Como plantar estrelícia

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De longa durabilidade, a flor exótica tem boa demanda para compor arranjos de decoração, mas também é muito utilizada para embelezar jardins.

 

Ave-do-paraíso é o nome popular mais comum para a estrelícia (Strelitzia reginae), planta de aparência exótica e cores vivas muito apreciada para ornamentação de ambientes. Tem apelo comercial que assegura as vendas como flor de corte, para realização de arranjos decorativos para salas residenciais, escritórios, salões de festas, entre outros locais.

A estrelícia também é bastante requisitada para cultivo em jardins por suas touceiras exuberantes a pleno sol. Resistente ao vento, pode ser plantada para embelezar frentes de casas, prédios e estabelecimentos diversos, além de praças e parques. É uma boa escolha para seguir o contorno das beiradas de caminhos em entradas de sítios e chácaras.

Quando bem formada, uma única touceira tem capacidade para produzir até 20 hastes florais por ano. Mas as flores vistosas e de qualidade nascem apenas após o quarto ano de plantio. Para não atrasar o desenvolvimento das estrelícias e contar apenas com hastes firmes, agricultores experientes descartam as que surgem nos primeiros quatro anos de vida.

Pertencente à família Strelitziaceae, a estrelícia é uma espécie subtropical que atinge até 1 metro de altura. Sensível à variação da temperatura, apresenta maior tendência de crescimento nas épocas mais quentes, especialmente em uma faixa que vai de 22 ºC a 25 ºC.

Na extremidade da haste, as inflorescências surgem a partir de uma folha modificada (bráctea) de tom avermelhado. Ela envolve as flores, que são compostas por quatro pétalas grandes em forma de seta, sendo duas de cor alaranjada e duas azuis, que se abrem sucessivamente. Ao serem polinizadas por pássaros e insetos, geram frutos secos, duros e cheios de sementes envolvidas por uma camada carnosa alaranjada coberta por uma capa protetora negra.

como-plantar-edicao-371-setembro-2016 (Foto:  )

Possui caule rizomatoso e envolvido por uma grande bainha na base do pecíolo. As folhas são coriáceas e elípticas, de coloração verde-escuro na face superior e verde-acinzentado na parte inferior, com pecíolos longos.

Devido à beleza e ao formato curioso, a estrelícia, originária da África do Sul, espalhou-se rapidamente pelo mundo logo que foi introduzida no continente europeu, em 1770. No entanto, foi a partir de 1900 que o cultivo da planta ornamental passou a ser difundido, atingindo uma escala mais volumosa de produção.

Foi na Inglaterra que a flor recebeu sua identificação Strelitzia reginae no meio científico. O nome foi uma homenagem dada à rainha Carlota Sofia, esposa do rei inglês George III e descendente de Mecklenburg-Strelitz, um pequeno ducado no norte da Alemanha.

Mãos à obra

>>> INÍCIO A principal variedade comercial de estrelícia para flor de corte é a Strelitzia reginae. Para uso como planta de jardim, as opções por aqui são as de porte alto S. nicolai, S. angusta e o resultado do cruzamento entre as duas, a S. Kewensis.

>>> PROPAGAÇÃO Se por sementes, é necessário quebrar a capa que as envolve dando um banho em ácido sulfúrico por um período de cinco a dez minutos. Em seguida, lave-as em água corrente e faça a semeadura em canteiros com substrato leve e rico em matéria orgânica. Em boas condições, germinam em 20 a 30 dias. Apesar de levarem de quatro a seis anos para a produção de hastes de 1 metro de comprimento, as plantas podem durar de 20 a 25 anos. A propagação por divisão de touceiras (rizomas) tem a vantagem de produzir mais precocemente. Mais recente, outro método é o cultivo in vitro, que demanda domínio da técnica e laboratório especializado.

>>> AMBIENTE A estrelícia desenvolve-se bem em regiões com clima subtropical. Exige insolação plena pelo menos durante metade do dia. Sombreamento, somente se for leve, não devendo passar de 30%. Gosta de umidade relativa do ar a 70% e tem tolerância a geadas não intensas.

>>> PLANTIO Deve ser em solo profundo, ligeiramente ácido e rico em matéria orgânica e com bom suprimento de água, mas não encharcado. Prepare bem a terra, eliminando os torrões. Evite áreas com declividade, pois a planta não faz uma boa cobertura de solo.

>>> ESPAÇAMENTO São indicadas medidas de 1 metro entre plantas e 2 metros entre linhas. Nas covas, coloque 10 litros de esterco bem curtido. Como alternativa, recomenda-se a adição de 300 gramas de fertilizante com formulação 4:14:8 por cova no início da primavera e outra no verão. Também é opção o uso mensal de fertilizantes nitrogenados (sulfato de amônia) em porções de 10 gramas por touceira. As doses ou a frequência de adubação, contudo, devem ser feitas por recomendação técnica segundo a análise de solo.

>>> IRRIGAÇÃO Indicada para manutenção do solo úmido, mas sem que ocorra encharcamento. Durante o verão, realize duas irrigações por semana. O uso de cobertura morta ajuda a reduzir a evaporação de água e mantém a umidade e a temperatura do solo.

>>> CUIDADOS Assegure a sanidade das mudas, o bom preparo do solo e as pulverizações com inseticidas e fungicidas para manter a planta produtiva caso ocorra incidência severa de pragas ou doenças.

>>> PRODUÇÃO Quando a primeira flor abrir, a estrelícia chegou ao ponto de colheita. Por ser quebradiça, é importante ter cuidado no manuseio. As hastes florais são colhidas com tesoura de poda ou faca limpa e afiada. Em média, a cada dois dias surge uma nova flor. Pode ser armazenada em câmara fria, com temperatura em torno de 10 ºC, por até dez dias.

Raio X

Solo: profundo, levemente ácido e rico em matéria orgânica

Clima: prefere temperaturas entre 22 ºC e 25 ºC

Área mínima: pode ser plantada em vaso

Colheita: inicia-se assim que abrir a primeira flor.

 

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