Bezerros sadios – essa é a meta

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Bezerros sadios - essa é a meta
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Bezerros sadios – essa é a meta

É nos bezerros que se encontra o futuro do rebanho, quando estes são destinados à reprodução, bem como os lucros do criador, quando eles são vendidos para o corte ou recria. Portanto, a produção de bezerros sadios é um dos fatores da maior importância para o pecuarista.

Assim sendo, o criador deve tomar uma série de cuidados e providências, todas da maior importância, sendo que algumas delas são necessárias mesmo antes do nascimento das crias. Podemos destacar, entre elas, as seguintes:

– O criador só deve empregar, nos acasalamentos, bons reprodutores, que tenham boa saúde e que sejam novos para que assim obtenha bezerros fortes e sadios;

– Escolher vacas novas, sadias, bem conformadas, boas leiteiras e que possam ser boas parideiras e criadeiras, pois isto representa outro fator de grande importância para a obtenção de bons bezerros;

– Vacinar a vaca um mês antes de ela dar cria, empregando uma dose de vacina contra a pneumo-enterite dos bezerros, dose esta que deverá ser repetida 15 dias antes do nascimento do bezerro;

– Colocar a vaca, alguns dias antes do parto, em um pequeno pasto ou piquete bem limpo e tendo à sua disposição, água fresca e limpa;

– O criador deve assistir aos trabalhos de parto, de preferência com o acompanhamento de um médico veterinário, só intervindo quando for necessário auxiliar o nascimento da cria;

– Se a cria não começar respirar logo após o nascimento, o criador deve forçar a vaca a lamber o seu bezerro, pois essa massagem provocará os movimentos respiratórios normais. Se isto não der certo, o criador, com uma pena ou uma palha fina deve fazer cócegas dentro das narinas do animal. A fumaça de cigarros ou cachimbos ou jogar água fria ou vinagre dentro das narinas pode provocar a respiração devido a um fenômeno reflexo.

Antes de tudo, porém, é preciso fazer uma limpeza nas narinas do recém-nascido, pois muitas vezes elas podem ficar obstruídas por catarros ou qualquer outra substância.

Quando, apesar dessas medidas, os movimentos respiratórios não se iniciarem, deve ser aplicada a respiração artificial. Para isso, deve ser puxada a língua do animal ao mesmo tempo que são feitas compressões na região do tórax, sobre as costelas. Esses movimentos devem ser alternados.

Outra providência de grande importância é “curar” o umbigo do bezerro, isto é, do seu cordão umbilical. Em geral, basta desinfetá-lo com iodo, mercúrio cromo, mertiolate ou qualquer outro desinfetante. Para isso é melhor usar uma vasilha de boca larga contendo o remédio no qual é mergulhado o umbigo do bezerro durante 1 ou 2 minutos. É aconselhável repetir o tratamento no dia seguinte.

Para evitar que a mosca varejeira pouse, provocando o aparecimento de bicheiras, deve ser passado um repelente em volta do umbigo. Pode ser empregado óleo de peixe ou uma pomada específica que espante as moscas.

O tratamento do umbigo é de grande importância porque ele é uma verdadeira porta de entrada para um grande número de doenças, além da bicheira e da inflamação das veias do umbigo, conhecida popularmente pelo nome de “umbigueira” dos bezerros.

Quando o cordão umbilical não se rompe na hora do parto, quando ficou muito comprido, é necessário que seja cortado. Para isso deve ser desinfetado e depois amarrado com um fio ou mesmo barbante molhado em creolina ou outro desinfetante, a uns 8 ou 10cm de distância do umbigo. Depois, é só cortá-lo abaixo da ligadura e tratá-lo como já foi explicado.

Como o bezerro logo depois de nascido procura a vaca para mamar, é necessário que ela esteja com o úbere limpo. Por isso é aconselhável lavá-lo com sabão e água (de preferência morna) e secá-lo com um pano ou toalha limpos, antes que o bezerro mame, o que geralmente ocorre dentro de mais ou menos meia hora após o seu nascimento.

Se nesse espaço de tempo o bezerro não mamar, é preciso ajudá-lo a se alimentar mesmo que seja necessário dar-lhe o leite na boca.

Quando a vaca, por qualquer motivo não quiser deixar o bezerro mamar é necessário forçá-la, nem que seja forçoso amarrá-la ou colocá-la em um tronco. Na maioria das vezes isso acontece quando ela está com o úbere muito congestionado e dolorido ou então porque está mesmo querendo “enjeitar” a sua cria. Nesses casos, o indicado é ordenhá-la e depois procurar acalmá-la, pois em geral isto dá bons resultados.

É necessário que fique bem esclarecido, por ser de grande importância, que o bezerro tem que mamar o leite da vaca quando ele ainda está “sujo”, porque este leite contém o colostro até durante mais ou menos 8 dias após o parto. O colostro é indispensável ao bezerro nos seus primeiros dias de vida porque é muito nutritivo e bastante rico em proteínas, albumina, saia minerais (principalmente cálcio e fósforo) e também vitaminas, em especial a vitamina A. Além disso, o colostro possui propriedades laxativas, facilitando a eliminação do mecônio que é matéria fecal que se encontra nos intestinos dos bezerros antes do seu nascimento.

O colostro, devido a certas substâncias nele contidas tem ainda a propriedade de proteger o bezerro, até certa idade, das doenças que normalmente o atacam, como por exemplo a pneumo-enterite. Portanto, todos os bezerros recém-nascidos devem receber o colostro, inclusive aqueles que são alimentados “no balde”.

O alojamento é um outro fator que concorre, em grande parte, para o sucesso da criação. É necessário que os bezerros sejam em instalações secas, frescas e limpas. É aconselhável ainda fornecer-lhes uma cama de palha sempre seca e limpa e que deve ser mudada de preferência todos os dias.

O melhor é o uso de compartimentos individuais para cada bezerro, ou então a sua manutenção em pequenos lotes, sendo todos da mesma idade.

Finalmente, pessoal habilitado é um dos principais fatores para o sucesso da criação e obtenção de bezerros fortes e sadios.

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