%, após a retirada total da parte necrosada. Deve-se fazer o corte e limpeza periódica dos cascos, além de construir um pedilúvio na entrada do aprisco.

Ceratoconjuntivite : é a inflamação da córnea e da conjuntiva, caracterizada pela presença de secreção de aspecto purulento que afeta as pálpebras, os cílios, bem como a região periocular. Os animais enfermos deves ser isolados e tratados com pomadas oftálmicas à base de cloranfenicol e clorotetraciclina, após a lavagem dos olhos.

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