Estudantes do Paraná criam cápsula orgânica que substitui agrotóxico
Projeto conquistou o 1º lugar nas Olimpíadas de Ciências do Colégio Sesi de Campo Mourão
Um grupo de quatro estudantes do Colégio Sesi de Campo Mourão (PR) criou uma cápsula construída com dejetos 100% orgânicos que combate pragas em plantações agrícolas.
O projeto, feito sob orientação da professora de Biologia Adrielly Sontag, rendeu aos alunos Desirée Nascimento, Heloísa Luchtemberg, Leonardo Rorato e Lucas Tracz o primeiro lugar na 4ª edição das Olímpiadas de Ciências do colégio.
O desafio proposto era desenvolver um sistema que fosse capaz de resolver de forma sustentável algum problema ambiental relevante para a região de Campo Mourão. “No decorrer das pesquisas, descobrimos que o cidadão campo-mourense consome cerca de 30 litros de agrotóxicos por ano. Foi então que a minha equipe desenvolveu a cápsula orgânica para substituir a utilização desses agrotóxicos nas lavouras”, conta a aluna Desirée.
De acordo com a diretora do colégio, Daiane Pereira, os alunos aplicaram diversos testes ao longo do ano passado para então desenvolverem o projeto, chamado de Caterpie. “Depois de muitos testes, acertos e erros, chegaram a essa cápsula feita de vegetais e cascas de frutas”, explicou a diretora.
Os testes foram executados em nível estadual, porém a partir de 2020, o projeto deve ganhar proporções maiores. Segundo a diretora, o colégio fará reuniões com universidade federais para análise do material e medição de qualidade, com a intenção de impulsionar a iniciativa.
A cápsula é produzida com sobras e cascas de futas e vegetais. Essas cascas ficam expostas ao sol até secarem e então moídas até se transformarem em uma farinha. Esse resíduo é misturado a uma cola feita da mistura de amido de milho, água fervente e vinagre, que executa a função antifúngica.
Após a secagem do conteúdo, a cápsula deve ser fechada e está pronta para uso. A cápsula orgânica é inserida no solo com o propósito de substituir o agrotóxico, além de realizar a função de adubo e de atrair insetos que consomem o pulgão das plantações.
Testes em alface e morango
Os testes foram no cultivo de alface e de morango. As hortas tinham 1 metro de largura por 10 metros de comprimento. Nas cápsulas, os alunos colocaram uma mistura de açúcar mascavo com água para atrair o bicho-lixeiro.
A análise foi feita duas vezes, com intervalo de 20 dias entre cada uma delas. E o resultado foi considerado satisfatório: o bicho-lixeiro foi visto próximo à cápsula em 70% das visitas.
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