Cercosporiose no cafeeiro: doença secundária, mas importante

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A cercosporiose, doença do cafeeiro causada pelo fungo Cercospora coffeicola (Berk e Cooke) que ataca folhas e frutos, causando danos em mudas e em lavouras no campo, é normalmente considerada secundária em relação à ferrugem. No entanto, sob condições ambientais adversas ao cafeeiro, ela pode se tornar primária e causar severos prejuízos.

A doença, também conhecida como mancha de olho pardo, se apresenta nas folhas, iniciando com pequenas manchas circulares de coloração marrom-escura que crescem rapidamente. O centro das lesões fica com cor cinza-claro, com um anel amarelado em volta da lesão, dando aparência de um olho. Algumas lesões são escuras e não formam o centro claro, nem o halo amarelo. Nessa condição, chamando-se de cercospora negra. Este tipo é comum nas folhas de cafeeiros com forte deficiência de fósforo. As folhas atacadas caem rapidamente, ocorrendo desfolhas e secas de ramos (die back).

Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando estão ainda pequenos, aumentando o ataque no início de sua granação (80-100 dias pós-florada), sendo que as lesões permanecem até o amadurecimento do fruto. A princípio, as lesões são pequenas e de cor marrom-claro ou arroxeadas, deprimidas, crescendo no sentido polar do fruto com maior incidência nos ramos ponteiros e nos mais expostos ao sol. As manchas velhas são deprimidas, escuras e de aspecto ressecado, fazendo com que a casca nessa parte fique aderente à semente. Em ataques mais severos causa o seu chochamento.

As condições ambientais ou culturais favoráveis para que a cercosporiose se torne problemática são:

1- Clima com temperaturas mais altas, insolação elevada, com deficit hídrico.
2- Solos pobres, arenosos ou com impedimentos.
3- Plantas com carga alta, 1ª safra, variedades menos vigorosas e de maturação precoce e concentrada.
4- Problemas de sistema radicular.
5- Tratos mal feitos, nutrição deficiente (N, P e Mg), muito mato, ausência de pulverizações preventivas.
6- Lavagem do nitrogênio do solo, por excesso de chuvas.

Para o controle da cercosporiose, as medidas culturais devem visar reduzir as condições favoráveis à doença. É indicado:

1- Uso de variedades mais vigorosas e, para regiões mais quentes, aquelas de maturação tardia.
2- Usar espaçamentos que resultem menor produção por planta.
3- Fazer os tratos culturais adequados, visando deixar as plantas fortalecidas através de nutrição, controle do mato, irrigação, etc.
4- Em regiões muito quentes, arborizar ou adensar para reduzir a insolação e o stress por carga.

O controle químico da cercosporiose deve ter caráter preventivo e deve ser praticado através do uso de fungicidas, para proteger na época mais crítica, que coincide com a granação dos frutos. O controle deve ser feito mediante pulverizações cobrindo o período entre dezembro e fevereiro, 2-3 pulverizações, quando as plantas ficam mais susceptíveis e o ataque passa das folhas para os frutos. Como coincide a época adequada à evolução da ferrugem, o uso de fungicidas protetivos apropriados pode resultar no controle simultâneo das duas doenças.

Três grupos fungicidas são os mais eficientes contra a cercosporiose: os cúpricos, as estrobilurinas e os tiofanatos. Com eficiência média se situam produtos ditiocarbamatos (maneb, mancozeb) e o triazol tebuconazole. Os produtos fungicidas triazóis no geral tem pouca ação contra a cercosporiose, existindo formulações prontas de triazóis + estrobirulinas (Sphere, Opera, PrioriXtra, Aproach-prima e outros semelhantes). Pode-se usar mistura de tanque, reforçando com fungicidas cúpricos ou com as estrobilurinas, para associar o controle da cercosporiose com o da ferrugem. Pode-se ainda usar no controle de Phoma uma estrobilurina ou combinação com fungicida cúprico em aplicação preventiva, que mais cedo pode contribuir também na proteção contra a cercosporiose.

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