Como criar sagui

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O pequeno macaco vive bem em viveiros com brinquedos, mas exige cuidados no manejo.

 

Um companheiro para mais de dez anos, brincalhão e divertido são características do sagui (Callithrix sp), animal que se apega muito ao dono em criações domésticas. Com seu jeito amistoso, esperto e cheio de graça, o pequeno macaco conquista adultos e crianças. Por isso, o comércio dessa espécie de macaco tem se tornado promissor.

Para quem tem interesse na atividade, antes de tudo deve se instruir sobre toda a regulamentação exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Como todo animal silvestre, a manutenção em cativeiro e a comercialização do sagui estão condicionadas à autorização do instituto e à apresentação de origem legalizada, por meio de nota fiscal.

A atividade legal ainda ajuda no combate ao tráfico, prática para forjar a fiscalização com o objetivo de obter mais lucro em negociações de exemplares no mercado negro. As vendas ilegais são altamente prejudiciais, pois não estão sujeitas ao controle sanitário e, com frequência, colocam em risco a vida do animal e dos compradores, devido ao manejo irregular, ao transporte inadequado e à falta de orientação. Na criação legalizada, o sagui deve contar obrigatoriamente com acompanhamento veterinário e ser marcado com microchip.

Pertencente à família Callithricidae, o sagui mede aproximadamente 25 centímetros, sem incluir a cauda de tamanho longo. Pesa de 250 a 400 gramas e possui pelagem em tons cinza, branco, preto e marrom, sendo que o mais comum conta com tufos de pelos nas orelhas. O sagui tem agilidade, movimentos saltitantes, vive bem em viveiros e necessita de brinquedos para interagir com o ambiente. Há espécies por toda a América do Sul, habitando em bandos as árvores de matas e florestas.

O sagui é um animal onívoro que necessita bastante de proteína e cálcio, sobretudo quando jovem. A alimentação regular deve sempre contar com, pelo menos, um item do grupo de frutas, legumes, carnes, grãos, leite e derivados, entre muitos outros produtos disponíveis no varejo. Assegure banho de sol diário ao sagui, desde que o ambiente esteja em condições normais de temperatura.

RAIO-X
CRIAÇÃO MÍNIMA: 
10 casais
CUSTO: a partir de R$ 2.800 cada
RETORNO: filhotes podem ser vendidos com dois meses de idade ou peso de 120 gramas
REPRODUÇÃO: em média, dois filhotes por ninhada, que ocorre duas vezes por ano

MÃOS À OBRA
INÍCIO: 
É preciso conseguir autorização do Ibama para criar saguis comercialmente. A aquisição deve ser feita em estabelecimentos legalizados pelo instituto ou mediante depósito dos órgãos de fiscalização de animais apreendidos do tráfico. Na hora da compra, verifique se a documentação está em ordem. Na nota fiscal devem constar os números do registro do criador e de marcação do sagui, sexo e idade. Sem o documento, a criação estará sujeita a processos, multas e perda dos animais.
VIVEIRO: Com boa adaptação em cativeiro, o sagui, ou o casal de saguis, se acomoda bem em viveiros de, no mínimo, 1,20 x 0,60 x 0,60 metro. Disponha brinquedos, cordas e balanços para os macacos manterem-se em atividade. O ninho deve ser do tipo caixa de madeira, para esconderijo e dormitório.
CUIDADOS: A criação exige rigoroso manejo sanitário. O viveiro deve ser mantido limpo e desinfetado. Outra recomendação é vermifugar de seis em seis meses. Como ainda não existem estudos conclusivos sobre a vacinação antirrábica em saguis, alguns veterinários não indicam a aplicação de vacinas contra a raiva. No entanto, há outros que recomendam o uso de vacinas que usam a tecnologia recombinante disponível em estabelecimentos especializados.
ALIMENTAÇÃO: O sagui come de tudo, e sua alimentação deve ser bem variada e rica em opções. Nas refeições diárias, forneça no mínimo uma fruta, como banana, mamão, maçã, manga, laranja, uva e outras frutas da época. Entre os legumes, ofereça pelo menos um tipo, como cenoura, vagem, quiabo, batata-doce, inhame e beterraba, todos cozidos sem sal. Adote o mesmo preparo para o grupo de proteínas, que deve incluir carne em pedaços, frango desfiado, ovos ou soja, além de queijo fresco, tenébrios ou grilos. Para completar o cardápio do dia, acrescente arroz integral, ervilhas, lentilhas, feijão, milho cozido, iogurte, pão, bolacha de água e sal, goma sem açúcar, geleia de mocotó, girassol ou favos de mel. O leite pode ser misturado com um suplemento alimentar para humanos, encontrado em supermercados. Há ainda disponível em lojas especializadas a ração para macacos. Durante os primeiros quatro meses de vida, misture diariamente 0,5 mililitro de um calcioterápico em leite, água, iogurte ou fruta.
ATENÇÃO: Chocolates e salsichas não podem ser fornecidos ao sagui. Ambos alimentos possuem em sua composição elementos químicos que podem ser fatais para o pequeno macaco. Outra precaução no manejo do sagui é evitar o fornecimento de alimentos que tenham tido contato com a boca ou a saliva de alguma pessoa. O herpes humano leva o animal à morte.
DOENÇAS: Entre as principais doenças que podem acometer o sagui, estão verminoses, enterites, ectoparasitos e pneumonia. Sempre que necessário é importante que se procure um veterinário especialista em animais silvestres, de preferência com recomendação.
REPRODUÇÃO: Em cativeiro, a maturidade sexual do sagui é atingida, em geral, após dois anos de vida. A fêmea leva cinco meses para completar a gestação e, em média, dá duas crias por ninhada, duas vezes ao ano. Com dois meses de vida, os filhotes podem ser desmamados.

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