Como plantar dália

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Basta dar uma olhada em um canteiro de dálias (Dahlia pinnata Cav.) para admirar como a natureza é caprichosa. Com vários formatos e cores diferentes, a flor é uma excelente representante da beleza que pode surgir da terra. A variedade e a exuberância de cada uma delas favorecem suas vendas, permitindo ao produtor que se dedica ao cultivo da espécie lucrar com a atividade.

De trato fácil, a dália é uma planta semi-herbácea e perene, que se desenvolve com rapidez e tem vida longa. É mais indicada para cultivo em jardins, mas também é plantada em vasos e comercializada em corte. Por aqui, o cultivo da flor pertencente à família Asteraceae ocorre em todo o território nacional, com florescimento sazonal predominante durante os meses da primavera e do verão.

Simples, dentada ou dobrada, a dália possui grande número de cultivares com diferentes portes, cores e formas variadas. Existe dália branca, vermelha, alaranjada, rosa, amarela, roxa, mesclada, com capítulo floral tipo pompom, bola, cacto, colarete, anêmona, entre outros. As diversas versões são resultado de muito melhoramento genético realizado ao longo dos anos.

O tamanho das inflorescências oscila bastante, sendo encontradas com diâmetros de 5 a extensos 30 centímetros para uma flor. Ereto, o caule da dália pode ultrapassar 2 metros de altura, embora atualmente as variedades mais cultivadas possuam no máximo 1 metro. Tem um destacado efeito paisagístico onde são plantadas. O porte combinado com a riqueza de tons faz a planta ser muito apreciada para preencher jardins de residências, chácaras, praças e parques.

flor_dalia (Foto: Divulgação)

Mesmo quando a variedade é alta, a dália tem possibilidade de ser cultivada em vasos, desde que os recipientes sejam grandes. A partir de 90 centímetros, recomenda-se o uso de estacas para apoio. Em vasos ou em corte compondo arranjos florais, a dália é também flor para decorar ambientes internos. Embeleza e perfuma cômodos de casas, escritórios e outros estabelecimentos privados e públicos.

A planta ainda conta outras utilidades. As pétalas são comestíveise as raízes podem ser cozidas para consumo como hortaliça ou para extração de extrato doce, chamado de dacopa, que é utilizado como bebida ou aromatizante em cafés, chás, chocolates e sorvetes. Do amido abundante na raiz também pode se extrair frutose, o adoçante indicado para diabéticos.

A dália é muito popular no México, onde foi descoberta, durante o período asteca, por índios que se alimentavam das raízes tuberosas da planta. De lá, espalhou-se pela Europa mais tarde, se adaptando ao clima temperado do continente, apesar de ser uma flor que não suporta as temperaturas muito baixas registradas nos países europeus.

Mãos à obra

>>> INÍCIO Dálias desenvolvidas a partir de sementes são plantas anuais comumente vendidas com cores misturadas. Já plantios com uso de tubérculos permitem obter flores de um tom escolhido previamente. Na hora da compra, opte pelos tubérculos maiores, para produção de flores grandes e abundantes. Assegure a aquisição de exemplares saudáveis, sem cortes e sinais de apodrecimento na superfície, partes amolecidas ou secas.

>>> AMBIENTE Deve contar com bastante luz. Ao menos por algumas horas do dia, mantenha-as diretamente sob luz solar. Proteja as plantas de ventos, pois seus ramos quebram-se facilmente devido ao peso das flores. Climas tropicais e subtropicais são os preferidos da dália, com temperaturas na faixa de 13 ºC a 25 ºC. Embora possa ser cultivada em diversas condições climáticas, não tolera geadas.

>>> PROPAGAÇÃO Pode ser feita por sementes diretamente no solo ou em sementeiras, para ser transplantadas para o local definitivo. Ainda há as opções por raízes tuberosas e por estacas de ramos semilenhosos.

>>> PLANTIO É possível em qualquer solo. Porém, não pode ser ácido demais nem alcalino em excesso. Indica-se pH entre 6,5 e 7. Os melhores são os solos argilosos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. Por meio de sementes, o plantio deve ser realizado no local definitivo a no máximo 0,5 centímetro de profundidade ou em sementeiras, de onde as mudas devem ser transplantadas a partir de 8 centímetros de altura. A germinação leva de uma a três semanas. Se for plantar raiz tuberosa, enterrar no máximo a 15 centímetros, deixando para cima o lado que irá originar o caule. Em seguida, irrigue. Adote o mesmo procedimento em vaso, porém, use substrato com maior proporção de solo e matéria orgânica. No caso, indica-se plantio de variedades de porte baixo. Deixe o vaso em local que tenha incidência de pelo menos quatro horas de luz direta e assegure a aplicação de regas frequentes.

>>> ESPAÇAMENTO Para as variedades de porte baixo, cultivadas como anuais em canteiros, utilize espaçamento de 30 a 50 centímetros entre plantas. Já se for plantar variedades maiores, o espaçamento varia de 50 a 90 centímetros.

>>> ADUBAÇÃO A flor é exigente em adubações ricas em fósforo e potássio, por isso, se for utilizar adubos químicos, opte por formulações do tipo 4-14-8 de NPK, que favorecem melhor o florescimento e dão maior resistência às hastes. Utilize adubos orgânicos como complementos.

>>> PRODUÇÃO O período de maior florescimento ocorre na primavera e no verão. O cultivo como flor de corte ainda é pouco estudado, contudo, para arranjos, a haste da dália deve ser cortada nas primeiras horas do dia e, então, bem hidratadas, embaladas e resfriadas a 10 ºC para maior durabilidade.

Raio X

Solo: ligeiramente ácido, argiloso, rico em matéria orgânica e bem drenado
Clima: tropical e subtropical
Área mínima: vaso é uma opção para o plantio
Colheita: da primavera até o verão
Custo: sementes podem ser encontradas em sachês com preços de R$ 2 a R$ 7 e raiz tuberosa entre R$ 15 e R$ 20, em pacote com 2 a 3 unidades.

 

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