Como plantar jiló

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A marcante característica do jiló (Solanum aethiopicum gr. Gilo) é o que define seu mercado consumidor. Embora seja rejeitado por alguns, o sabor amargo da hortaliça também tem seus apreciadores. Pouco afeitos a comer o fruto do jilozeiro podem, contudo, ser conquistados ao experimentar exemplares colhidos verdes, fase em que o amargor ainda apresenta-se menos acentuado.

Frito, cozido ou como ingrediente de tortas e sopas, o jiló é um alimento digestivo, de baixa caloria e muito nutritivo. Além de fósforo, ferro, cálcio, sais minerais e vitaminas A, C e do complexo B, possui propriedades que reduzem o colesterol e ajudam no tratamento de distúrbios hepáticos. Dotado de elevada taxa de niacina, auxilia no combate à pelagra, enfermidade que causa dermatite, diarreia e perda da memória.

De casca fina, que passa do verde para amarelo e vermelho ao amadurecer, o jiló tem bastantes sementes brancas e pequenas espalhadas pela polpa macia e porosa. São indicados para consumo os frutos que contam com superfície lisa, brilhante e sem danos. Em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, a preferência é pelos frutos alongados e de coloração verde-clara, enquanto em São Paulo destacam-se os redondos verde-escuros.

O principal polo de produção de jiló no país é a Região Sudeste, liderado pelo Rio de Janeiro, onde a produtividade média varia de 20 a 60 toneladas por hectare. Mas foi em Pernambuco o local de chegada da hortaliça em terras brasileiras, no século XVII, trazida pelos escravos que vieram para cá para trabalhar nos canaviais.

Pertencente à família das solanáceas, assim como o tomate e o pimentão, o jiló nasce de planta rústica, que tem caule ereto e flores brancas, e é fácil de cultivar, principalmente onde as temperaturas são mais elevadas. O jilozeiro, que tem origem incerta entre a Índia e a África, não gosta de clima frio e é suscetível a algumas doenças e pragas em períodos de chuva.

Apesar de não tolerar solo com excesso de umidade, condição que provoca podridão do colo na planta, a cultura necessita de boa disponibilidade de água durante todo o ciclo, especialmente na fase de frutificação. O jilozeiro pode ser plantado em vasos e jardineiras, permitindo o desenvolvimento da hortaliça até em apartamentos.

Além de ser usado cozido ou frito em refogados, ensopados e saladas, é substituto do figo no preparo do doce em calda e de compotas. Sua utilidade não se restringe a receitas culinárias, sendo ingrediente também na medicina popular para auxílio no combate a resfriados, gripes e febre.

Raio X

Solo >>> bem drenado, com textura média e pH de 5,5 a 6,8
Clima >>> temperaturas entre 26 ºC e 28 ºC
Área mínima >>> cresce até em vasos
Colheita >>> a partir de 80 dias após o plantio
Custo >>> em média, R$ 7 é o preço da embalagem com 150 sementes

Mãos à obra

>>> INÍCIO Use sementes de boa qualidade para fazer as mudas, que devem ser produzidas com substratos comerciais ou preparados na propriedade, em sementeiras, bandejas de plástico, copinhos de papel jornal ou isopor em cultivo protegido. A germinação ocorre em duas semanas. Entre os jilós redondos, globulares, verde-escuros e mais amargos e os alongados, verde-claros e de sabor suave, escolha os que contam com as características preferidas pelo mercado local.
>>> AMBIENTE De temperatura entre 26 ºC e 28 ºC é o mais indicado para o cultivo de jilozeiro, planta que não gosta de clima frio.
>>> TRANSPLANTE Assim que as mudas estiverem com quatro a seis folhas definitivas e o sistema radicular bem desenvolvido, geralmente de 30 a 40 dias após a semeadura. Antes de iniciar o processo, em dias nublados ou no fim de tarde de dias ensolarados, irrigue o local de plantio para evitar o estresse das mudas. Evite podar folhas e raízes, para não tornar a planta vulnerável a doenças.
>>> PLANTIO Pode ser feito em terreno preparado por meio de aração, gradagem e calagem, se necessário. Solo com boa drenagem, de textura média, com pH de 5,5 a 6,8 e saturação de base acima de 70%, é o mais favorável para a cultura do jilozeiro.
>>> ESPAÇAMENTOS De 1 a 1,50 metro entre linhas e 0,70 a 1 metro entre plantas são os de uso mais comum. Acomode as mudas em sulcos ou covas com aproximadamente 25 por 25 centímetros e cerca de 15 centímetros de profundidade. Se a opção for plantar em vaso, recomenda-se utilizar recipientes com 30 a 50 centímetros de altura e de 20 a 30 centímetros de diâmetro.
>>> ADUBAÇÃO A recomendação é fazer análise do solo, pois doses elevadas de fertilizantes podem diminuir a produtividade e a produção. O excesso de fósforo também reduz o crescimento das raízes. Uma boa distribuição de nitrogênio e potássio, no entanto, proporciona maior pegamento de flores e formação de maior número de frutos.
>>> IRRIGAÇÃO Por gotejamento é o sistema mais adequado, porque evita o excesso de umidade e a ocorrência de problemas sanitários. Sem água nas entrelinhas, a infestação de plantas daninhas é menor. A fertirrigação é uma alternativa que contribui para reduzir os custos com adubos e mão de obra.
>>> PRODUÇÃO Entre 80 e 100 dias após a semeadura, inicia-se a colheita do jiló, podendo prolongar-se por três a cinco meses, sendo realizada de uma a duas vezes por semana. Com o fruto ainda verde, para evitar um sabor mais amargo, corte o pedúnculo com uma faca ou tesoura.

 

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