Como criar catarina

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Com boa genética para resistir às intempéries, a ave é mais uma alternativa de criação.

 

Canto vigoroso e penas com cores bem definidas são fatores que muitos procuram num pequeno pássaro para criar como pet. Mas tem quem dê preferência para aves que apresentam habilidade de caminhar pelo chão e móveis da casa, subir nos ombros e acompanhar o dono para onde ele for. Bela, interativa e curiosa o bastante para chegar a abrir a porta da própria gaiola, a catarina (Parakeet lineolated ou Bolborhynchus lineola) reúne todos esses predicados, que fazem dela uma criação cobiçada pelo mercado.

Se criada com dedicação, carinho e recebendo os alimentos da mão do criador desde filhote, a catarina cresce mansa e dócil, favorecendo a convivência com pessoas e outros animais de sua espécie. Ao formar um plantel de exemplares com as características adequadas, a criação pode gerar um complemento na renda mensal do produtor, com venda de catarinas para o segmento de ornamentação e de animais de estimação.

De bom comportamento, a catarina pode viver em pequenos espaços, inclusive, trata-se de um pet recomendado para quem mora em apartamento. Com penas vistosas e de bordas mais escuras, tem potencial para participar de concursos e exposições. A ave ainda tem possibilidade de fixar muitas mutações de cores diferentes do tom verde com o qual é encontrada na natureza. Canela, oliva, verde-escuro, amarelo, azul-claro e cobalto são algumas das tonalidades já existentes, cobrindo, em geral, os bicos e pés da ave.

As fêmeas possuem coloração do corpo mais opaca do que os machos. Também contam com a marca do ombro e as pontas pretas das penas da cauda mais claras, menores ou ausentes em relação ao sexo oposto, que tem marcações mais definidas.

Com tamanho de 16 a 18 centímetros de comprimento e peso que chega a 30 gramas, a catarina é originária de florestas abertas, savanas e campos cultivados do sul do MéxicoPanamáVenezuela e regiões dos Andes peruanos. Pertencente à família dos Psitacídeos, a mesma dos periquitos, destacam-se dos seus parentes por serem muito sociáveis, causando poucos conflitos num aviário comunitário.

Como conta com uma genética que se adapta bem às mudanças de temperatura, a catarina é uma ave resistente, que não demanda muitos recursos para implantar a atividade de criação. Além disso, é rápido o retorno do investimento inicial realizado para a instalação de estrutura simples e barata. A expectativa de vida da ave é de 15 anos.

>>> Início Ave silvestre, a catarina pode ser vendida apenas por criadores com registro nas Secretarias Estaduais de Meio Ambiente (Semas), exigência que também deve ser atendida pelo novo viveiro. Sempre adquira animais de estabelecimentos com referência, que possam assegurar a qualidade da linhagem das aves.

>>> Ambiente A catarina é uma ave resistente, que tolera tanto clima frio ou quente mais intenso. Porém, é necessário ter cuidado com a queda brusca de temperatura quando o viveiro estiver localizado em ambiente externo. A instalação ao ar livre também deve ser coberta ou com parte sombreada, pois a catarina não gosta muito de luz direta.

>>> Viveiro Com tamanho de 1 x 0,5 x 0,5 metro ou gaiola com 0,8 x 0,4 x 0,4 metro feita de arame galvanizado servem de abrigo para as aves. É comum o manejo em gaiolas menores tipo argentina ou de agapornis, pois, em espaços grandes, a catarina fica assustada e não reproduz com facilidade. Para criações em colônias, indicam-se viveiros de 3 x 3 metros.

>>> Acessórios Além de bebedouros e comedouros de plástico, a criação deve contar com ninho construído com caixa de madeira fechada, com 30 a 35 centímetros de comprimento e 25 centímetros de largura e profundidade, mais abertura com 6 centímetros.

>>> Cuidados Limpe com frequência o viveiro ou a gaiola e todos os componentes, como os poleiros. Comedouros e bebedouros devem ser lavados com sabão neutro e bem enxaguados. Sempre troque o jornal ou outro material que usar para forrar o chão do abrigo. Nas aves, pode-se borrifar água, pois elas gostam muito de tomar banho, principalmente por esse método.

>>> Alimentação É bastante diversificada, embora seja importante e correto fornecer rações balanceadas existentes no mercado. A catarina gosta de comer sementes e grãos, desde alpiste, painço e sementes de girassol a milho e aveia sem casca. Também consome frutos frescos, sobretudo maçã, e complementos alimentares à base de ovos. Uma vez por semana, dê como petisco gemas cozidas e peneiradas com farinha de rosca. Blocos de cálcio são bons para a catarina roer, prática inerente da espécie, além de satisfazer as suas necessidades digestivas. Água potável e fresca não pode faltar.

>>> Reprodução Somente após o primeiro ano de vida coloque os casais para acasalamento, mas sempre com, pelo menos, cinco meses de intervalo, para descanso da fêmea. Passados de 18 a 21 dias de incubação, de quatro a cinco ovos por postura (três por ano), nascem os filhotes, que saem do ninho com cerca de um mês de idade, mesmo prazo em que começam a ser cobertos de plumas. Para amansá-los, alimente-os na mão a partir dos dez dias de vida.

RAIO-X

Criação mínima: um casal
Custo: o preço da ave pode variar de R$ 100 a R$ 3.500, de acordo com as características de cada exemplar
Retorno: pode iniciar aos 7 meses em criações bem cuidadas, mas depende também da idade e das cores dos animais
Reprodução: a partir de 1 ano de idade.

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