Nova Zelândia impulsiona produção leiteira pelo uso de tecnologia
Nova Zelândia impulsiona produção leiteira pelo uso de tecnologia
A Nova Zelândia é um país essencialmente agrícola, e mais da metade do que é produzido no país é exportado. Estima-se que a Nova Zelândia fature no mercado internacional de alimentos e bebidas cerca de US$ 200 bilhões anualmente. E muito desse resultado se deve ao fato de que o setor investe pesado em pesquisa e tecnologia.
Para se ter uma ideia, na produção de lácteos, os números do setor impressionam, principalmente, pelo fato de o território neozelandês ser extremamente pequeno quando comparado a outras potências agrícolas como Brasil e Estados Unidos. A Nova Zelândia é responsável por cerca de 1/3 do mercado mundial de lácteos, e a China é seu principal cliente.
Fazendo uma comparação em números: A Nova Zelândia produz, por ano, cerca de 20 bilhões de litros de leite, e seu rebanho de vacas está estimado em 5 milhões de cabeças. Já no Brasil, a produção é quase o dobro da neozelandesa, ou seja, 37 bilhões de litros ano. Só que com um rebanho cinco vezes maior, que chega a ter 25 milhões de vacas.
Para chegar a esse nível de produção, a Nova Zelândia investe em pesquisas e tecnologias em prol do desenvolvimento de todos os elos da cadeia láctea, desde a genética de pastagens – com o estudo de gramíneas mais resistentes a invasores, mais palatáveis e digeríveis –, até o melhoramento animal para produzir leites mais ricos em proteínas e vitaminas. Para ilustrar esse investimento, os neozelandeses estão desenvolvendo uma linhagem de animais que produzem leite com teor reduzido de gordura, e com maiores teores de ômega 3 e gorduras poli-insaturadas.
Outro fator determinante na cadeia é a preocupação com o meio ambiente. A federação dos produtores neozelandeses estimula os produtores a manejarem água e solo de maneira mais consciente. Os fazendeiros neozelandeses possuem programas que os ajudam a controlar o nível de adubação em cada um de seus piquetes a fim de evitar a contaminação do solo e do lençol freático por excesso de nutrientes. O que além de ser benéfico para a propriedade, ajuda no controle de custos.
A indústria, inclusive, já desenvolveu detergentes biodegradáveis que podem ser usados a frio nos sistemas de ordenha. A limpeza a frio, além de ser mais ecológica, reduz os gastos com o aquecimento da água para limpeza dos sistemas.
Veja outro exemplo: os sistemas de ordenha neozelandeses são automatizados. Um homem é capaz de ordenhar, em uma hora, de 300 a 400 animais. Como isso tudo é possível? Simples. Os animais são identificados eletronicamente por brincos com sistema de leitura automática, o chamado RFID (radiofrequência).
Ao entrarem no sistema de ordenha, um equipamento faz a leitura do brinco e identifica em que baia o animal será ordenhado. Depois, os controles eletrônicos de fluxo de leite, liberam o animal quando o fluxo diminui nas teteiras e o animal é liberado.
No momento da saída, há portões automatizados que separam os animais que necessitam de algum manejo, como inseminação artificial, aplicação de medicamentos, entre outros. Toda essa automatização evita erros humanos no processo. E, pelo fato de o animal possuir os brincos eletrônicos, todos os registros são feitos on-line. Alguns proprietários já trabalham com sistemas em “nuvem”, ou seja, todos os dados são armazenados e acessados remotamente de qualquer parte do mundo.
Toda essa tecnologia empregada de forma consciente permite uma gestão eficaz da cadeia de produção como um todo, desde a ponta, passando pela indústria até chegar ao consumidor final. É assim que a Nova Zelândia assumiu o posto de líder em tecnologias aplicadas ao meio rural, se tornando referência em garantia de origem e qualidade dos alimentos.
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