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Búfalos – animais dóceis, ainda que selvagens

Búfalos - animais dóceis, ainda que selvagens

Búfalos – animais dóceis, ainda que selvagens

Búfalos – animais dóceis, ainda que selvagens

A história mais difundida sobre a chegada dos primeiros búfalos ao Brasil é a de que, no início do século XX, um navio que transportava uma carga de búfalos para uma ilha do Caribe, naufragou próximo a costa norte brasileira e de que os sobreviventes chegaram até a ilha de Marajó e ali se instalaram.

Posteriormente, foram sendo domesticados e levados para outros locais da região setentrional do País, principalmente para o Pará, onde existem hoje grandes rebanhos bubalinos.

Os búfalos, segundo o médico veterinário Élcio Fernandes Ministério, são animais selvagens e muitos ainda carregam essa característica genética, podendo atacar, principalmente carros e pessoas montadas a cavalo. Essa herança faz com que muitos deles sejam “brigões”, tanto machos quanto fêmeas. Na fazenda Babaçu, um dos reprodutores do plantel brigou com outro e teve um de seus chifres arrancados na briga.

Entretanto, muitos deles, quando domesticados, servem como animais de trabalho, tanto para a tração quanto para a montaria. Segundo Élcio Fernandes, eles são extremamente inteligentes e sistemáticos – “Reconhecem e marcam as pessoas que não os tratam bem e são capazes de, muito tempo depois, identificá-las e atacá-las.” – conta Élcio.

Para conduzir bem o plantel, o veterinário recomenda que os animais sejam manejados, preferencialmente, a pé e que não sejam usadas varas de ferrão. Na fazenda Babaçu, para conter os animais, é utilizado um bastão a pilha que dá um pequeno choque. Descobrindo novas formas de manejo e de alimentação dos búfalos, Leni Cruz, Lourenço Silva e Élcio Fernandes vão conduzindo o rebanho, selecionando os mais dóceis e produtivos e tentando concretizar o sonho de produção constante de leite e carne, conforme as condições existentes nas suas duas fazendas.

Leni se diz deslumbrada com o novo empreendimento, mas considera-se, também, decepcionada. – “Temo que nosso projeto tenha curta duração.” – comenta, explicando que a área vizinha, em frente a fazenda, foi loteada e há gente constantemente transitando em seus pastos. Por serem arredios, ela teme que os búfalos possam atacar alguém, além do fato de que as pessoas também possam atrapalhar a criação. “Estou com o coração doente e não sei o que fazer. Só sei que o nosso futuro é incerto.” – lamenta a criadora.