Criação de escargots – mitos e verdades

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Criação de escargots - mitos e verdades
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Criação de escargots – mitos e verdades

A criação de escargots no Brasil passou por diversas fases, ao longo destes 25 anos de sua divulgação, como opção de negócio. Na fase inicial TODO MUNDO IRIA FICAR RICO, criando escargots em casa, apartamento, sitio ou fazenda…..

Todos queriam vender os reprodutores, mais conhecidos como matrizes, sem se preocupar com o mercado consumidor. O resultado não poderia ser diferente do que ocorreu. Os “criadores oportunistas “, por não analisarem o desenvolvimento do negócio, ficaram só com a euforia e …os prejuizos.

Na década de noventa, antes do Plano Real, uma nova febre  caracterizou a fase de criação da espécie Achatina fulica (conhecido como escargot chinês ou Gigante Africano). Essa espécie procriava muito – mais de 300 ovos por postura – e podia ser criada em regiões de clima muito quente, de forma fácil e com poucos cuidados e conhecimentos técnicos. Logo se descobriu os problemas ambientais que esses animais causavam.

Considerada uma das maiores pragas mundiais, devida sua velocidade de reprodução e consumo voraz de “tudo o que fosse verde”, esses animais escaparam de criatórios e, em liberdade na natureza, começaram a trazer problemas ambientais.

No litoral, em áreas urbanas e sem os predadores naturais, tornaram-se indesejáveis, comendo plantas dos jardins, instalando-se em terrenos baldios e invadindo residências. Reportagens de jornais e televisão descreviam o problema e o fato é que acabou se tornando um caso de saúde pública. A infestação chegou a tal ponto que municípios organizaram mutirões para coleta desse animais, nos seus mais diversos estágios de desenvolvimento (ovos / filhotes / jovens e adultos).

A população se engajou no trabalho, levando luvas e sacos plásticos para coletar os animais, que depois eram mortos de diversas maneiras. No estado de São Paulo, por Lei Estadual de 01 de julho de 2004, a posse, criação ou comercialização desses animais ficou proibida por lei, tratando-se de crime ambiental. O IBAMA também combate a criação dessa espécie danosa au ambiente .

Já os escargots do gênero HELIX sp, são considerados pelo IBAMA como animais domésticos e tem a sua criação permitida para abastecer o mercado consumidor brasileiro e , no futuro, a exportação do produto nacional. Trata-se, assim, de mais uma substituição de importação, um verdadeiro e sério negócio com animais de pequeno porte. Temos tecnologia de criação, mercado consumidor e fábrica de conservas de escargots em pleno funcionamento no Estado de São Paulo.

A fábrica faz contrato de compra, nos moldes da criação de frangos brasileira, tendo os criadores uma integração com a fábrica, para ter garantia de colocação da produção.

No passado, este era o gargalo enfrentado pelos produtores dos animais do gênero HELIX, com espécies de alto valor no mercado internacional e que agora são criados, industrializados e comercializados pela Fábrica de Conservas HELIX, de propriedade da engenheiro agrônomo Carlos Alberto da Fonseca Funcia, criador de escargots desde 1979 , quando introduziu a criação com base técnica, no Brasil.

O produto brasileiro nada deve em qualidade ao importado, reconhecido por renomados chefs internacionais e pelos chefs brasileiros da nova geração formada no país e com cursos nas melhores escolas de gastronomia mundiais. A criação de escargots, como tantas outras criações e cultivos, passou por diferentes fases até chegar  à sua maturidade e profissionalização.

Podemos afirmar que temos muito a conquistar, mas as bases sólidas fincadas pelos pioneiros permitem construir um ótimo negócio para pequenos, médios e grandes produtores desse alimento, tanto apreciado mundialmente.

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