Como criar esquilo-da-mongólia

0
385
Site do Café

Nos Estados Unidos, já é considerado animal de estimação. Por aqui, ainda é pouco conhecido como bicho doméstico, mas aos poucos tem aumentado o interesse dos brasileiros por sua companhia. Com temperamento social e pacífico, limpo e sem produzir mau cheiro, fácil de manejar e sem exigir muito espaço, o esquilo-da-mongólia (Meriones unguiculatus) é uma ótima alternativa para iniciar uma criação tida como novidade no mercado.

O local de origem do gerbil, como o esquilo é também conhecido em países da Europa e nos EUA, é incerto. Há quem diga que a indicação de seu nome popular esteja correta, sendo ele oriundo de áreas semidesertas da Mongólia e do nordeste da China. No entanto, outras informações sugerem que o esquilo seja procedente de regiões da Ásia Central e do Oriente Médio, sem muita precisão geográfica.

Quanto à cor original, há pelo menos consenso: marrom-dourado, com as pontas dos pelos pretas, denominada “agouti”. Por meio de várias mutações obtidas por seleção em cativeiro, existem outras tonalidades fixadas, como marrom-dourado com pintas brancas, preto, branco, canela, cinza-amarronzado, azul, entre outras. O albino se diferencia do branco pela cor vermelha dos olhos.

Roedor, o esquilo-da-mongólia gosta de comer grãos, com um consumo médio diário de cinco a oito gramas para cada 100 gramas de peso do animal. Pela característica da espécie, seus dentes incisivos precisam ser desgastados, pois crescem continuamente. Galhos ou cascas de árvores ajudam no controle e distraem o animal.

Muito vivaz, o esquilo não para quieto. Gosta de fazer ninhos com qualquer material que encontra pela frente, diverte-se com brinquedos e sobe e desce rampas, quando disponíveis na gaiola. O animal se entretém até com rolo de papelão vazio de papel higiênico. De dia ou à noite, o esquilo-da-mongólia tem como hábito alternar períodos de vigília com descanso. A expectativa de vida do bichinho é de apenas três anos, com possibilidade de atingir, no máximo, quatro anos.

Como vive pouco, a maturidade sexual chega cedo, entre 65 e 85 dias após o nascimento, enquanto a gestação leva de 24 a 26 dias. Fêmeas e machos devem ser criados juntos, para não correr o risco de haver um ambiente hostil no período de reprodução. Assim, antes dos dois meses de idade, animais de sexos diferentes devem passar a conviver na mesma gaiola.

RAIO-X
CRIAÇÃO MÍNIMA: 
20 casais para uma atividade comercial
CUSTO: R$ 12 é o preço de cada casal
RETORNO: a partir dos seis meses
REPRODUÇÃO: seis filhotes por cria, em média

MÃOS À OBRA
INÍCIO: 
compre exemplares de criadores profissionais e com larga experiência na atividade, preferencialmente com indicação. A precaução reduz os riscos de problemas no futuro. Aproveite para pedir orientações sobre os cuidados com os esquilos-da-mongólia e outras dicas que facilitem a lida com os bichos.
AMBIENTE: o local de criação do esquilo deve ser de clima ameno. A temperatura recomendada é por volta de 23 graus célsius. Escolha uma área arejada e sem ventos fortes para instalar as gaiolas. Não exponha os animais ao sol, pois eles têm pouco tolerância, e mantenha-os em local protegido da entrada de ratos, para evitar transmissão de doenças.
CAIXAS: o bichinho é criado em caixas plásticas de laboratório, com grade metálica na parte superior, onde se colocam a ração e o bebedouro de bico. Elas podem ser acomodadas em prateleiras para facilitar o manejo, que deve contar com vistorias periódicas, devido ao curto ciclo de reprodução.
CUIDADOS: para evitar problemas sérios de saúde como a pneumonia, o esquilo-da-mongólia não deve tomar banho com água. Disponibilize uma pequena banheira com pó de mármore ou bicarbonato para que ele tome banhos secos. É importante, no entanto, manter a gaiola bem limpa. Retire a sujeira mais grossa e, em seguida, limpe com um pano úmido. Passe mais uma vez um pano com álcool. Como o esquilo é roedor, atenção quanto ao que deixar ao alcance dele. Madeira de cedro ou pinus não é recomendada, pois contêm substâncias tóxicos ao esquilo. A qualquer sinal de doença no animal, deve-se procurar um médico-veterinário para orientação.
ALIMENTAÇÃO: deixe alimento disponível na gaiola o tempo todo. Ofereça amendoim cru, ervilha, grão–de-bico e sementes de girassol. Ração e verduras também são aceitos, além de insetos, apesar de alimentos vivos induzirem o animal ao canibalismo. Há ainda alimentos próprios para esquilos no mercado varejista. Água limpa não pode faltar.
REPRODUÇÃO: se o casal não vive na mesma gaiola desde filhote, junte o macho à fêmea apenas na época da reprodução. Com 65 a 85 dias de vida, o esquilo está pronto para procriar. Mas o cio dura apenas um dia, com repetições a cada quatro ou cinco dias. A fêmea leva de 24 a 26 dias para dar à luz a seis filhotes, em média.
FILHOTES: com três a quatro semanas, separe os filhotes dos pais e, com um mês, coloque machos e fêmeas em gaiolas diferentes. Apalpe a região dos órgãos genitais para identificar os machos, que têm os testículos proeminentes. No caso das fêmeas, dominantes na espécie, é mais indicado que cada uma tenha sua própria gaiola. Uma opção para evitar brigas na época da reprodução é manter um casal em cada gaiola.
o período de gestação

Deixe uma resposta