Como criar acará-disco

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De formato único, cores variadas e muito procurado por quem gosta de aquários, a espécie é mais valorizada que outros peixes ornamentais.

 

É grande a oferta de peixes ornamentais que vivem em água doce pelo país. De diversas cores, tamanhos e formatos, são muitas as opções para compor aquários, lagos e espelhos d’água. O acará-disco é uma opção que tem boa procura no mercado para essa finalidade.

Habitante de águas ácidas de rios e igarapés da Bacia Amazônica, o acará-disco é uma espécie de múltiplas cores bastante apreciada por quem se dedica a criar peixes ornamentais. As variedades mais coloridas, porém, são importadas dos Estados Unidos, Europa e Sudeste Asiático, onde o melhoramento realizado por meio de cruzamentos e seleções imprimiu tons ainda mais vibrantes ao peixe. Atingindo comprimento máximo de cerca de 12 centímetros, o acará-disco conta com duas espécies. O Symphysodon aequifasciatus é encontrado no Brasil, Peru e Colômbia, mas a espécie mais difundida é a Symphysodon discus, marcada por uma acentuada listra vertical no meio do corpo e outra nos olhos, que ocorre na Amazônia, na região compreendida pelos rios Negro, Abacaxi e Trombetas. O nome popular desses peixes diz tudo sobre seu formato.

acara-disco-como-criar (Foto:  )

Apesar de exigir cuidados na adaptação, o acará-disco possui comportamento tranquilo, o que permite a criação com outros peixes, inclusive os de pequeno porte. Contudo, não é recomendado fazer com que ele divida espaço com espécies agressivas ou agitadas. Quando estressado, o acará-disco torna-se escuro e deixa de se alimentar, o que favorece o aparecimento de doenças, que podem ser fatais.

O peixe pode ser criado em qualquer região brasileira e, como é onívoro, come de tudo. Bastam um aquário (ou uma caixa d’água em desuso), água disponível de ótima qualidade e alguns cuidados no manejo para que o acará tenha bom desenvolvimento e a atividade apresente bons resultados.

É importante, no entanto, evitar muito movimento próximo aos aquários de reprodução. Apesar de protetores, os casais tendem a comer as próprias larvas quando estão estressados.

RAIO-X
CRIAÇÃO MÍNIMA: 
10 casais ou 30 adultos
CUSTO: de R$ 40 a R$ 500 por reprodutor
RETORNO: pode ser comercializado a partir dos 90 dias de vida
REPRODUÇÃO: após um ano e meio de idade, com desova de 80 a 300 ovos por acasalamento

MÃOS À OBRA
INÍCIO: 
exemplares podem ser adquiridos em lojas especializadas ou com criadores idôneos. Entre as principais variedades, estão os azuis (turquesa, blue-diamond e blue-snakeskin) e os vermelhos (pidgeon-blood, red-marlboro e red-melon). Os preços podem variar de R$ 40 (para exemplares de 3 a 6 centímetros) a R$ 500 (reprodutores adultos). A compra de juvenis, que são criados até a maturidade, é opção mais barata para iniciar a criação e facilita a adaptação a novos ambientes.

AMBIENTE: a temperatura ideal da água para a espécie é de 27 graus célsius, mas ela pode variar na faixa que vai de 26 a 30 graus. Água de ótima qualidade, no entanto, é imprescindível para o sucesso da criação. Também deve apresentar pH entre 4,2 e 6,5 e alcalinidade abaixo de 30 miligramas de carbonato de cálcio (CaCO3) por litro.

INSTALAÇÕES: dê preferência a aquários ou caixas d’água. Viveiros a céu aberto ficam sujeitos a variações ambientais que podem prejudicar a criação, além de colocar os peixes em risco de ataque de predadores. Mesmo simples, o reservatório deve contar com sistema de aquecimento da água ou ao menos ser instalado em cômodo fechado, para manter a temperatura elevada.

CUIDADOS: promova o monitoramento constante da água e faça trocas regulares. Tenha sob controle o nível de pH, a alcalinidade e a temperatura. Mantenha o recipiente sempre limpo, retirando sujeira acumulada no fundo e nas paredes.

ALIMENTAÇÃO: quando as larvas começam a nadar livremente e a ingerir o muco dos pais, forneça infusórios e náuplios de artêmia duas vezes ao dia. A partir da terceira semana após a eclosão, reduza gradativamente os alimentos vivos da refeição diária dos alevinos e, em igual proporção, acrescente ração em pó. Até os três meses de vida, os juvenis devem ser alimentados com comida industrializada de três a quatro vezes por dia. Na fase adulta, além da ração, os peixes passam a comer larvas de insetos, camarão fresco moído e pequenos crustáceos de água doce, para estimular a reprodução.

REPRODUÇÃO: inicia-se ao redor dos 18 meses de idade, quando os peixes devem ser mantidos em grupo para a formação natural dos pares. Ao ser definido, o casal deve ser transferido para um aquário individual com, no mínimo, 90 litros de água, bom sistema de filtragem e trocas parciais e regulares de água a cada dois ou três dias. A fêmea pode desovar de 80 a 300 ovos por acasalamento. Coloque os ovos em substrato (placas de plástico, cerâmica, azulejo ou mesmo no vidro do aquário), e em cerca de três dias ocorre a eclosão. Nos primeiros 20 dias, as larvas ficam sob os cuidados dos pais. Depois são transferidas para outro aquário, onde passam cerca de 15 dias por um processo de adaptação ao consumo de ração em pó, antes de viverem em aquários ou caixa d’água. Com 90 dias de vida, o acará–disco já pode ser comercializado.

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