Como plantar chapéu-de-couro

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Boa para combater pedra nos rins e excesso de ácido úrico, a planta gosta de viver em várzeas, margens de córregos e lagoas.

 

Entre as ervas mais procuradas em feiras livres pelas propriedades medicinais que contêm, a chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus) existe em abundância na natureza, de onde podem ser extraídas mudas e sementes facilmente. Dotada de folhas arredondadas, largas, grossas, ásperas, rústicas e coriáceas – semelhante ao couro –, tem nome associado ao seu aspecto.

Também conhecida como chá-mineiro, chá-de-campanha, aguapé, alismacéa, erva-do-pântano e erva-do-brejo, a chapéu-de-couro pode atingir de um a dois metros de altura e 60 centímetros de largura. O pecíolo – parte que liga a folha ao caule – pode chegar a 1,3 metro de comprimento. Herbácea e perene, de rizoma rasteiro, grosso e carnoso, a planta possui numerosas flores brancas, hermafroditas e dispostas em cachos alongados.

A chapéu-de-couro pode ser usada como ornamento de espelhos d’água em propriedades rurais e urbanas e como depuradora de águas poluídas. Mas, em excesso, torna-se planta daninha de canais de irrigação e drenagem. Serve ainda como forragem para gado, além de seu amplo uso na versão desidratada como erva medicinal, tendo aplicação na indústria farmacêutica e inclusive de bebidas. A diversidade da utilização da erva inclui a produção de refrigerantes regionais de fábricas instaladas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

Na medicina popular, é considerada um ótimo fitoterápico diurético, anti-inflamatório e antirreumático, dotado de flavonoides, que são bastante empregados no auxílio à eliminação de pedras nos rins, excesso de ácido úrico e toxinas. A aplicação de compressa quente com o chá é recomendada para gota reumática e dores nevrálgicas.

Pele sem manchas, cravos e espinhas é outro benefício proporcionado pela chapéu-de-couro. Seu consumo pode ser como chá elaborado com as folhas, ingestão de cápsulas e extratos.

Apesar de ser planta resistente a ambientes secos, a chapéu-de-couro tem bom desenvolvimento em áreas alagadiças. É naturalmente encontrada em terrenos brejosos e ácidos, várzeas, margens de córregos, lagoas e em áreas úmidas da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Originária do continente americano, aqui ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Como a espécie é nativa, vale lembrar que o manejo e a comercialização da chapéu-de-couro precisam de registro no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

MÃOS À OBRA
>>> INÍCIO As sementes para iniciar o plantio de chapéu-de-couro devem ser de boa qualidade. Procure obter variedades adaptadas ao clima e solo da região. Outra opção são mudas formadas no caule a partir da germinação da semente presa à planta. O extrativismo na natureza é permitido somente com licença ambiental, que pode ser obtida em órgãos competentes. No Estado de São Paulo, por exemplo, o documento deve ser solicitado ao Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DEPRN), da secretaria de Meio Ambiente local.
>>> AMBIENTE Várzeas, lagos, margens de rios e canais de drenagem são ambientes adequados para a produção de chapéu-de-couro. A erva adapta-se bem em locais úmidos e sombreados.
>>> PLANTIO Por ser uma planta aquática, seu desenvolvimento vai bem em terrenos alagados ou brejosos. Assegure que o solo local seja livre de contaminações, como metais pesados, resíduos químicos e coliformes.
>>> ESPAÇAMENTO Faça o plantio em covas com espaçamento de 50 por 70 centímetros entre plantas. Não há necessidade de adubação, pois o solo de várzea, em geral, é bastante fértil.
>>> PRODUÇÃO As folhas devem ser colhidas antes de ocorrer a floração da planta. Durante a primavera e o verão é o período mais adequado para a colheita. Pique as folhas para facilitar a secagem.

RAIO X
>>> SOLO: brejoso e ácido
>>> CLIMA: subtropical e tropical
>>> ÁREA MÍNIMA: 1.000 metros quadrados
>>> COLHEITA: durante a primavera e o verão
>>> CUSTO: o preço da muda está em torno de R$ 1,50, mas a planta pode ser extraída da natureza

 

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