Como plantar bambu

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A diversidade de funções garante a comercialização da planta, uma das mais antigas e mais difundidas em todo o planeta.

 

Dizer que o bambu tem 1.001 utilidades não é apenas força de expressão. Gramínea que serviu de alimento para animais por milhões de anos, hoje a planta é empregada como biomassa para a produção de energia, material de engenharia civil e arquitetura, matéria-prima para móveis, objetos de decoração e papel, entre outras finalidades. Além do grande potencial para substituir a madeira, o bambu ainda tem muitos predicados mesmo sem removê-lo da natureza. Ele fornece sombra, oferece proteção contra vento e chuva, produz som agradável e tem efeito paisagístico. Matéria-prima com tantos benefícios, a planta tem em seu cultivo um excelente negócio para o produtor obter bons rendimentos.

Existem de 1,2 mil a 1,5 mil espécies nativas de bambu, que é cultivado em praticamente todo o mundo. No Brasil, onde brota a maior diversidade de bambus das Américas, existem centenas de espécies nativas. Contudo, são pouco conhecidas e aproveitadas pelos brasileiros, que são mais familiarizados com as variedades exóticas. Bambu-caipira (Bambusa tuldoides), bambu-gigante-verde (B. vulgaris) e bambu-brasil, ou bambu-gigante-verde-e-amarelo (B. vulgaris var. vittata), foram trazidos para cá pelos portugueses. Da Ásia, sobretudo China e Índia, vieram também o bambu-gigante (Dendrocalamus giganteus e asper) e a cana-da-índia, ou bambu-mirim (Phillostachys aurea).

bambu_como_plantar (Foto: )

Outras espécies de bambu de clima temperado, como o mossô (P. edulis, ou pubescens) e o hachiku (P. nigra henonis), além de mudas dos gêneros Sasa, Pleioblastus e Pseudosasa, chegaram a terras brasileiras pelas mãos de imigrantes japoneses nas primeiras décadas do século XX. Nos anos 50 e 60, novas espécies desembarcaram no país e formaram o banco de germoplasma de bambu do centro de pesquisa do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no estado de São Paulo.

O bambu é uma grama arborescente que atinge, em média, de oito a 15 metros de altura. Mas há espécies ornamentais herbáceas que não ultrapassam 15 centímetros de altura e variedades de outras espécies que chegam a 40 metros em dois anos. Dotado de fibra natural de alta resistência, apresenta crescimento somente na vertical.

RAIO X
SOLO: 
qualquer tipo, exceto os encharcados
CLIMA: tropical a temperado e subtropical
ÁREA MÍNIMA: um hectare é suficiente para obtenção de brotos, colmos e mudas para a venda
PRODUÇÃO: entre o terceiro e o quinto ano de plantio, já podem ser colhidos colmos
CUSTO: o preço da muda varia entre R$ 10 e R$ 15

MÃOS À OBRA
INÍCIO: 
Entre as variadas espécies encontradas no país, é necessário identificar aquela que mais se adapta às condições climáticas da região onde será plantada. Para assegurar a escolha certa, solicite orientação de um especialista no assunto ou de um profissional de agronomia na secretaria de Agricultura do município.
PROPAGAÇÃO: O método mais indicado para obter mudas é o vegetativo. Para as espécies alastrantes, como mossô e hachiku, que não formam touceiras, o ideal é utilizar os rizomas e suas raízes ainda com terra junto com parte do colmo com gemas vegetativas ou ramas laterais. O mesmo processo vale para os bambus entouceirantes – formados por touceiras fechadas e compactas, devido ao tipo de rizoma, que é curto. Nesse caso, podem também ser aproveitadas as partes dos colmos com gemas de brotamento íntegras ou ramas laterais, ou ainda somente ramas laterais com gemas de brotamento. Considerada mais eficiente, a técnica de propagação in vitro está em fase de pesquisa no país.
AMBIENTE: Pode ser cultivado em todos os lugares. As espécies tropicais são adequadas para cultivo em áreas desde o nível do mar até altitudes medianas, enquanto as de clima temperado vão bem até em áreas mais elevadas. No entanto, encontram-se aqui bambus exóticos de clima frio e tropicais convivendo lado a lado em regiões de planaltos.
PLANTIO: Exceto os solos encharcados, o bambu aceita todo tipo de terra para se desenvolver, mas apresenta melhor resultado em terrenos arenosos e drenados de encostas. É necessária adubação adequada em solos pobres.
ESPAÇAMENTO: Para bambus de grande porte e entouceirantes dos gêneros Bambusa, Guadua e Dendrocalamus, é indicado manter de sete a oito metros de espaçamento entre covas e linhas. A distância impede que haja competição pela luz solar e permite a circulação durante o corte e manejo dos colmos entre as touceiras que surgirão. No caso dos entouceirantes de menor porte, o plantio deve ser feito em alinhamento contínuo em uma vala rasa. Para bambus alastrantes, é determinada uma área onde as mudas serão distribuídas. As medidas das covas são de 50 x 50 x 50 centímetros.
PRODUÇÃO: Entre o terceiro e o quinto ano de idade, o colmo de bambu deve ser colhido e armazenado em local coberto e livre de umidade. A colheita deve ser feita de preferência nos meses mais secos, entre maio e agosto. Corte os colmos a 20 centímetros acima do solo, logo acima do primeiro nó, utilizando serra elétrica, serra manual de poda, machado ou facão.

 

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