Após novo surto de Covid-19, cidades chinesas suspendem importação de peixes e carne

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Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirma que China intensificará fiscalização de cargas frescas e refrigeradas, o que pode afetar indústria

Caminhos da Safra - Terminal de contêineres no Porto de Salvador (BA) (Foto: Emiliano Capozoli)
(Foto: Emiliano Capozoli)

O surgimento de um novo foco de Covid-19 em um mercado de alimentos de Pequim levará ao aumento das medidas de controle e fiscalização sobre cargas frescas e refrigeradas na China, o que inclui as exportações brasileiras de carne.

Segundo ofício do Ministério das Relações Exteriores, a embaixada brasileira no país comunicou que diversos municípios chineses determinaram a suspensão da importação e comercialização de pescados e carne bovina.

As autoridades chinesas avaliam que o novo surto da doença, com 25 casos confirmados, seria de uma variedade que passou por mutação na Europa e chegou ao país a partir da importação de salmão.

Embora pescados não possam ser vetores da doença, a China acredita que o produto poder ter sido contaminado durante a captura ou o transporte. Com isso, o Bureau Municipal para Regulação de Mercado anunciou que reforçará a inspeção sobre alimentos frescos e carnes congeladas.

“A depender dos resultados da investigação sobre a origem da contaminação no mercado de alimentos de Pequim, as autoridades chinesas poderão, eventualmente, impor restrições à importação de produtos cárneos brasileiros e/ou solicitar maiores informações sobre as medidas preventivas adotadas pelos frigoríficos para evitar a contaminação dos alimentos a serem exportados”

Ministério das Relações Exteriores, em ofício

Inspeção minuciosa

O problema foi confirmado por outras empresas que atuam na exportação de carne bovina. “Foi encontrado, realmente, uma mutação da Covid no salmão, e portos como Xingang já falaram que vão fazer inspeção de 100% das cargas congeladas de alimentos que chegarem através desse porto”, revelou Jean Stoll, head global de carnes da Maersk, empresa que movimenta  20% do comércio global.

Ele conta que, com as mudanças, o tempo de espera para desembarque dessas cargas na China deve aumentar de quatro a cinco dias e em até uma semana no Brasil.

“O que vai aumentar é a parte de fiscalização, e os exportadores brasileiros, que hoje são referência na parte de gestão sanitária, terão de dar as garantias de que o produto está chegando com qualidade”, avalia o executivo.

Desde o início da pandemia de Covid-19, o tempo médio que os contêineres da empresa ficam parados nas mãos de importadores ou exportadores passou de duas semanas para cerca de 20 dias, podendo chegar a um mês em alguns casos.

Segundo Globo Rural apurou, o maior rigor na fiscalização chinesa abriu margem para que os importadores do país pedissem renegociação de contratos relacionados a cargas já embarcadas, com reajustes que chegam a 25%.

Com isso, algumas empresas, de maior porte, têm segurado as vendas para evitar a queda do valor das exportações. Nos primeiros cinco meses deste ano, a China foi destino de 39,3% das exportações brasileiras de carne bovina, com 287,4 mil toneladas – mais do que o dobro das 126 mil toneladas registradas no ano passado.

 

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