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Alta nos preços dos insumos pode afetar confinamento de bovinos em 2018, entende Assocon

Alta nos preços dos insumos pode afetar confinamento de bovinos em 2018, entende Assocon

As recentes altas no preço do milho e do farelo de soja preocupam os pecuaristas de todo o país que investem na terminação de bovinos em confinamento. O milho, por exemplo, que subiu 4% nos últimos 30 dias, de acordo com levantamento do CEPEA/USP, sendo cotado a R$ 40,00 a saca de 60 kg, é o principal ingrediente da nutrição de bovinos confinados e semiconfinados, representando em média 70% do custo da dieta.

“A alta dos insumos impacta na diária dos bovinos. Segundo levantamento da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), o custo diário por animal tem variado entre R$ 8,00 e R$ 9,00. Nossa expectativa é que os custos recuem nas próximas semanas, a partir da melhor definição da safrinha de milho. O milho vencimento maio já indica uma queda para R$ 37,5/sc. Esperamos trabalhar com o custo diário médio entre R$ 7,00 e R$ 8,00 ao longo do ano. Porém, neste momento a situação ainda é altista”, analisa Bruno Andrade, gerente executivo da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon).

Alberto Pessina, presidente da Assocon, explica que o cenário atual é desafiador e pode haver redução do volume de animais confinados, principalmente no segundo giro de engorda. “Se os custos continuarem elevado, a intenção de confinamento pode recuar em até 10%”, informa o dirigente.

O panorama  atual não cobre os custos de produção do confinamento. “A conta não fecha. O contrato para outubro paga R$ 148,50 pela arroba do boi gordo, com o milho valendo R$ 37,50, gera um lucro de R$ 6,00/cab em São Paulo. Essa realidade inviabiliza a entrega do boi com lucro no segundo giro do confinamento”, informa Alberto Pessina.

“Alguns fatores que, certamente, ajudariam a atividade seriam a queda significativa nos preços dos animais de reposição e a demanda interna firmar e começar a aceitar a pagar mais na carne bovina. Além disso, se o movimento de alta e as exportações continuarem firmes, tudo se encaixaria positivamente para o confinamento. Porém, não podemos esquecer que estamos em um ano de maior oferta de vacas”, acrescenta Pessina.

Essas oscilações mostram que é sempre positivo se preparar para o período de confinamento, armazenando matérias primas e estocando insumos. “Quem comprou insumos na baixa tende a manter os níveis de alojamento de animais sem dificuldades”, ressalta o presidente da Assocon.

Em 2017, o movimento de queda nos preços acabou gerando oportunidade de até R$ 20/@ para aqueles que compraram a reposição na baixa e exploraram a recuperação do mercado. Ou seja, o confinador terá cada vez mais que saber olhar para fora da porteira e identificar as oportunidades. Ferramentas que auxiliam a identificar o final de movimento de queda ou alta nos preços passam a ser essenciais para a gestão.

No início do ano, a Assocon projetou crescimento de 12% em animais confinados em 2018 em comparação ao ano passado, atingindo de 3,8 milhões a 4 milhões de cabeças.

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