A minhoca e a terra
A minhoca e a terra
Em 1881, no entanto, o naturalista Charles Darwin, depois de longos estudos enfeixou, em um livro sobre minhocas, relatando importantes e curiosos conhecimentos e fatos sobre a biologia desses anelídeos e a sua relação com a agricultura.
As minhocas, ainda segundo Charles Darwin, são altamente benéficas para as plantas porque, abrindo galerias no solo, facilitam a entrada e retenção das águas, arejam o solo, deixa-o mais solto ou macio e ainda fornecem-lhe um excelente adubo, o humus por elas produzido.
Para termos uma idéia sobre a adubação feita pelas minhocas, basta mencionarmos que elas, ao cavarem suas galerias, ingerem a terra que, passando pelo seu aparelho digestivo e sofrendo a digestão, parte de seus componentes é por elas assimilada e a outra parte, as suas fezes, expelidas como um ótimo adubo, já pronto para ser absorvido diretamente pelas raízes das plantas.
Para confirmar o que acaba de ser citado, basta mencionarmos que, por análises laboratoriais, ficou comprovado que os excrementos das minhocas, em relação ao solo em que vivem, possuem:
– 2 vezes mais cálcio;
– 2,5 vezes mais magnésio;
– 7 vezes mais fósforo e
– 11 vezes mais potássio.
Além disso, as minhocas melhoram os solos em que vivem, melhorando a estrutura, a composição e a textura desses solos, tornando-os mais porosos, leves, soltos e arejados, bem como aumentam a sua capacidade de reter as águas das chuvas, fazendo com que sejam melhor aproveitadas e, ainda, evita que escorram pela superfície provocando erosões mais ou menos graves.
A recuperação dos solos é, também, uma grande vantagem oferecida pelas minhocas, como ocorreu em certas regiões da Itália, nas quais vinhos famosos estavam perdendo sua qualidade e sua fama. Com a introdução das minhocas e o abandono das adubações químicas, os vinhos passaram a apresentar, novamente, o seu maravilhoso “bouquet”. Os resultados foram tão grandes que o número de criadores de minhocas, atualmente, nesse país, que têm uma área menor do que a do Estado de São Paulo, é estimada em mais de 150.000.
Também a França, a Espanha, a Grécia, a Alemanha e a Argélia, utilizam a minhocultura para a recuperação de seus solos e com isso obterem, novamente, a excelente qualidade e o “bouquet” de seus famosos vinhos, que já vinham decaindo de qualidade desde que haviam substituído a adubação orgânica pela adubação química.
Somente com a adubação orgânica a produtividade, apesar de que a produtividade pode cair, há a conservação do solo, que não fica cansado, mantendo uma produção média estável.
Em vários países, muitas indústrias que atuam na área de fertilizantes químicos estão produzindo humus, enriquecendo-o com nutrientes químicos e o denominando adubo organoquímico.
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